Um adeus.

1.5K 143 63
                                    

Continuação.... (Helena History)
 

         - Alô - tento disfarçar minha voz de choro - Mãe?

           - Oh minha filha - a escuto soluçar do outro lado.

           - Mamãe? O que houve? - pergunto, esquecendo de meus problemas por alguns segundos - Por que está chorando?

            - A sua tia meu bem... ela está internada. Teve uma parada cardíaca - diz ela chorando - Seus primos estão arrasados.

            - Sinto muito Mãe. Mas vai ficar tudo bem. Titia é forte, você sabe - a encorajo.

            - Meu bem... eu preciso te pedir uam coisa - sua voz sai fraca - preciso que alguém fique cuidado da casa, enquanto fico com sua tia no hospital. Você e seu irmão podem discutir sobre isso?

              Meu coração se aperta mais. Voltar ao Brasil? Definitivamente não estava nos meus planos. Lembro da briga com Tom. Acho que é melhor eu me afastar, mas... eu amo tanto esses garotos.

               - Ah... tudo bem. Falarei com o Gui mamãe - digo tentando não chorar - te ligarei assim que tomarmos uma decisão.

             Desligo assim que nos despedimos. Me levanto e olho para os pôsteres de Tokio Hotel na parede. Meu coração se despedaça. É claro que eu é que teria de ir. Gui tem um trabalho mais importante aqui. Ele é mais importante. Sou apenas... uma assistente.  
   
              Saio do quarto pretendendo descer as escadas. Paro. Estou na frente do quarto de John. Ele está lendo um livro qualquer. Entro em seu quarto.

              - Oi Helen... - ele para de falar assim que vê minha cara. Meus olhos queimam de raiva.

               - Você deve achar engraçado não? - digo o fitando - arruinar a vida dos outros.

                - Do que você está falando? De Tom? - ele se levanta rindo de deboche - sinceramente, ele não é o cara certo pra você.

                - E como você pode ter tanta certeza? - pegunto me aproximando.

               - Porque... Helena... você já deve saber. Que eu não gosto de você apenas como um irm...

               - Não. Não. Você não vai falar sobre isso agora - interrompo-o. Não quero falar sobre isso.

              - Helena... eu não posso fugir dos meus sentimentos - diz ele segurando minhas mãos - eu te am...

           Antes que ele possa terminar. Lhe dou um tapa. Lágrimas caem de meus olhos. Lágrimas de tristeza. Lágrimas de raiva.

               - Eu passei o tempo inteiro, me recusando ver a verdade. Eu me recusava a aceitar que meu meio irmão estava apaixonado por mim - falo com desprezo - Porque... eu não queria ter mais um motivo para não ver meu pai. Eu estava tão feliz de ter o reencontrado. De escutar sua voz chamando meu nome. E você estragou tudo. VOCÊ TIROU MEU PAI DE MIM E AGORA TIROU TOM.

             - Isso não foi minha culpa - John massagea a bochecha vermelha, me olhando espantado- A primeira parte pelo menos. Mas por que você não gostaria de ver o seu pai sabendo que gosto de você?

               - Porque eu não suportaria um ser desprezível como você gostando de mim. Vivendo na mesma casa que eu - o queimo com os olhos - Espero que você se arrependa do que me fez sentir.

        Me viro indo em direção a porta.

             - É claro que você vai escolher esses babacas ao em vez de mim - diz John deixando cair sua máscara de bonzinho - você é tão ingênua. Gostando daquele idiota do Tom. Mulherengo de merda.

             Antes que eu possa perceber. Fecho o punho e vou em direção ao maxilar de John. Ele cambaleia para trás assim que recebe meu golpe, me olhando assustado.

                - Se você falar mal de Tom mais uma vez, ou de qualquer outra pessoa que eu ame, você se arrependerá para o resto da sua vida - massageio minha mão dolorida e saio do quarto.

