Uma nova vida.

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Acordo assim que escuto meu celular despertar. Tom tem sono pesado, então nem se mexe. Saio debaixo de seus braços, lutando para não voltar. Coloco minhas roupas. Balanço Tom para que acorde. Seus olhos sonolentos se abrem.

- Bom dia meu amor - diz rindo.

- Meu amor? - repito soltando uma gargalhada - Bom dia.

Enquanto Tom se ajeita, acordo os outros meninos.
Entramos no carro indo em direção ao aeroporto. O clima está pesado. Ninguém fala nada até chegarmos em nosso destino. Aprecio meu último momento ao lado deles.
Me despeço de todos como a outra vez. Gui chora me segurando em seus braços. Tentei segurar minhas lágrimas mas foi inevitável. Chorei e chorei. Deixo Tom por último.

- Sempre sentirei sua falta - levo minha mão a sua.

- Eu amo você, nunca se esqueça - ele me puxa para um abraço apertado e é como se eu sentisse meu peito sangrando.

Tom me pede um último abraço, e
quando eu o abraço, eu choro muito
nos braços dele... Choro de soluçar. Ele fica fazendo carinho no meu cabelo e me da um beijo na testa. Me afasto não me permitindo mais ficar ali. Irá doer mais.
Aceno chorando e rindo ao mesmo tempo. Vou em direção ao meu avião, sem olhar para trás dessa vez. Me sinto confiante em saber que todos estão ali. Me vendo partir.

Passo a viagem inteira no avião dormindo. Acordo assim que pousamos no aeroporto Santos Dumont. Pego minhas malas e chamo um taxi. Chego na casa da minha tia. Esse lugar me trás boas lembranças de quando eu era pequena. Bato na porta e ouço meus primos gritarem me vendo pela janela.

- HELENA, PRIMA HELENA - grita alegremente, Davi, meu primo de 10 anos - QUE BOM TE VER.

- Oi Davizão - digo assim que ele se joga em mim para um abraço - você cresceu em.

- Sim! Sim! Estou alcançando Gabriela - fala me puxando para dentro de casa.

- Acho que vai demorar um pouco pra você me alcançar irmão - diz Gabriela vindo até mim - eu estava com um puta saudade de você.

- Eu também estava - respondo rindo de seu palavreado, a abraçando. Gabriela tem 15 anos. Nós éramos muito grudadas até eu ir para a Alemanha. Eu a amo muito - como vocês estão?

- Eu estou mais do que bem. Gabi está pedindo pizza todos os dias porque não sabe cozinhar. É bom demais - diz Davi se jogando no sofá.

- Eu até tentei fazer uma comida saudável, mas ficou com gosto de vômito - Gabi faz ânsia ao lembrar do gosto.

- Então que bom que estou aqui - digo levando minhas malas para o quarto de visitas, com a ajuda de meus primos - sei fazer o melhor omelete de forno com atum.

Passo o resto da noite fazendo panquecas, não tinha atum então infelizmente, terei de esperar para fazer meu omelete.
Acordo no meio da noite com meu celular tocando. Procuro ele no escuro e atendo.

- Alô? - digo sem ver o número.

- Boa noite - ouço a voz de Tom do outro lado - você poderia passar o telefone para uma moça bela, chamada Helena Guimarães?

- Desculpe ela esta ocupada - faço uma voz mais grave - vai ter de marcar horário.

- Ah, que pena. Ela é tão ocupada assim?

- Sim - digo rindo - oi Tom.

- Oi Helena - sinto sua voz suavizar - por que não ligou ou mandou mensagem dizendo que estava bem? Que tinha chegado em segurança?

- Desculpa, eu tive que fazer a janta para meus primos, estava cansada demais, tomei banho e vim direto pra cama - suspiro - eu tava dormindo sabia?

- Problema é seu - brinca ele - estou com saudades.

- Eu também.

- Para todo lugar que vou, você está em minha cabeça - diz - não posso nem cagar em paz.

- Não precisava ter dito a última parte - levanto as sobrancelhas rindo - eu penso em você a cada minuto. Como está os meninos? E meu irmão, está bem?

- Eles estão bem. Estou até escutando alguns barulhos vindo do quarto de Bill.

- Tom! - gargalho apesar de não querer ter escutado isso.

- O que foi? Eles devem estar bem felizes - continua com um ar inocente - Gustav trouxe uma garota hoje. Goerg foi à uma festa se não me engano. Enfim, todos estão se divertindo menos eu. Como está sua tia?

- Minha mãe vai vir amanhã cedo me ver. Vou pedir a ela - permanecemos em silêncio - você sabe que não vou ficar longe pra sempre, não é?

- Sim. Mas essa saudade tá me matando - resmunga - eu queria te beijar nesse momento, te dizer que a amo de todas as maneiras possíveis. Hoje tivemos entrevista, nossa turnê já está acabando aqui. Vamos ir ao México depois de amanhã.

- Relaxa Tom - o conforto - quando você me ver novamente, pode fazer o que quiser comigo.

- O que eu quiser? - pergunta maliciosamente.

- Não dessa forma... ou sim, não sei - me perco nas palavras.

- Você viu o que estão falando de você e de Guilherme no show? - pede.

- Não, não vi - fico confusa - o que estão falando?

- Que adoraram a performance de vocês no palco - Tom limpa a garganta - os garotos discutiram sobre isso. Seria legal, caso vocês fossem da banda.

- Seria, por um lado - suspiro pensando nas fãs obcecadas.

- Sei no que está pensando - sua voz fica séria - se alguém falar mal de você, eu soco a cara dele.

- Mesmo sendo uma mulher?

- Ah... não, mas farei o possível para que nada de mal sobre você, saia da boca dela - responde.

- Que gay - rio.

- O seu irmão.

- Tom!!!! - o repreendo.

- O que?! É a verdade ué - ri ele do outro lado.

- Eu gostaria - digo após alguns segundos - Eu gostaria de entrar pra banda.

- Sério? - pergunta surpreso - se eu levasse isso para Bill. E se Guilherme quisesse, você tocaria ao meu lado mesmo?

- É claro que sim - respondo.

- Mas e seu medo de plateia?

- Foda-se esse medo - digo com um ar triunfante.

- OOOOOOO É DESSE HELENA QUE ME AMARRO - grita ele - eita porra, acho que acordei meus vizinhos.

- Acho que você acordou os meus também - brinco - preciso dormir Tom. Estou cansada.

- Tudo bem. Compreendo - diz ele - Boa noite Helena Guimarães.

- Boa noite Tom Kaulitz - sorrio envergonhada - Eu te amo.

- Eu também me amo - brinca ele - Eu também, também te amo Helena.


Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora