-TOM. TOM!!! Você tá bem? O que aconteceu com seu braço?! - Bill senta ao meu lado e me ajuda a sentar também. A dor que sinto em meu braço é insuportável.
Lágrimas brotam em meus olhos mas não deixo elas caírem na frente de Helena. Uma pontada de dor me ocorre e dou um grito.- Ah... acho que quebrei - tento passar a mão pelo meu ombro para senti-lo mas doi de mais, penso no pior - DROGA!! Não vou poder mais tocar guitarra.
- Deixa eu ver - Helena senta-se ao meu lado e pega em meu braço. Uma dor extrema atinge o local onde ela encostou.
- AAAA. Para você está me machucando. - digo entre dentes, me segurando para não gritar mais.
- Fique quieto Tom - Os olhos de Helena estão sérios. Obedeço-a. Ela pega em meu ombro por debaixo da manga da blusa. Agarro a grama do chão e sinto a terra entrando em minhas unhas. Tento não gritar e Bill põe a mão em meu ombro bom - não está quebrado. Você apenas deslocou ele.
- AH GRAÇAS A DEUS!! - grita Bill ao meu lado, olho para ele com uma cara feia fazendo-o mudar de fala - quer dizer... não é tão ruim assim não é?
- Não. Posso tentar colocá-lo no lugar - Helena me olha como se eu fosse aceitar.
- Tentar? A não, nem pensar. Você vai piorar o me... AI PORRA! - antes que eu pudesse terminar a frase, Helena pega meu ombro e o empurra fazendo-o estalar.
- Viu, nem foi tão difícil - com um ar triunfante ela se dirige à Bill - me ajude a levantá-lo e levá-lo até minha cozinha.
Por um lado estou apoiado em Helena e no outro, em Bill. Nos dirigimos até a cozinha. Sento-me em uma cadeira e Helena pega gelo e um pano para mim.- Toma, põe no seu ombro. - ela diz me entregando o gelo enrolado em um pano. Bill me cutuca e digo:
- Ah. Obrigado - a garota assente e nos olha com uma cara séria.
- Mas que ideia foi essa de subir no telhado da garagem e tentar entrar no meu quarto? - seu olhar vai de mim à Bill. Nos entreolhamos.
- Nós queríamos fazer uma surpresa e lhe dizer algo - Bill sem jeito, passa a mão pelo seus cabelos pretos.
- Mas não era mais fácil bater na porta? - Helena ri e logo muda de expressão.
- Bom... Sim mas eu tive a ideia de que ia ser mais divertido - Bill me olha com os olhos triste de arrependimento - Ah! Me desculpe irmão, foi ideia minha. Mil perdões.
Meu irmão mais novo me abraça me apertando, fazendo meu braço latejar.- Meu braço seu idiota - digo o empurrando com o braço bom. Me dirigido à Helena - Vem cá. Como você sabia que meu braço não estava quebrado e como colocá-lo no lugar?
- Minha mãe é enfermeira. Meu irmão já deslocou várias partes do corpo e ela sempre colocava de volta - vejo em seus olhos uma admiração profunda pela mãe - Eu apenas a vi fazendo, imaginei que saberia fazer também.
- Imaginou?! E se não tivesse dado certo? - meu olhos se arregalam com as possibilidades.
- A... mas deu certo. É o que importa - seu olhar fica sério novamente. Adoro quando ela fica séria - Agora me digam, o que vocês vieram me dizer?
- Ah verdade... já tinha esquecido - Bill volta a se alegrar - Seu irmão agora é nosso produtor pessoal.
(Obs* produtor musical*: Dirige o registro sonoro de obras musicais, organiza músicos e cantores, escolhe o estúdio e define o melhor equipamento a ser utilizado. Realiza o controle das sessões de gravação e supervisiona o processo de mixagem.)
Helena paralisa, vejo que olha para mim mas não estou rindo. Então vê que é verídico.- O que???!!! Isso é sério mesmo. Irado! - Bill e eu nos entreolhamos.
- O que é "irado" ? - pergunto
- Ah, é uma expressão que usamos no Brasil, significa que achei algo legal - A garota nos olha com admiração - Vocês sabem alguma palavra em português?
- HA o Tom sabe - Bill olha mim com um sorriso malicioso.
- "Peitos" - digo rindo. Helena solta uma gargalha e todos nós rimos juntos. Quase esqueço o que aconteceu alguns dias atrás no banheiro. Ela parecia muito irritada. Agora não mais.
- PEITOS!? É sério? KKAKKKKKKKK - ela está rindo tanto que teve que se escorar no balcão. Vê-la rindo me deixou feliz.
Depois de recuperarmos o fôlego Bill diz:- Ah... Helen tem mais uma coisa. - ele me cutuca e olho para Helena com arrependimento.
- Eu... Bem... Gostaria de pedir desculpas pelo que aconteceu aquele dia no banheiro. Eu realmente faço isso com frequência mas não imaginei que você teria aquela reação - olho para ela que retribui o olhar com seriedade - Eu não devia ter feito aquilo com você, mas achei seriamente que você estava gostando e continuei. Quando eu via que você ficava corada como está agora, não resisti.
Helena põe as mãos nas bochechas e protesta.- Não estou corada agora. - mente ela com irritação.
- Está sim. - Bill afirma.
A garota muda de assunto.
- A culpa foi minha também. Eu reagi de uma forma que você não esperava e causei tumulto. Peço desculpas por ter te xingado.- Não se preocupe, eu mereci aquele sermão. Mas sou um mulherengo mesmo e não consigo mudar essa parte. - rio e ela ri forçadamente - Da próxima vez vou pedir "oi gatinha, está afim de ganhar alguns beijos e ficar com borboletas na barriga?"
- Não vai ter próxima vez, obrigada. - Helena se dirige até mim rindo, pega o pano todo ensopado e o troca pondo mais gelo.
Meu ombro não parece tão dolorido como antes, se eu não mexesse ele.
Helena para do nada e nos olha.- Espera... mas como vocês foram falar com meu irmão, de ser produtor musical pessoal de vocês? - ela parece confusa agora - foi alguma chantagem pra ele desculpar Tom?
- Nós ligamos para ele ontem e pedimos para passar hoje de manhã no Studio. Talvez tenha sido sim uma forma de pedir desculpas mas não uma chantagem, já que ele desculpou Tom em seu nome - Bill fala por mim - seu irmão é um ótimo profissional e gostamos dele, como não estava indo mais para o Studio resolvemos lhe propor esse cargo. Não se acha produtores tão competentes e parceiros atualmente.
- Mas quando vocês forem fazer shows em outros lugares ele terá que ir junto? - Helena está juntando os pontos.
- Sim e aí vem uma proposta para você - Bill pega as mãos de Helena e à olha com profunda esperança - o que acha de ser assistente de seu irmão e nos acompanhar também?
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Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz
Roman d'amourHelena Guimarães - originalmente brasileira; amante de guitarra e uma pessoa completamente anti-social - se vê obrigada a mudar-se para Alemanha e a morar com seu irmão por conta de problemas familiares no Brasil. Encontra-se trabalhando em um merca...