        Ao descer, vejo apenas Gui, Georg, Gustav e Bill me esperando. Olho ao redor procurando o menino do piercing. Lágrimas novas descem por meu rosto. Os meninos me abraçam e me dou conta que terei de ir embora. Terei de deixa-los por tempo indeterminado.

         Chegamos no Hotel. Vou em direção ao quarto de Tom. Mas a porta está trancada. Tento o chamar. Mas ele não responde. Sinto que me afogarei em minhas próprias lágrimas. Vou até o quarto de Gui. Ele me olha com preocupação.

           - Mamãe te falou, não? - pergunta ele tristemente.

             - Sim - repondo. Depois de alguns segundos de silêncio continuo - Eu vou. Você tem um trabalho pra fazer. E eu nem faço nada que preste mesmo.

              - Não fala isso. Você purifica esse lugar. Eu não queria que você fosse. Mas eu não posso simplesmente abandoná-los - suspira Gui - abandonar Bill.
   
           Eu protestaria em ir. Caso eu e Tom estivéssemos juntos. Mas eu estraguei tudo. E ele me odeia agora. Vou até a sala e reúno Bill, Gustav e Georg. Digo que terei de ir. Voltar ao Brasil. E que não sei quanto tempo ficarei lá. Os meninos me abraçam chorando e lamentando.

Vou até a porta do quarto de Tom. Escoro minha testa nela. Torço para que ele me escute.

           - Oi Tom - a primeira palavra já me faz querer chorar - Eu sei que você não quer falar comigo. Eu sei que você está certo em fazer isso. Me desculpa. Você tinha razão o tempo todo. Eu fui burra em não querer aceitar. Falei com John. Você deve saber a resposta. E a verdade pela qual eu me recusava a aceitar, era porque não queria ter mais motivos para odiar meu pai. Odiar a nova família nova dele. Não te contei sobre as vozes Tom, porque não queria que você me achasse fraca. Invulnerável. Eu tentei te contar. Mas não consegui - lágrimas inundam meus olhos - E... Tom... eu vou ter que... ir embora. Minha tia está no hospital. Minha mãe vai ter que cuidar dela. Precisa de alguém e para cuidar da casa e de meus primos. Eu vou ir. Não tem nada que me prenda aqui. Além de você. Mas... eu estraguei tudo. Sinto muito Tom - digo entre as lágrimas - eu te amo. 

         Espero que Tom abra a porta. Mas ela permane a mesma. Vou até meu quarto e faço minhas malas. Mamãe disse que terei que ir o quanto antes.

       Não tive uma boa noite se sono. Olhava fixamente para a porta esperando o meu garoto. Mas ele não aparecia. Amanhece o dia e os meninos me ajudam a levar as malas até o aeroporto. Isso me lembra a vez que tive que voltar quando mamãe estava doente. Eu e Tom tínhamos nos desentendido também. Não tenho forças para sorrir de tal coincidência. Os menino pedem se quero que eles esperem meu voo comigo. Digo que não. Prefiro me despedir logo deles. Passarmos mais tempo juntos, significa que doerá mais.

            - Sinto muito por Tom - Bill me abraça chorando - eu te amo Lena. Não queria que fosse.

             - Está tudo bem - minto entre mais lágrimas - eu sentirei sua falta BigBill.

             - Que pena que vou ter que comprar uma escova nova - Georg diz ao me abraçar com os olhos lacrimejando.

            - Ah - abro minha mala e pego minha escova - pode ficar. Uma lembrança. Você cuida muito melhor dos seus cabelos do que eu cuido dos meus.

            - Valeu - agradece Georg me abraçando mais uma vez.

              - Nosso Hotel vai virar um chiqueiro sem você - ri Gustav ao se despedir de mim - você fará falta.

             - Fará mesmo - Gui repete rindo entre as lágrimas - Eu te amo irmã. Se cuida. Espero te ver em breve.

           Os meninos vão em direção ao carro e aceno em adeus. Fico ali. Esperando meu voo. Olhando para os casais se despedindo. Uma dor atinge meu peito.

         Queria que Tom estivesse aqui.

            

 

        

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora