Apenas amigos.

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Hoje

- Você lembrou. - Helena me diz assim que nos afastamos do beijo. Seu olhar está triste.

- Sim. - respondo tentando clarear minha mente.

- E então?

- Eu não devia ter feito aquilo. - sento na cama e olho para ela.

- Não devia ter feito mesmo - seu tom está calmo apesar de tudo - e ainda por cima você me deixou sozinha, foi pegar outra garota e vomitou em mim.

- Não disse em relação ao beijo. Não me arrependo de ter te beijado. Só de ter feito o que fiz depois - olho para ela que está escorada na parede de meu quarto. A garota de olhos verdes está vermelha e se contorce de nervosismo. - Eu não sou o cara certo pra você, não quero te machucar. Sabe disso.

- Sim eu sei mas... mesmo assim, por algum motivo, me sinto atraída por você. Por suas imperfeições - em referência à conversa de ontem. Depois de alguns minutos de silêncio suspirando ela diz - Quero que sejamos amigos. Sem desentendimentos. O que acha?

- Mas amigos não se pegam e eu queria te pegar. Brincadeira não precisa me olhar com essa cara - minto rindo assim que vejo seu olhar desafiador, tenho um desejo estranho por essa menina. Me levanto e vou até ela. Estendo a mão. - Amigos? Ou quase amigos?

- Amigos. - ela aceita minha mão e fechamos nosso acordo.

Saímos do quarto com um ar diferente do que quando entramos. Helena está mais sorridente e eu mais quieto. Estou pensativo.

Sinto algo por essa garota que não sei bem o que é. Quando vejo ela sorrindo tenho vontade de sorrir também. Meu peito dói. Faz algum tempo que não sinto atração por alguém e quero ir além de só beijos.
Cada vez que olho para os lábios dessa garota, eu lembro de como é a sensação de sua boca na minha. Evito pensar nisso. Evito olhar pra ela como se quisesse beijá-la só mais uma vez. Evito me arrepiar a cada sorriso que ela dá. Evito ver Guilherme e Bill juntos e não pensar que podia ser eu e Helena. Mas sou um babaca. Mulherengo. Eu à machucaria mais uma vez se a tivesse pra mim. Não sei como mudar. Sou assim desde que me conheço por gente. Amo mulheres e nunca me contentei com apenas uma boca. Tentarei não magoar Helena novamente. Tentarei não a querer.

Já está tarde quando termina o jogo. Georg ficou com algo não muito agradável desenhado na cara que Bill me desafiou a fazer, após Georg desafiar Helena a fazer uma maria chiquinha no cabelo de Bill.

- Vocês não querem dormir aqui? Já está tarde para irem agora - Perguntou meu irmão gêmeo fazendo beicinho a Guilherme e Helena que cederam.

Ofereci meu quarto para Helena ficar, Bill pediu na brincadeira para Guilherme dormir com ele. Ele aceitou.

- Não quero escutar nenhum barulho, ouviram? - digo a eles rindo.

Bato na porta do meu quarto, esperando Helena abrir, porque esqueci de pegar um travesseiro já que dormirei na sala. Ela não abre. Bato de novo mas ninguém vem. Então entro. Helena não está aqui. Creio que esteja tomando banho. Assim que pego um travesseiro a garota entra só de toalha. Paraliso. Que visão meus amigos, que visão. Helena fica escarlate.

- O que você tá fazendo aqui no meu... seu quarto? - pergunta irritada.

- Vim pedir se eu poderia dormir com você - ironizo - Só vim pegar um travesseiro.

- Vai fazer o que com ele? - ela está com um sorriso malicioso na cara.

- Você pensando nessas coisas Senhorita Guimarães? Que feio de sua parte, já é crescidinha pra pensar nisso. - jogo o travesseiro nela.

Ela parece ofendida e me dá uma travesseirada na cara. Revido. Pego outro travesseiro e dou uma nela também. E então a verdadeira guerra começa. A Guerra de Travesseiros.
Começamos a jogar sério, Helena está muito sexy com o cabelo molhado e de toalha. Ignoro esse fato. Me jogo em cima dela prendendo seus braços na cama para ela não poder me bater com o travesseiro. Ela está do jeito que amo, toda escarlate. Mas saio de cima dela assim que penso em coisas desnecessárias.
A garota me dá uma travesseirada na minha barriga me fazendo perder o ar e então dou uma na sua barriga fazendo a toalha... cair. Porra.

Helena solta um grito pedindo para eu não olhar enquanto pega a coberta para se tampar. Tarde de mais.
Só vejo a parte de cima e fico sem palavras. Eu não devia ter olhado. Agora estou me sentindo estranho. Ela vê minha cara e me diz pra sair. Mas não saio. Não consigo sair. Eu à vi sem roupa. Sinto que vou desmaiar.

- Você está bem, Tom? sua cara está branca - diz ela ofegando. Me fazendo pensar em coisas absurdas - você não viu nada né?

- N-não - minto ainda sem sair do lugar.

- Você pode pelo menos se virar para que possa me trocar?

- Não - digo automaticamente mas mudo de fala - quer dizer posso sim.

O que está acontecendo comigo? Eu já vi mulheres sem roupas muitas vezes, principalmente em shows, mas essa garota literalmente mexeu comigo.

- Pronto, pode virar. Quer continuar com a guerra ou...

- Sair. Eu... eu vou sair, preciso fazer uma coisa no... negócio - esqueci totalmente como falar. - Boa noite.

Antes que ela possa me responder saio desesperado do quarto e fecho a porta. Droga. Esqueci o travesseiro.

Acordo com dor nas costas. Percebo algo aconchegante na minha cabeça e vejo um travesseiro. Eu não tinha esquecido?
Bill aparece com um humor diferente do normal.

- Você disse para que mim é Gui não fazermos barulho mas seu quarto ontem, estava muito barulhento - diz ele com um sorriso malicioso.

- A gente só tava brincando de guerra de travesseiro. E vocês estavam brincando de algo? - levanto as sobrancelhas sabendo a resposta.

- Cala a boca - responde ele assim que Guilherme, Gustav e Georg entram na sala.

Tomamos café e todos me perguntam o porque do barulho vindo do meu quarto ontem à noite. Digo que era só uma brincadeira. Me olham com desconfiança.
Helena ainda não acordou e Guilherme me pediu para acordá-la, porque vamos ao Studio. Pretendemos lançar um novo álbum dia 23 desse mês. Então precisamos nos organizar.

Entro no quarto e vejo Helena dormindo com seu pijama da Hello Kitty, é sério? Tendo acordá-la mas ela não se mexe. Então pulo por cima dela. Ela acorda com um grito me empurrando e acabo caindo no chão.

- Meus Deus Tom. Você quer me matar de susto?

Não, não quero te matar. Quero fazer outras coisas com você.


Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora