Nem tudo dura para sempre.

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Desço do taxi e procuro um lugar bom para sentar. Há vários casais espalhados pela grama. Arrumo um cantinho e baixo de uma árvore. Sorrio. Estou feliz que Tom aceito vir. Ele disse que ia demorar um pouco, sem problemas. Pego um livro e espero.

Nuvens cinzas surgem no céu. Já se passou meia hora da mensagem de Tom. Espero mais um pouco. Não posso perder as esperanças. As pessoas ajuntam as coisas e saem dali. Pingos começam a cair. Fico ali. Na chuva. Tentando não pensar no pior. Que Tom esqueceu, ou não quis vir. Recebo uma mensagem. Meu coração acelera esperando ser uma de Tom. Mas é de um número anônimo.

*Olhe esse vídeo*

Fico sem entender e clico no play.

Meu coração para.

Um vídeo de Tom se jogando em cima de John. Batendo nele. Não acredito. Não é possível. O que deu na cabeça do Kaulitz? Ele escolheu dar uma surra em John do que vir ao piquenique comigo? Como poderei olhar na cara do meu pai, sem sentir vergonha do que Tom fez com seu filho? Minhas lágrimas de frustração se misturam com as gotas de chuva.

Fico ali. Observando os pingos caírem. Até alguém se aproximar com um guarda-chuva. Olho para cima e vejo John com o nariz vermelho e meio torto. Foi quebrado.

- Desculpa - digo o olhando.

- Não se culpe - diz estendendo a mão para mim rindo - não foi você que o quebrou.

- Mas foi por minha causa - choramingo - Tom ficou com ciúmes e descontou em você.

- Relaxa. Vem, vou te levar pro Hotel - John segura minha mão e me conduz até seu carro.

- Não - paro. Tom estará lá. Não quero ver a cara dele. Ele me deixou esperando, mais uma vez - posso ir... á sua casa?

Chego na casa de meu pai que me abraça preocupado. Digo que não foi nada de mais e subo para trocar de roupa. Milie me empresta algumas de suas roupas íntimas e meias. Josie me empresta um calça e um casaco.

Meu celular vibra de mensagens. Ignoro. Não estou com cabeça para isso. Deito na cama de uma das meninas. Fico ali, olhando para o teto. Adormeço.

Acordo com alguém me chacoalhando.

- Helena? Ah. Que bom que você está bem! - Gui me abraça e sinto o calor de seu corpo. Me aconchego nele - ficamos tão preocupados. Ainda bem que eu tinha ideia de onde você tinha ido. Mas... você veio pra cá, mesmo sabendo de tudo que John fez?

- Como assim? - pergunto confusa.

- Você não viu? Foi John...

Alguém interrompe Gui. Tom aparece na porta. Enrijeço. Ele me olha da mesma forma. Não ligo.

- Ah... acho que deixarei vocês conversarem - fala meu irmão indo até a porta.

- Não - digo seguindo Gui - não temos nada para conversar.

- Temos sim - Tom me para com seu braço - ou vai fugir de novo?

Olho para ele com um ódio crescente. Fecho a porta e me viro para ele.

- Não acredito que você veio pra cá - fala Tom olhando ao redor - mesmo depois de tudo que John fez.

- Depois de tudo que John fez? - me aproximo o olhando fixamente - foi você que o bateu. Foi você que me deixou sozinha de novo.

- Ele deve ter te mostrado só uma parte, não? - o Kaulitz ri de deboche - você não sabe o que ele disse pra merecer aquele soco.

- E O QUE ELE DISSE? - pergunto irritada.

- Helena... ele disse que era uma pena, você ser apenas uma irmã- ele fala - e falou mal de Bill de novo.

- Como você poderia saber, que ele me vê além de uma irmã? E se ele só estava te provocando? - semicerro os olhos - mas a parte de você ter o batido por Bill está correta, só não precisa ter quebrado o nariz dele.

- Ah... porra - Tom passa as mãos no rosto em sinal de irritação - POR QUE VOCÊ FICA SEMPRE O DEFENDENDO? NÃO AJA COMO SE FOSSE A ÚNICA VÍTIMA AQUI. VOCÊ NÃO ME CONTOU SOBRE AS VOZES.

- Espera... quem te contou?

- John - reponde Tom com desprezo.

Paraliso. Eu não contei a John. Contei para meu pai. Sinto uma vontade enorme de chorar. Eu disse isso a ele porque achei que poderia me ajudar. Eu confiei nele. Pedi para não contar para ninguém.

- Eu ia te contar Tom - tento me desculpar - mas eu fui interrompida quando tive coragem de te falar.

- E porque não tentou falar de novo? - pergunta ele me precisando - você não confia em mim?

- Não... não é isso - tento dizer.

- ENTÃO ME FALA O QUE É - grita ele - Qual é o seu problema de não acreditar em mim? No que digo sobre John? Parece que você ama ele.

- E você me ama? - pegunto o fitando.

- Não muda de assunto Helena - diz ele levantando o dedo.

- Não fuja da pergunta Tom - o imito.

- É claro que sim - reponde depois de alguns segundos.

- É claro que sim o que? - pergunto o encurralando. Espero que Tom diga que me ama. E eu deixarei essa briga de lado. Realmente tentei não me importar com isso. Ele não precisava dizer que me amava. Seus gestos diziam isso. Mas eu precisava ter certeza - por que você nunca disse que me ama?

- Ah... você não entenderia - diz.

- Então me explique para que eu entenda - me aproximo o olhando profundamente. Ele não responde. Apenas me olha pensativo - as vezes... acho que sua vida seria melhor sem mim.

- O que? - pergunta de repente.

- Você se privou de coisas significativas por minha causa - continuo.

- Não Helena você não tem culp...

- É claro que eu tenho. Eu via sua cara quando Georg e Gustav iam nas festas, e você não - lágrimas brotam em meus olhos - sua vida seria melhor sem mim.

- Espera... você está sugerindo para que terminemos? - pergunta Tom ofendido.

- Não. Eu não estou querendo dizer iss...

- Mas é o que parece - me interrompe ele - Entendi. Não precisa dizer mais nada. Já vi que sou um fardo pra você.

- Tom desculpa. Não era isso que eu quis dizer - tento me desculpar - mas... junte as peças. Somos completamente diferentes. Se não desse certo seria compreensível.

- Você tem razão. Sabia que isso não duraria muito tempo. Aliás, minha vida era muito boa antes de você aparecer - lágrimas também surgem em seus olhos - mas eu descobri algo melhor. Estar com você. Mas parece que você não pensa o mesmo.

Antes que eu possa reunir palavras para dizer alguma coisa. Tom sai fechando a porta na minha cara. Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Meu coração se despedaça. Se quebra.

Alguém me liga.



Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora