Um anjo no palco.

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Entramos no palco e a plateia vibra em emoção.
Meu braço está bom novamente. Consigo tocar guitarra sem sentir dor.

Tocamos algumas músicas que foram lançadas em nosso álbum, zimmer 483. Olho para Helena que está em um cantinho com Gui. Ela pula e canta junto com a plateia. Estou feliz que ela está se divertindo.

Então uma dor imensa atinge meu braço. Bill para de cantar assim que paro de tocar. Todos me olham preocupados e os meninos vem em minha direção. Algum tipo de choque percorreu por meu braço direito, acho que meu ombro não estava tão bom quanto imaginei. A plateia fica preocupada e Bill pede licença. Droga. Era para fecharmos com chave de ouro hoje. Nosso último show nessa parte da Alemanha.
Vamos até onde os irmãos Guimarães estão e algo surge em minha mente, assim que vejo Helena. Ela sabe meus solos de guitarra. Eu a ensinei quando foi no Studio. Ela também sabe quase todas as músicas e o ritmo que deve-se seguir. Olho para ela que me devolve o olhar sério. Ela sabe o que estou pensando.

- Não Tom, tudo menos isso - suplica nervosa - eu não gosto de estar em lugares cheios, imagina em um lugar que a atenção está voltada toda para mim.

- É só você pensar que está sozinha. Você e a música. A música e você - respondo - nós sabemos que você consegue Helena.

Os meninos concordam e Guilherme olha para ela com compreensão.

- Lembra daquele dia em que saímos com nossos pais e tinha uma banda tocando em um café? - ele diz atentamente - o guitarrista estava fora do ritmo e você foi o ajudar. Eu me lembro que ele te deu a guitarra e você tocou lindamente.

- Nós sabemos que você consegue - ajuda Bill.

- Se você consegue aturar Tom consegue tocar no palco - fala Georg que recebe uma cotovelada minha.

- Você consegue - repete Gustav.

- Você consegue - digo por último. Os socorristas aparecem e me levam até à ala médica. Olho para Helena uma última vez e torço para que ela aceite. Falta apenas uma música para completarmos.

Se passaram dois minutos que estou com uma compressa gelada em meu braço. A enfermeira diz que levei um choque por conta do esforço repentino. Mas que não vai acontecer de novo se eu exercitá-lo.
Quase perco as esperanças de que Helena foi tocar em meu lugar.

Mas então ouço.
Saio da ala médica ignorando a enfermeira me dizendo para ficar parado. Corro até o palco e vejo Helena lá. Meu coração pula feito louco. Ela começa a tocar e a música entra em meus ouvidos como se eu estivesse tocando. Ela acerta todos os acordes, não tenho olhos a não ser para a garota de olhos verdes. Seus movimentos são perfeitos, até parece uma profissional. Lágrimas de orgulho brotam em meus olhos. O que estou sentindo por ela é do momento ou já sentia antes?
Faz tempo que não me apaixono por alguma garota. Mas não consigo distinguir o que estou sentindo agora, são tantas emoções que acho que meu coração não vai aguentar. Seu olhar pousa em mim e Helena sorri. Aquilo foi a cereja do bolo. Eu a quero. Eu a desejo. Preciso tê-la para mim.

Quando o show acaba a plateia aplaude e grita de emoção. Vou até Helena que está bebendo água. Ela parece bem, muito bem.

- Foi incrível Tom. Aquela sensação foi demais - diz ela sorrindo para mim - pensei no que você disse o tempo todo, de estar só eu e a mús...

Interrompo a abraçando. Ela parece em choque mas retribui o abraço. Sinto seu cheiro e me aconchego nela. Sinto arrepios percorrendo pelo meu corpo quando ela me toca.

- Helena... preciso te dizer uma coisa - tomo coragem olhando para ela - eu acho qu...

- LENA VOCÊ FOI INCRÍVEL - Grita Bill correndo e a abraçando - tocou tão bem quanto Tom.

- Até parece - digo lhe dando um soquinho.

O resto do pessoal aparece e elogia Helena por seu belo trabalho. Suas bochechas fica vermelhas a cada elogio, fazendo meu coração saltar.

- Você gosta dela não é? - surge Bill me fazendo levar um susto.

- Ah eu... eu não tenho certeza - respondo ainda olhado para ela.

- Eu vejo algo diferente em seus olhos toda vez que olha para ela, seus olhos brilham - ele se aproxima de mim pondo a mão em meu ombro me olhando sério - você me deu um grande susto hoje no palco, não faça mais isso.

Não sei como seria minha vida sem Bill. Nós passamos tantas coisas difíceis juntos. Nossos laços são tão fortes. Não somos só irmãos, somos melhores amigos.
Lhe abraço e ele me olha com uma cara estranha.

- Nossa que gay você - diz ele retribuindo o abraço, rindo e me dando um beliscão.

Chegamos no Hotel e pedimos para os irmãos Guimarães ficarem, para comemorarmos a bela performance de Helena no palco. Eles aceitam e pedimos algumas pizzas e cocas.

- Nossa. Isso aqui tá parecendo um chiqueiro - diz Helena olhando para a sala cheia de latinhas de coca e salgadinhos.

- Ah e seu quarto é um paraíso então - a provoco ganhando um soco na barriga em troca.

Conversamos e rimos tanto que nossos maxilares estão doendo. Bill e Guilherme começaram a se gadear na frente de nós, de brincadeira. Foi um grande espetáculo e nos divertiram. Helena falou que Georg parecia um tal de Wesley Safadão por causa do cabelo. Quem é Wesley Safadão?

Depois que Helena e Guilherme foram embora, vou à uma festa que está tendo aqui perto. Os meninos não quiseram ir então estou indo sozinho.
O verdadeiro motivo de eu querer ir? Esquecer Helena. As sensações que ela me traz.
Beijo tantas garotas até perder a conta. Mas nenhuma boca tira a sensação da de Helena na minha. Nenhuma garota me fez sentir o que ela me faz sentir. Nenhuma bebida me fez tirar ela da cabeça.

Então vou até a casa dela. Estou bêbado e não sei direto o que estou fazendo. Subo no telhado da garagem, com cuidado para não cair dessa vez. Chego até a sua janela e fico a observando. Ela está tocando guitarra. Meu ponto fraco. Fico a observando até ela trocar de roupa e me flagrar olhando para ela.
Fodeu.

Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora