- Boa noite dorminhoco - Helena diz ao me ver acordando para desembarcamos do avião - aposto que sonhou comigo.
- Sonhei. Mas acho que você não gostaria de saber de qual forma - respondo passando a língua pelos lábios. A garota fica vermelha e sai do avião atrás dos meninos.
Temos show amanhã a noite, precisamos descansar. A alegria voltou, graças aos irmãos Guimarães. Ouço Georg falar do cabelo arrepiado de Helena e os meninos riem quando ela sai correndo atrás dele com uma almofada na mão.
Chegamos no Hotel onde estávamos hospedados, antes de irmos para o Brasil. Infelizmente, ou felizmente para mim, não tem quartos para Helena e Guilherme. Não sabíamos que eles viriam então, poupamos dinheiro ao pegar só quatro quartos. Os meninos sugerem pegar outro se possível, mas Guilherme e Helena disseram que não seria necessário. Guilherme iria dormir no quarto de Bill e Helena no meu.
É claro que eu não podia dormir com ela, quando sugeri a ideia a garota me olhou toda irritada.
Ao acordamos, todos nós vamos tomar café juntos na cozinha. Guilherme se levanta e vai até uma janela.- Roma é linda - diz Guilherme olhando por ela.
- Vocês querem andar por aí hoje a tarde? O show é às 19:00 então da tempo - sugere Gustav.
- Siiimmm - responde Helena animada - não acredito que estou na Itália. Que foda.
- Que palavreado é esse - digo me aproximando e pondo um braço ao redor de seus ombros - achei que você não sabia falar palavrão.
- Não enche Tom.
Gustav prometeu que iria ensinar uma receita nova para Guilherme perto do meio dia. Georg está na cozinha também. Bill está procurando suas meias que sumiram.
- Se alguém daqui pegou, e eu descobrir. Vou enfiar uma caneca na bunda do culpado - diz ele irritado indo em direção ao meu quarto.
Permaneço quieto. Coloquei as meias preferidas de Bill na mala de Helena. Espero que ela não surte ao descobrir. A garota está pintando as unhas do pé sentada na sala. Fico observando seus movimentos. Paro ao pensar em coisas absurdas.
- Lena. Por acaso você pegou minhas meias? - surge Bill saindo do meu quarto. O show vai começar.
- O que? Eu não peguei Bill, eu estava aqui o tempo todo - defende-se ela.
- Então porque minhas meias estavam na sua mala? - pergunta Bill confuso. Ele não imaginaria que Helena fizesse algo do tipo.
Os dois olham para mim. Droga. Me descobriram muito rápido. Bill pega uma almofada do sofá e corre em minha direção. Helena está atrás de mim também. Corro pela cozinha fazendo Georg de escudo, que recebe uma almofadada no meu lugar.
- Crianças!! Brinquem em outro lugar - Gustav diz.
Consigo desviar de outra almofada que bate na TV, fazendo-a balançar. Bill para desesperado a segurando. Então, só resta Helena atrás de mim. Sou uma presa fungindo de um caçador. Sou mais rápido que ela. Vou em direção ao meu quarto e fico atrás da porta. Me preparo para inverter os papéis. Sou o caçador agora.
Helena entra pelo quarto olhando ao redor. Assim que seu olhar pousa em mim. Me jogo contra ela. A prendo na cama fazendo-a se debater. Tampo sua boca com uma de minhas mãos para que não grite. Estou precisando meu braço contra seu peito, imobilizando-a. Olha para ela. A garota está ofegante. Sinto seu coração acelerado. Estar por cima dela me fazer querer coisas que não devo. Helena me olha com a mesma intensidade.
Tiro minha mão de sua boca e a beijo. Um beijo com desejo. Um beijo ardente. Pego sua mão e a levo até à cima de sua cabeça, cruzando nossos dedos. Helena passa as mãos pela minha nunca e puxa meus dreads. Para mais perto. Para mais um beijo. Pego em sua coxa e a puxo para cima, precisando contra meu corpo. Me afasto puxando seus lábios com meus dentes. Estamos ofegantes. Estamos arfando de desejo. Helena me empurra e fica em cima de mim. Acaricio sua coxa. Ela se aproxima bem perto do meu ouvido.
- Não leva pro coração- sussurra ela - é apenas uma vingança.
Antes que eu possa raciocinar o que Helena me disse. Ela me prende e grita para meu irmão.
- PEGUEI ELE BILL! PEGUEI ELE!!
Bill chega correndo e se joga por cima de mim também. Estou completamente preso. Eles começaram a me fazer cócegas. Até acho que vou morrer de tanto rir.
- Fica paradinho, irmão. Quero desenhar algo lindo na sua cara - Bill pega um caneta vermelha e começa a desenhar algo em meu rosto.
Em nenhum momento tiro o olhar de Helena. Ela me enganou. Só me deixou fazer aquilo para se vingar depois. Juro me vingar também.
- Prontinho Tom. Vai lá no espelho ver - eles saem de cima de mim abrindo espaço pra que eu possa sair.
Vou em direção ao banheiro e fico sem palavras ao ver. Bill desenhou várias rolas, com uma frase "adoro pikas".
- ACHO QUE DEVERIA TER FEITO ISSO EM VOCÊ BILL! - grito indo em direção ao meu quarto. Eles correm ao me ver.
Pego um travesseiro e vou em direção a eles. Vejo os meninos da cozinha rindo da minha cara, literalmente. Bill e Helena estão escondidos atrás do sofá. Posso ver o cabelo de meu irmão os entregando.
Silenciosamente vou até eles. Helena é a primeira a me ver e sai correndo. Bill fica parado sem entender. Atinjo sua cara com o travesseiro fazendo-o cambalear. Meu irmão se levanta e lhe jogo uma almofada do sofá, para ser justo. Começamos uma guerra de travesseiro. Consigo me desviar de vários golpes. Mas um me antije fazendo-me ficar tonto. Lanço o travesseiro em sua direção mas ele consegue desviar.
E então, o travesseiro cai pela janela. Vamos correndo até lá e ficamos olhando ele cair. As pessoas lá em baixo nos olham como se fossemos loucos. Talvez sejamos mesmo. Helena solta uma gargalha genuína se jogando no sofá. Começamos a rir também. Até os meninos da cozinha pararam para ver nosso espetáculo e estão rindo ao ter visto o travesseiro cair.O almoço fica pronto e logo nos arrumamos para sairmos. Bill teve a ideia de fazermos um piquenique. Eu sei o que ele está planejando. Ontem fui até seu quarto e me contou. Ele pensa em pedir Guilherme em namoro hoje.
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Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz
RomanceHelena Guimarães - originalmente brasileira; amante de guitarra e uma pessoa completamente anti-social - se vê obrigada a mudar-se para Alemanha e a morar com seu irmão por conta de problemas familiares no Brasil. Encontra-se trabalhando em um merca...