Eu te amo.

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No chão uma lágrima caiu
Foi dor, Foi desgaste na alma. Foi o coração que se partiu.

Ela se foi. Eu a deixei ir. Fui orgulhoso demais. Fui burro demais. Me arrependo de tudo que disse. Meus olhos estão vermelhos. Meu coração está partido em dois. Achar alguém como ela, as chances são mínimas.
Eu quero ouvir sua voz de novo, eu quero sentir seu toque de novo. Seus lábios nos meus. Eu devia ter aberto a porta. Falado o que eu realmente sinto. Mas não fiz. Não posso voltar à trás. Eu nunca imaginei que alguém poderia mexer comigo dessa forma. Essa dor. Essa dor é por ela.

Bill bate na porta interrompendo meus pensamentos.

- Tom. Ainda dá tempo. Você pode ir lá. Se despedir dela da forma certa. Não fica aí pra sempre. Você sabe que se não for, vai doer mais - diz ele.

- Eu não a mereço - digo abrindo a porta, olhando para ele que está com os olhos vermelhos também - ela é boa demais para mim.

- Você está se rebaixando dessa forma? Isso prova que você a merece. Você a ama Tom, vá dizer a ela antes que seja tarde demais - ele me balança.

- Eu não queria ter a magoado - digo olhando além de Bill - não a mereço.

- A CALA BOCA TOM. E DAÍ QUE VOCÊ NÃO A MERECE, PÕE VERGONHA NESSA CARA E VAI ATRÁS DELA - Meu irmão gêmeo grita. Me fazendo ficar de olhos arregalados.

- Dá tempo? - pergunto olhando o horário - Que horas é o voo dela Gui?!

- 9:30 - responde.

- 10 minutos Tom. Dá tempo - Bill me encoraja - VAI LOGO.

Pego as chaves do carro de Goerg. Desço o elevador suando de nervoso. Dou partida no carro e vou em direção ao aeroporto. Vou o mais rápido que consigo. Ignoro as pessoas me xingando. Me dizendo para ir mais devagar. Ligo para Helena.

- É a Helena, deixe o recado que eu ligo de volta - escuto sua voz, ao cair na caixa postal.

- É... oi Helena... é o Tom, se você ouvir isso me liga - deixo o recado. Tentando permanecer calmo - por favor, por favor.

Estaciono o carro de qualquer jeito e entro correndo no aeroporto. Vejo as listas de voo. Vou em direção ao de Helena. A fila está enorme. Droga. Vou até a moça que monitora a fila.

- Desculpe eu preciso passar - falo.

- Passaporte? - pergunta ela me olhando tediosamente.

- Ah bom.. eu não tenho mas por favor, me deixe passar - Imploro - você me conhece? Sou o Tom Kaulitz. Guitarrista da banda Tokio Hotel. Te dou um autógrafo se me deixar passar. Só preciso falar com alguém.

Seguranças aparecem me afastando. Que droga. Saio do aeroporto e vou olhar o local em que os aviões docolam. Há um grade que nos separa. Então eu vejo. Helena. Helena entrando no avião.

- HELENA - grito - HELENA ESPERA POR FAVOR.

Ela não me ouve. Escalo a cerca com mais dificuldade que imaginei. Minha blusa rasga ao subir. Respiro fundo ao chegar no topo e pulo.

- AAAAAH CACATE - torço meu tornozelo ao chegar ao chão.

Ignoro a dor e sigo mancando até o avião.

- ESPERA - grito para quem quer que esteja pilotando o avião - Espera, espera aí!

Subo as escadas e bato na porta. Uma aeromoça aparece me olhando estranho.

- Olá posso entrar!? Me deixe entrar por favor! - grito do outro lado da porta.

- Oi? - diz a mulher ao abrir a porta - Tom Kaulitz?

- Sim, sim - suspiro ofegante - Obrigado por abrir, eu preciso falar com alguém só um minuto.

- Desculpe mas eu não poss.. - interrompo-a a empurrando e passando pela porta.

Olho para os acentos procurando um rosto conhecido. A minha garota. A minha Helena. Seus olhos encontram os meus assim que a vejo.

- Encontrei você - digo aliviado.

- O q-que você está fazendo aqui? - pergunta ela me olhando surpresa.

- Eu tenho que dizer uma coisa - falo. Ignorando alguns celulares apontando para mim.

- Eu não quero te ouvir agora, vá embora - diz ela desviando o olhar.

- Tem razão. Tem razão, eu esqueci de como agir como um ser humano normal - a olho profundamente - Eu fui ignorante, te magoei e eu sinto muito. Eu nunca disse que te amava porque... eu evito a verdade dos meus sentimentos, e a ideia, de deixar alguém se aproximar é assustadora. Mas a verdade Helena - minha voz falha - é que eu não consigo imaginar acordar, sabendo que não vou ver mais você. A verdade - engulo em seco. Sorrio e meus olhos lacrimejam - é que eu te amo. Oh - suspiro - você não sabe o quando é bom dizer isso em voz alta, mas isso me assusta. E é a verdade, é a verdade do que sinto.

- É tarde demais Tom - lágrimas descem pelos olhos de Helena - eu tenho que ir embora. É muito tarde.

- Eu entendo. Tudo bem, mas eu tinha que te dizer e você merecia ouvir - sinto algo me puxando. Os seguranças chegaram.

- Vamos sair daqui - diz um deles segurando minhas mãos.

- Eu te amo Guimarães! - digo me virando para ela. Os seguranças me arrastam até a porta do avião - fico feliz em dizer isso. EU TE AMO. AQUELA GAROTA NO 12B, EU A AMO.

Os seguranças me levam até uma sala. Como sou de menor ainda, e meus pais não estão aqui em Nova York, os garotos terão que me buscar. Fico ali. Sorrindo feito bobo. Helena pode até ter ido embora. Mas eu disse o que sentia a ela. Bill estava certo, se eu não falasse que a amo, me arrependeria até o resto de minha vida. Mas ainda sinto uma dor crescente. Não a verei mais. Ela voltará ao Brasil. Ficaremos a milhas de distância novamente. Mas ela saberá que a amo. Apesar de sermos completamente diferentes, nos amamos. Amo-a por inteiro. Seu sorriso que me faz pensar em coisas absurdas. Seus olhos verdes, me lembram esmeraldas brilhantes. Seu corpo com curvas que me faz arrepiar. Seu beijo. Seu toque. Sorrio por pensar que lembro dela em todo lugar. Ela está em todo lugar. Menos ao meu lado.

Uma porta se abre e espero ver algum dos garotos. Mas quem vejo, é a garota que eu estava pensando a segundos atrás, a garota que estou pensando.

- Oi - sorri ela sem jeito.

- Oi - respondo em um sorriso.

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora