- Reclamar não vai adiantar nada, Tom - Georg diz.
- Mas eu quero saaaaiiir - passo a mão no rosto - não queria ficar o dia inteiro nesse hotel.
- Nossa vocês viram que consideração? Tomzinho não quer ficar com a gente aqui o dia inteiro - Gustav põe a mão no coração ofendido.
- A não enche. Só não tô no clima - repondo.
- Você arrumou confusão e vai ter que aceitar as consequências - Bill fala.
- Mas eu te defendi - olho para meu irmão que está fazendo torada - deveria me agradecer por ter amassado a cara daquele merdinha.
- E eu agradeço - sorri Bill.
Helena sai do quarto com uma cara de cansada. Ela está em semana de provas e suas olheiras confirmam.
- Eu simplesmente odeio matemática - diz ela sentando no sofá.
- Não só você - Gustav fala.
- Onde está Gui? - pergunta a garota querendo saber.
- Ah... ele recebeu uma ligação. Do seu pai - Bill responde por nós.
Vejo Helena se enrijecer. Ela não queria passar o tempo com o pai. Com a nova família dele. Ela se recusa a gostar deles.
Guilherme entra na cozinha gritando.- QUEM TA AFIM DE PESCAR? - ele nos olha esperançoso - vai ser maneiro. Em um lugar isolado. Sem ninguém para nos atrapalhar.
- A não ser aquele seu irmão lá - digo estressado.
- É, realmente. Mas qualquer coisa a gente afoga ele - ri Guilherme - o que acha Helena?
- Ah... você sabe a minha resposta. Mas se a maioria querer ir, eu vou - fala depois de um tempo pensando.
- Ok. Levanta a mão quem quer ir - sugere o irmão de Helena.
Georg, Gustav e Guilherme levantam as mãos. Bill levanta após alguns segundos. Eu e Helena nos entreolhamos dando de ombros, aceitando a derrota.
Pescar nunca foi meu passa tempo preferido. Eu não tenho paciência. Mas faz tempo que não faço algo diferente. Chegamos no local de encontro e entramos na camionete do pai de Helena. É claro que não teve espaço para todos nós nos bancos, então alguns ficaram na carroceria. Para meu desprazer, só os meninos ficaram atrás. Incluindo John. Passo o tempo inteiro tentando não olhar para ele. E o mesmo faz o contrário, sabendo que estou evitando lhe olhar.
- Então vocês são um casal? - pergunta John apontando para Guilherme e Bill.
- Sim - responde Bill secamente.
- Hmmm. Maneiro. Não sou homofóbico se estão pensando isso - se justifica ao ver nossas caras de descontentamento - eu só acho meio estranho, e meio nojento também. A forma de como vocês... sabem.
Bill levanta as sobrancelhas e olha para Guilherme, que começa a rir depois desse comentário.
- Bom... você acha isso. Eu não me importo - responde Guilherme ainda rindo.
- Sempre quis ter um cabelo igual o seu, Georg - fala John mudando de assunto.
- Ah. Obrigado, eu acho - agradece Georg confuso.
Passam o resto da viagem falando sobre assuntos aleatórios. Fico observando Helena pelo vidro, conversando com Milie e Josie. As duas parecem adorar ela. A garota me pega olhando para ela, e sorri. Aquilo faz meu coração bater mais forte, essa garota me deixa drogado.
Chegamos a um lago extremamente grande. Há um deck para pescaria no meio dele. Todos nós pegamos algumas varas e nos dirigimos até ele. A minhoca se remexe em minhas mãos. Sinto arrepios ao colocá-la no anzol. Descanse em paz.
Minutos se passam e eu não pesquei nada. Guilherme e seu pai estão empatados. 8 peixes cada. Helena está no mesmo barco que eu, não pegou nada. E me olha rindo quando perco um peixe.- Você poderia ir no lugar da minhoca - digo me aproximando dela com um olhar malicioso - você é uma isca muito mais apetitosa.
Ela solta uma gargalhada e ficamos ali, nos olhando. Até um idiota, vagabundo, asqueroso, arrogante, geladinho de chorume, desgraçado nos separar. Ficando entre Helena e eu.
- Oi pombinhos - diz com um ar inocente John - do meu lado não tinha muito peixe. Posso pescar aqui?
- Não - repondo.
- Ah... Tom - fala Helena me olhando em descontentamento - John, receio que você não terá tanta sorte aqui. Eu e Tom não pegamos nad...
Antes de Helena terminar de falar, John fisga um peixe. E não é um peixe qualquer. É o maior de todos que já foram pescados hoje. Eu e Helena nos entreolhamos boquiabertos. Todos ao redor aplaudem o peixe pegado por John. Desisto e sento no banco. O merdinha chega perto de Helena. Fica por trás dela e a ensina a como pegar direito no anzol. Tento pensar que não é nada demais. Mas ele continua segurando nas mãos dela. Um ciúme me atinge e me levanto indo até eles.
- Helena. Você quer dar uma volta comigo por aí? - pergunto tentando manter a calma.
- Ah mas eu acho que apredi a como pesc... - ela para ao ver meu olhar - tá bom então. Tava meio chato mesmo.
- Posso acompanhar vocês? - pede John.
- Não, não pode - respondo secamente. Larga do meu pé chulé.
- Mas vocês não sabem nada daqui. E se se perderem? - ele insiste.
- Foda-s... - tento falar mas Helena me corta.
- Pode ser. Mas só dessa vez - fala ela - nos mostre os melhores lugares para andarmos.
Lanço um olhar de desentendimento para Helena que dá de ombros.
Andamos por planícies cheias de flores, com gramas verdes brilhantes. Destacando a paisagem. Tudo seria mágico e romântico se não tivesse esse pé na bunda com a gente. Helena e ele passam a maior parte do tempo conversando. Eu não digo nada por não querer mesmo. Esse cara me irrita e me dá vontade de soca-lo até a morte. Talvez eu tenha exagerado, ou não.
Tento ignorar alguns comentários que faz para Helena. Elogios. Me seguro para não pular nele. Talvez esteja querendo ter uma relação boa com ela. Mas é muito estranho o jeito que John olha para Helena. Chego ao meu limite.
- Cara, você pode parar de gadear a minha namorada? - pergunto irritando.
- Gadear? Só estou elogiando a minha irmã - se justifica ele.
- Elogiando o cacete. Pode voltar pro deck, não precisamos de você aqui - digo o olhando com raiva.
- Tom... - começa a dizer Helena.
- Tudo bem Helena. Vou deixar vocês a sós. Foi muito bom conversar com você - ele acena e anda em direção ao deck.
Após uma distância razoável. Helena me olha desapontada.
- O que deu em você? Ele estava sendo legal comigo.
- Ele estava te olhando estranho, como se ele quisesse... - tento achar as palavras.
- Quisesse o que Tom? - pergunta ela sem entender.
- Algo a mais. Mais do que uma relação entre irmão ou amigos.
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Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz
عاطفيةHelena Guimarães - originalmente brasileira; amante de guitarra e uma pessoa completamente anti-social - se vê obrigada a mudar-se para Alemanha e a morar com seu irmão por conta de problemas familiares no Brasil. Encontra-se trabalhando em um merca...