Um demônio caiu do meu telhado.

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Tom começa a me dar pequenos beijos pelo meu pescoço. Eu não sei o que fazer, meu corpo simplesmente não reage. Ouso dizer que... estou gostando. Ele solta uma de minhas mãos e pega meu queixo e o levanta. Fazendo um perfeito olhar triangular, mexendo o piercing com a língua. O Kaulitz olha para mim de um jeito que minhas pernas tremem. Estamos pertos, pertos de mais. Ele se aproxima com seus lábios e me dá um beijo de canto. Me puxa para mais perto segurando minha cintura. Há borboletas em minha barriga, ou dinossauros. Com minha mão livre, passo meus dedos pelos seus lábios. Tão macios, tão convidativos.
Então tomo consciência do que está acontecendo. Eu estou sentindo algo por ele ou é apenas o momento? Droga. Se ele quer me usar como brinquedinho está muito enganado. Solto minha mão na qual ele ainda prende. Ele parece surpreso. Com as duas mãos livres o empurro, Tom bate as costas contra a pia e solta um gemido de dor. No começo ele parece achar que é parte da brincadeira, mas assim que olha minha cara ele paralisa. Estou chorando.

- Que merda você tá fazendo?! - lágrimas escorrem pelos meus olhos.

- Nossa... Calma - Tom levanta as duas mãos para tentar me acalmar - é só uma brincadeira, pensei que você estava gostando, não imaginei que ficaria tão...

Me aproximo dele com um dedo em seu peito.
- Tão o que Kaulitz? Por acaso você acha graça em brincar com os sentimentos das pessoas?

- O que? - diz ele confuso - Não tem nenhum sentimento envolvido aqui.

- Exatamente, mas se por acaso houvesse hein? Você faz isso com todas as garotas Tom? Porque eu não quero fazer parte de mais uma conquista na sua listinha de merda. - meus olhos estão em chamas, penso se Tom está vendo elas. Porque me parece que sim.

- Não estou entendendo o que você tá querendo dizer... - seu rosto parece confuso e surpreso, acho que nenhuma garota já havia falado desse jeito com ele.

- É claro que não seu mulherengo de merda. - o empurro novamente pela pia e saio pela porta do banheiro. Ouço Tom atrás de mim me chamando. Não paro. Os meninos na mesa vem em minha direção preocupados ao me ver chorando. Os idosos do café me olham confusos. O Kaulitz mais velho sai do banheiro ainda me chamando. Gui o para com um olhar descontente.

- O que você fez Tom? - meu irmão pergunta a ele. Gui é bem mais alto que Tom o que causa arrepios nele.

- A... eu não sei bem... espera Guilh... - é apenas isso que escuto o menino de piercing dizer. Já estou correndo pelas ruas da Alemanha sem saber por ontem ir. Lágrimas de raiva brotam em meus olhos. Nunca um garoto me fez sentir aquilo. E eu odeio isso. Odeio Tom Kaulitz. Meu irmão pega meu braço e levo um susto. Vejo em seus olhos uma raiva fervente mas logo muda, para os olhos calmos e gentis que conheço. O abraço e começo a chorar. Não sei por que estou chorando tanto, apenas deixo as lágrimas caírem.
Gui me leva até nossa moto e vejo tokio hotel tentando nos parar, Tom na frente com um olhar arrependido. Desejo nunca mais ver ele. Gosto de Bill e dos outros garotos, pena que estão sempre com Tom.

Chego em casa e Gui me pede pra explicar o que aconteceu. Digo a ele para não largar o emprego que o que Tom fez, é normal para ele. O problema foi eu que não consegui reagir à aquilo. Digo que nunca mais quero ir ao Studio. A culpa não foi totalmente do Kaulitz mais velho. Para ele, as coisas que fez, são normais. Nunca alguém reagiu como reagi, pude ver nos olhos dele a confusão. Mas ele não devia ter começado com aquilo.
A cada momento lembro de seus lábios nos meus e de seus beijos em meu pescoço. Droga Kaulitz, você mexeu com a minha cabeça.
Gui diz que não vai ir mais ao Studio por alguns dias, vai me ajudar à achar outro emprego. Penso em dizer que não mas ele iria insistir. Vou ao meu quarto e durmo ao lado de minha guitarra. Não tive vontade suficiente de tocá-la. Sinto meu irmão me tampar com uma coberta e de tirar a guitarra do meu lado. Sempre tão atencioso comigo. Senti tanta falta dele quando se mudou aqui para a Alemanha. Que bom que estamos juntos novamente.

Faz alguns dias que achei um emprego novo em uma loja de roupas. Faz alguns dias que não vejo mais tokio hotel.
Tom tentou conversar comigo. Anteontem entrou disfarçado aqui na loja mas, foi pego de surpresa quando uma garota esbarrou nele e viu seu piercing. Todas as meninas da loja foram para cima dele, eu apenas olhei com insignificância. Ele tentou sair daquele mar de fãs mas não conseguiu, olhou para mim com um pedido de socorro. Apenas me escorrei no balcão e fiquei olhando fixamente para ele. Para seu sofrimento. Os seguranças apareceram e o afastou das garotas. O Kaulitz olhou para mim mais uma vez e virou as costas.

Volto para casa e vejo que Gui não está, talvez tenha voltando ao Studio agora que arranjei um emprego. Sento na cama e olho para meu quartinho que agora está arrumado. Faz dias que não estudo mais alemão. Meu irmão disse que estou falando fluentemente. Toco um pouco de guitarra e vou preparar o jantar. Levo meu prato para meu quarto e fico olhando pela janela.
Algo bate contra o vidro fazendo-me dar um pulo e derrubar meu suco na minha blusa favorita da Hello Kitty. Abro a janela e vejo os irmãos Kaulitz no telhado tentando vir até minha janela.

- Boa noite Helen, temos algo para te fal... - Bill para de falar assim que seu irmão gêmeo da um grito e o vejo caindo do telhado. Bill me olha desesperado e desce deslizando até seu irmão. Corro até o jardim e vejo Tom que está segurando seu braço com uma cara não muito agradável.

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora