Uma trágica história de amor.

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Chego em casa depois da escola e vou direto pra cozinha, estou morrendo de fome. Entro correndo esperando encontrar meu irmão todo sorridente, mas o que vejo é totalmente o contrário. Gui está com a cabeça entre as mãos, com o celular na mão e uma expressão triste.

- Mamãe está muito mal Helena - lágrimas brotam em seus olhos - ela quer voltemos para o Brasil.

Fico em choque. Isso era o que eu menos esperava. Me sinto nas profundezas do desespero. Tudo estava dando certo com o Tom e eu, e agora, terei que partir.

- Eu não devia... eu não devia ter deixado ela sozinha - me sinto culpada. Lágrimas caem pelo meu rosto.

- Ela disse que não era pra você se culpar. Eu também deixei vocês e vim pra cá - Gui se aproxima me abraçando - todos somos culpados nessa história.

- Como vamos contar aos meninos? - pergunto entre lágrimas e soluços.

- Não sei - meu irmão desaba junto comigo. Sei que ele está pensando em Bill. No trabalho que arranjou com Tokio Hotel. Tudo jogado por água abaixo.

Combinamos de contar a notícia trágica aos meninos, assim que fossemos ao Hotel deles hoje. Mas quando chegamos lá, estavam tão alegres pelo álbum deles ter sido um sucesso que deixaríamos a notícia para depois. Tento sorrir o máximo que posso perto de Tom. Ele parece ter mudado, posso ver. Mas do que adianta se iriamos nos separar. Tenho que aproveitar nosso último momento juntos.
Assim que consigo, pego Tom pelo braço e o levo até seu quarto. Entramos e tranco a porta. O Kaulitz me olha com curiosidade.

- Helena... o que você quer fazer trancando a gente aqui, sozinhos? - pergunta ele com um sorriso malicioso no rosto - não vai me dizer que esta no período fért...

Antes que ele possa terminar a frase, já estou com meus lábios colados nos seus. Beijo Tom como seu fosse a última vez que eu poderia fazer isso. O beijo com intensidade, com desejo. Tom passa as mãos pelas minhas costas e desce até minha cintura. Passo minhas mãos pelos seus ombros e tiro sua camisa. Nos afastamos ofegantes e Tom me pega no colo me jogando na cama. Ele começa a beijar meu pescoço e tento o máximo não pedir mais. O Kaulitz para e me olha profundamente assim que começo a desabotoar minha calça.

- Não precisamos fazer nada disso hoje, Helena, você parece nervosa - diz Tom engolindo em seco.

- Não, eu quero - pego em sua nuca e o puxo para mais um beijo.

Tom tira minha blusa e começa a beijar minha barriga me causando arrepios. Meu coração está acelerado, como sempre acontece quando estou perto dele, mas agora mais ainda, nunca fiz isso com ninguém e isso será algo novo para mim. Ele me ajuda a desabotoar minhas calças. Assim que consegue, olha para mim mais uma vez e para de repente. Lágrimas descem pelos meu rosto.

- O que foi Helena, você está bem? Você não está gostando? - pergunta ele preocupado.

- Não é isso Tom - digo enxugando as lágrimas - é que vou sentir muita saudade sua.

- Como assim vai sentir? Do que você tá falando?

Exito em falar. Saber que vou embora e deixá-lo é como pisar em cacos de vidro. Se dói em mim vai doer nele. Então decido dizer tudo de uma só vez.

- Eu e Gui vamos ter que voltar pro Brasil - digo sem olhar em seus olhos - nossa mãe está doente.

Espero que Tom entenda, que estou fazendo isso porque talvez seja a última vez que nos vemos e porque confio nele. Confio nele e quero que minha primeira vez seja com alguém especial. E Tom Kaulitz, é esse alguém. Mas ele entende o lado ruim.

- Então você queria transar comigo só porque vai embora? - pergunta sério.

- Não é só porque vou embora. Quero fazer isso porque te amo - respondo torcendo para que me entenda. Mas ele não diz nada pelo que parece uma eternidade - Fala comigo Tom, por favor.

- Eu não quero fazer isso agora - silenciosamente ele veste a camisa e se levanta - vou lá fora tomar um ar.

Antes que eu possa dizer para esperar, ele já está saindo do quarto. Espero a porta fechar e começo a chorar.
Me visto e saio do quarto de Tom. Vejo Bill chorando ao lado de Gui. Ele também contou. Gustav e Georg estão tentando acalmar os dois com lágrimas ameaçando cair. Meu irmão olha para mim com um olhar de arrependimento. Vou junto a eles e choro. Choro até não poder mais. Choro até chegar em casa. Choro até fazer as malas. Choro até dormir.

Amanhece o dia e vamos com os meninos ao aeroporto. Tom não veio junto. Olho para os meninos que ali estão, assim que chega a hora da despedida.

- Eu amo vocês - rio entre as lágrimas - que bom que foram se esconder no meu mercadinho.

Nos abraçamos em conjunto e choramos. Bill abraça e beija Gui com os olhos vermelhos de tanto chorar. Pelo menos Bill está aqui para que Gui possa se despedir. O meu menino, o menino do piercing, não está aqui.
Vamos em direção ao nosso voo e olho para trás uma última vez. Na esperança de ver Tom junto aos seus amigos. Mas vejo apenas Bill, Gustav e Georg acenando entre soluços.
Entro no avião e choro até chegar em minha terra Natal.

Já faz uma semana que estou no Brasil novamente. Minha mãe está melhor agora, ela nos disse que poderíamos voltar para Alemanha se quiséssemos. Mas eles nem estão mais lá. Foram para Itália. Não quero abandonar minha mãe mais uma vez.

Tentei mandar mensagem para Tom mas ele não me respondeu, então desisti. Bill e Gui conversam todos os dias por telefone, o Kaulitz mais novo afirma que seu irmão gêmeo está sofrendo, que está com saudade de mim. Confesso que tenho minhas dúvidas, se Tom sente tanta saudades assim de mim, porque não foi se despedir e nem responde minhas mensagens?

Está chovendo quando saio da escola. Vou ao ponto de ônibus e espero a chuva passar. O clima está combinando com o que estou sentindo. Não consigo esquecer aquele garoto. Me sinto mal por ter tentado transar com ele antes de contar que iria embora. Me sinto um lixo ambulante.
A chuva está aumentando mais quando vejo um grupo de garotos andando do outro lado da rua. E então reconheço. Reconheço aquele garotos. Tokio Hotel está aqui, só pode ser. O garoto de dreads me vê e corre em minha direção. Mas ele não viu o sinal de trânsito. Uma carro bate nele assim que chega perto de mim. Peço a Deus, com todas as minhas forças, que Tom Kaulitz esteja vivo.


Obs: Eu chorei escrevendo isso KSKDKQKKKKKKKKK. Não se preocupem, não matei o Tom.

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora