Seus lábios.

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Já faz dois dias que cai do telhado da casa dos Guimarães. Meu braço está melhor, acho que uma semana não será necessária para me recuperar.

Mas algo está muito estranho. Helena está me ignorano. Pude perceber depois da festa que fomos ontem. A princípio ela não quis ir quando pedi, mas o resto dos meninos a convenceu então ela cedeu. Não sei se falei algo que a deixou magoada. Já tentei pedir a ela mas nunca para pra me responder.

Faz dois dias também que Helena assinou a papelada de ser assistente do produtor musical, seu irmão. Não a vi muito nesse dia. Fui ao médico para ver se demoraria muito para a dor do meu braço passar. Ele me receitou alguns relaxantes musculares e agora estou bem melhor. Sei que, ontem, quando ela aceitou o meu convite para ir à festa junto com os meninos, nós conversamos bastante. É só dessa parte que me lembro. Bebi pra caralho e se não me engano, vomitei nela. Pode ser por isso que ela está me evitando. Mas nunca saberei com ela agindo desse jeito.

Combinamos com os irmãos Guimarães de virem ao hotel que estamos hospedados para conversarmos mais sobre como será as coisas de agora em diante. Guilherme e Helena chegam e a garota cumprimenta todos com um abraço. Quando chega minha vez, apenas acena com a cabeça. Se os meninos notam parecem não se importar. Bill, Gustav e Georg falam com eles sobre salário e sobre mais coisas chatas que deixo para eles informá-los. O tempo todo, a garota de olhos verdes, não olha para mim. Georg insiste de os irmãos ficarem mais, para nos fazer companhia. Proponho um jogo. Verdade ou desafio. Nesse momento Helena me olha com olhos ferventes. Não ligo.

- Quem não quiser participar terá que pagar um mês de pizza para nós - digo olhando fixamente para ela. Te peguei gatinha.

Pego uma garrafa qualquer e giro. Gustav para Bill.

- Verdade ou desafio? - pergunta Gustav com um sorriso malicioso.

- Hmmmm... Verdade. - meu irmão gêmeo parece nervoso ao lado de Guilherme.

- É verdade que você está se relacionado com alguém no momento? - toda atenção está voltada a Bill que cora. Guilherme também está. Espera...

- Sim. - Guilherme diz antes de Bill - queríamos lhes dizer antes mas esperamos um pouco. Não é nada sério mas talvez...

- Mandando a real. Acho o Guilherme um baita de um gostoso e pretendo casar com ele - Bill diz dando um beijo na bochecha no irmão de Helena.

Todos olhamos pasmos pelo o que acabou de acontecer, rimos logo em seguida. Meu irmão e o irmão de Helena juntos? Sem palavras.

- Carambolas... eu não imaginava isso de vocês dois. É brilhante! - Helena da um soquinho no irmão.

Giro a garrafa. Eu para... Helena. Essa eu gostei.

- Verdade ou desafio? - olho para ela com intensidade.

- Desafio. - perfeito, era o que eu queria.

- Desafio você a dizer porque está ignorando um certo alguém, ou sendo mais direto... eu. - Os meninos ficam em silêncio. Helena me olha como se eu tivesse matado seu gato.

- Consequência - diz ela me queimando com os olhos. Bill põe a mão na boca. Sei que sabe o que estou pensando.

- A consequência é... você ficar 10 minutos comigo sozinha em meu quarto. - suas bochechas ficam vermelhas do jeitinho que gosto. Todos na sala estão surpresos.

- Nem ferrando. - percorre o olhar para os meninos mas ninguém a socorre. Não se pode fugir da consequência.

- Vamos logo chega de enrolação - digo a ela.

Helena se levanta e dirige-se ao meu quarto bufando de raiva. Olho para meus amigos e pisco. Não farei nada que ela não queira é claro. Mas quero aproveitar cada momento.
Entramos no quarto, tranco a porta e desligo a luz. Apenas a luz do luar entra pelas janelas. A garota se afasta o máximo possível de mim. Sento na cama e olho para ela.

- Por que está me ignorando?

- Você sabe idiota. - Helena está evitando contato visual.

- Porque eu vomitei em você? É isso? me descul.. - A garota me corta.

- Não. Não é porque você vomitou em mim seu arrogante.

- Então me fala o que é, como vou lembrar de tudo que fiz se estava bêbado? - me levanto e me aproximo dela.

Ela ri da minha cara. Estou perto o suficiente, a centímetros dela. Olho para seus lábios. Me vem uma sensação de como se eu soubesse, o gosto de seu beijo. Me arrepio. Só di um selinho aquele dia no banheiro. Esse sentimento é diferente. Estou muito estressado para lembrar de algo.

- Eu estava começando a gostar de você. Mas você é muito babaca pra ser digno disso. - vejo em seus olhos um ódio crescente.

- Por favor Helena. Me diga o que é e você pode me odiar para o resto de sua vida chata e entediante. - perdi a paciência com essa garota.

- Eu não sei se você merece algo que saia de minha boca. Nem sei por que estou aqui gastando meu tempo com você.

- Porque eu te pedi educadamente o que eu fiz pra você ficar mais chata do que o normal comigo - a encurralo na parede - e tive que te trancar em um quarto para tentar saber.

- Por que você se importa tanto em saber? Você se preocupa com o que penso de você? Quer que eu te fale? - lágrimas de raiva brotam em seus olhos.

- Não. Não precisa me falar. Sei o que você vai dizer. Que sou um merdinha mulherengo desprezível e que não sou digno de blá blá blá.

- Exatamente. E tem mais você... - então calo sua boca.

Antes que possa perceber, meus lábios já estão grudados no dela. A beijo com intensidade. Ela retribui da mesma forma. Pego em sua nunca e a trago para mais perto. Minha outra mão passa livremente por suas costas descendo até a cintura. Seus braços passam pelo meu peito e entrelaça-os por trás do meu pescoço. Ela nos afasta e estamos ofegantes. Olhos nos olhos dela e então me lembro.

Eu a beijei ontem como a beijei agora. E a deixei sozinha.


Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora