Estamos indo com os irmãos Guimarães para a casa dos pais deles. Helena está meio quieta. Ver o pai depois de muito tempo, sabendo que ele preferiu ficar com outra família, deve ser difícil.
- Espera! PARA O CARRO - Bill grita do nada e sai do carro assim que ele para.
- O que aconteceu? - pergunta Helena vendo Bill correndo até uma banca de revistas.
- Talvez tenha visto uma revista com a gente na capa. Ele é meio obcecado por isso - ri Gustav.
- As pessoas vão ver ele desse jeito. Vão querer autógrafo a... olha lá. Não disse? - diz Guilherme assim que um grupo de garotas para Bill no meio do caminho. Ele as abraça e tira algumas fotos. Entra no carro ofegante.
- OLHA ISSO!! A GENTE TA NA CAPA. METCH KAULITZ - seus olhos brilham olhando para a revista.
- Deixe-me ver - digo tirando da mão dele.
- Nossa. Eles podiam ter pedido para fazermos uma pose - Helena fala ao meu lado - nem sequer permissão pediram.- Mas eu saí bonitão de qualquer jeito. Você também gatinha - pisco a garota que sorri.
A viagem inteira, Bill e Guilherme ficaram discutindo sobre a revista. Helena voltou ao seu silêncio habitual. Segurei sua mão e a mesma me lançou um olhar de agradecimento, mas ela a tira assim que a sinto estremecer. Desde aquele dia com as fãs, ela meio que parece estar... me ignorando. Dou o espaço que ela precisa. Para que consiga organizar seus pensamentos sozinha. Mas sinto falta de seus beijos. De seus abraços. Esperarei até que eu me permita.
Chegamos a uma casa simples mas muito bonita. Saímos do carro e olhamos em volta. É uma casinha meio isolada. Espero que ninguém nos veja. Somos atendidos por um homem alto, de cabelos castanhos e de ótima forma. Vejo Helena recuar assim que o vê.- N-não. Eu não consigo fazer isso - diz a Guilherme.
- Está tudo bem. É só hoje que o veremos. É um oi e um adeus - tenta Guilherme persuadir a irmã.
- Relaxa. A gente tá aqui com você - digo me aproximando dela, que em resposta meu dá um sorriso amarelo.
O homem parece feliz ao ver os filhos. Elogia eles tantas vezes que perco a conta. Os abraça e os beija. Quando Helena está em seus braços, lágrimas se formam em seus olhos.
- Então vocês devem ser Tokio Hotel? - pergunta ele animado, limpando seus olhos - um prazer conhecê-los. Minhas filhas, ah... minhas enteadas são muito fãs de vocês.
- O prazer é todo nosso - reponde Bill sem jeito.
Entramos na casinha e vemos ali uma mulher com duas filhas. Uma parece ter uns 16 e a outra 14. Elas nos olham com admiração. Imagina ter seus maiores ídolos na sua própria casa? A mulher, que acredito ser a madrasta de Guilherme e Helena, os cumprimenta com um sorriso no rosto.
- Marcos me falou muito bem de vocês. Entendo que podem não gostar de mim agora mas... espero que podermos ter uma boa relação - ela se aproxima deles com um abraço.
Helena endurece ao seu toque. Ela me olha e força um sorriso. Sorrio em resposta e ganho um susto, ao ver as duas meninas aparecerem em minha frente.
- Você é o Tom Kaulitz mesmo? - diz a mais velha - É tão mais bonito pessoalmente.- Oh Gustav, eu adoro ver você tocar bateria - diz a mais nova para o loiro que se surpreende.
- Georg seus cabelos são tão lindos. Adoro seu corpo definido - ele fica sem palavras ao receber tal elogio de uma das irmãs.
- Bill eu adoro sua voz. Seu cabelo é tão perfeito. Mesmo meu irmão tentando discordar - diz a mais velha.
- Irmão? Onde ele está? - Bill pergunta confuso ao não ver ele ao redor.
- Ah ele está no quarto. Ele não gosta muito de vocês. É o que diz pelo menos - responde uma dando de ombros - Querem ir ao nosso quarto? Temos vários pôsteres de vocês.
Olhamos para os pais das meninas que concordaram. Lanço uma olhar para Helena que assente. Não queria deixa-la ali sozinha. Pelo menos Guilherme está com ela.
Subimos as escadas e entramos no quarto das meninas. Fico boquiaberto. A parede está cheia de pôsteres de várias bandas. A nossa esta ali também. As meninas tem blusas, faixas de nós. Visitar um espaço de um fã não foi muito a minha praia. Uns são tão obcecados que me dão medo.- Ah então vocês são Tokio Motel? - uma voz surge da porta me fazendo virar.
- Tokio Hotel - corrijo secamente.
- Calma aí americano. Só tô zoando - diz o irmão das meninas me encarando com um olhar de desafio.
- Americano o cacete. Eu sou alemão - respondo me segurando pra não socar sua cara.
- Como é nome de vocês mesmo? - pergunta ele entrando no quarto, nos olhando um por um - Gustavirilha, Georvagina, Billau e Tomiachando?
O encaro. Meus olhos queimam de raiva, assim como todo o meu corpo. Quem ele acha que é pra dizer essas coisas horríveis? Na frente das irmãs? Filho da put...
- Se você falar isso mais uma vez - me aproximo dele - eu te arrebento.
- Você deveria sentir vergonha por ter falado essas coisas na presença das suas irmãs - Bill fala.
- Ah... tudo bem Bill. Ele é sempre assi... - uma das meninas tenta falar até ser interrompida.
- Oh. O espanador quer me dar um sermão - provoca ele sorrindo - ou seria um porco espinho.
Então esqueço de tudo. Esqueço que estou na casa do pai de Helena. Esqueço que estou na frente de fãs nossas. Esqueço que Georg e Gustav estão presentes. Só está eu, Bill e esse babaca. Uma raiva imensa me consome. A vida inteira sofremos bullyng. Paramos de ir à escola por conta dessas merdas. Nós tentamos ignorar a maior parte dos insultos. Se for para mim eu mando um foda-se, mas... se mexeu com meu irmão, mexeu comigo. Fecho o punho e atinjo a cara do merdinha com tanta força que ele cambaleia para trás. Os meninos gritam e tentam me afastar. Mas antes que consigam, o garoto vem em minha direção e me derruba no chão. Bato minhas costas no chão e grito de dor. Sinto sangue em minha boca após receber um soco dele. Revido. Minha mão atinge seu nariz o fazendo sangrar. Sorrio. Rolamos no chão nos batendo. Mãos tentam me tirar de cima dele. Ignoro socando esse idiota o máximo possível.
- TOM! PARA - uma voz atinge meus ouvidos me fazendo parar. Olho para trás e vejo Helena me olhando com total desapontamento - O que você está fazendo?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz
Storie d'amoreHelena Guimarães - originalmente brasileira; amante de guitarra e uma pessoa completamente anti-social - se vê obrigada a mudar-se para Alemanha e a morar com seu irmão por conta de problemas familiares no Brasil. Encontra-se trabalhando em um merca...