Mar de fãs.

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Nosso tempo em Roma, acabou. Nós agora, iremos para os EUA, para Nova York, a cidade que nunca dorme.
Já se passou 6 horas de voo, e de acordo com Bill, falta mais umas 3 horas. Helena está dormindo ao meu lado. A garota ficou com enjoo e vomitou umas duas vezes. Agora ela pode finalmente descansar. Bill e Guilherme estão discutindo sobre uma nova música. Eu estou de boa. Apreciando a paisagem da janela do avião. Georg e Gustav estão dormindo também.

3 horas se passam e finalmente, chegamos em nosso ponto de destino. Pegamos um taxi sofrendo para não sermos esmagados por alguns fãs que ali estavam, e vamos ao nosso Hotel. Dessa vez, alugamos um Studio só para gente. Amanhã já teremos um show e temos que nos preparar. Helena se joga no sofá, se recuperando ainda do enjoo.

- Acho que ela está grávida - brinca Bill olhando para mim.

- Sorte a dela. A criança nascerá bonitona igual o pai - digo.

- Se ele ou ela nascessem com a sua cara, não saberíamos quem seria o pai de verdade - fala Georg participando da conversa - Bill também poderia ser o pai. Já que são irmãos gêmeos idênticos.

Nos entreolhamos com essa possibilidade e rimos. Entre eu e Bill acredito que meu irmão seria um pai melhor.

- Eu sou tão lindo que, quando eu nasci, o médico me jogou para cima e falou: "se voar, é anjo" - falo.

- Mas você não voou. Seu irmão mais novo ofuscou sua beleza - diz Bill - eu sou o verdadeiro anjo.

- Vai nessa. Eu deveria ter te comido no ventre - lhe dou um soquinho.

- E eu te enforcado com o cordão umbilical - ele diz segurando meus pulsos.

Começamos uma pequena briga até derrubarmos um vaso de flor que ali estava.

- Porra - resmunga Helena - eu estou com dor de cabeça e vocês só fazem barulho.

- Ela deve estar grávida mesmo - rio.

Depois de nos alojarmos, vamos ao nosso Studio. Não sei como as pessoas sabiam, mas há uma cambada de gente ao redor da porta do Studio, com cartazes nossos, blusas, balões e tudo mais. Observamos elas do carro. Suspiro por ter que passar por isso de novo.

- Como vamos passar sem sermos agarrados? - pergunta Gustav.

- Onde estão nossos seguranças? - pede Bill para Guilherme.

- Eles estão vindo - responde ele.

- Como vocês se sentem com isso? A todo lugar que vão, tem gente querendo ver vocês - quis saber Helena.

- É bom até. Saber que tem pessoas que gostam da gente e do que produzimos mas... - pausa Bill - as vezes, é de mais.

- A fama não trás só coisas boas - continua Georg - Nos expor assim significa sermos criticados também.

- Perdemos a liberdade para se fazer em paz coisas básicas, como ir a um restaurante, supermercado ou cinema - digo suspirando - Sempre tem alguém que nos reconhece e que se sentirá no direito de invadir seu espaço pessoal, como se atender fãs fosse um trabalho contínuo.

- Mas acredito que tenha mais pros do que contras - diz Gustav - Nós ganhamos bem, temos o carinho e apoio dos fãs, nos momentos difíceis os fãs ajudam, ganhamos presentes e brindes...

- Tom até até ganhou uma calcinha de presente - ri Bill ao se recordar.

Solto uma gargalhada. Concordo com o que Gustav disse. Em todos os nossos shows, vemos muitas pessoas grudadas na grade, com cartazes, camisetas, faixas, tudo para tentar chamar nossa atenção. Há pessoas que se identificam com nossa música, com nosso trabalho. Não servimos só como atração para o público, mas também como inspiração.

- Olha - fala Guilherme olhando pela janela - os seguranças chegaram.

Ao nos verem sair do carro, os fãs correm em nossa direção. Os seguranças os afastam o máximo que podem para podermos passar. Sinto meus dreads serem puxados, meus braços beijados e arranhados.
Helena está lutando para passar também. Tento não perdê-la de vista, até que uma garota a puxa pelo cabelo para o meio da multidão. Entro em pânico, grito para os seguranças acharem Helena. Os meninos me olham assustados, principalmente Guilherme. Tento passar por meio dos fãs mas um dos seguranças me puxa até o Studio. Olhamos para a porta na esperança de vermos Helena entrando por ela.
Minutos se passam. Ando de um lado para o outro. Guilherme está prestes a ter um ataque de pânico e Bill tenta o acalmar. Torço para que Helena esteja bem. Torço para que a tirem do meio da multidão. Vou em direção a porta mas um braço me para.

- Você não pode ir lá fora - diz o segurança.

- Foda-se o que você pensa eu preciso achar Helena...

- Você terá o mesmo fim que a garota. Te levarão para o meio da multidão também - retruca ele.

- Mas... - paro de falar assim que a porta se abre.

Helena está mancando quando entra ao lado do segurança. Seu cabelo está bagunçado e seus braços e rosto arranhados. Suas bochechas estão vermelhas por tapas ali dados. Ela não diz nada, apenas me olha com os olhos arregalados cheios de lágrimas. A abraço com toda a minha força. Temi que isso aconteceria, e aconteceu. Sinto Helena tremer com o coração acelerado. Guilherme a abraça e todos nós a envolvemos com nossos corpos.

Levamos ela até um cômodo confortável e seguro. Mesmo depois de ela beber água e parecer mais calma, não diz nem uma palavra sequer. Não posso imaginar o que fizeram com ela, o que falaram pra ela. Não dissemos especificamente que Helena era a menina da foto com os anéis. O fãs talvez tenham juntados as peças ou visto nós juntos. Meus devaneios são cortados assim que Bill me mostra o jornal.
Paraliso. Há uma foto de nós dois juntos. Entrando no Hotel. De quando convidei Helena para sair. Nos estamos próximos um do outro. Não leio a matéria, apenas olho o título. "Tom Kaulitz é visto indo a um hotel com Helena Guimarães, assistente do produtor musical. Pessoas que lá estavam, afirmam que alugaram um só quarto para eles"

Pessoas que ali estavam? A única pessoa que estava lá era a recepcionista. Deve ter lucrado uma grana extra com o que falou. É tão difícil as pessoas nos deixarem em paz uma só vez?

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora