39° CAPÍTULO

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Eu já assisti a muitos filmes de corrida e de carros potentes, já que sou obcecada por eles, mas com um New Beetle que pega apenas 180 km/h em linha reta, não tenho a menor chance de escapar desse SUV ou fazer o que teria de ser feito.

Não consigo ver nada pelo retrovisor, e isso me deixa irritada, nervosa e com medo; o que eu não poderia estar se quisesse de fato escapar.

Pense em algo, Ann.

Respiro fundo e olho para o semáforo, constatando que ainda está vermelho. Disco o número de Jamie e deixo tocar. Uma, duas, três vezes. Desligo. Mas que merda?

Olho a frente e vejo um espaço vago e amplo no meio de dois carros. A prova de baliza precisa ser efetiva agora.

Solto o cinto, coloco o celular no bolso da calça e tento me acalmar quando o sinal abre.

Não é a coisa mais inteligente a se fazer, mas quando eu estaciono, abro a porta do meu carro e aciono o alarme enquanto começo a correr, a adrenalina me invade completamente e o medo dá lugar ao instinto de sobrevivência. Misturo-me às pessoas na calçada, e espero ouvir rajadas de tiros próximas ao meu ouvido ou até mesmo que um atinja meu ombro; mas não acontece.

Viro num beco à direita e molho completamente o meu tênis ao pisar na poça de água suja. Ainda bem que não é o meu tênis favorito.

Ouço alguém correndo atrás de mim, mas não me dou ao luxo de virar e ver quem é, eu simplesmente continuo movendo os meus pés na maior velocidade que consigo.

Acabo atravessando a rua sem olhar para os lados, resultando em buzinas ensurdecedoras e o para-choque de um carro parando a trinta centímetros da minha perna direita.

Atravesso outro beco e passo por dentro de um restaurante com saída para a rua de trás. Quando finalmente não escuto nenhum passo atrás de mim, fico atrás de uma parede de tijolos de um antigo hotel na avenida.

Jesus. Os meus pulmões estão se esforçando para trabalhar, e tenho que apoiar as mãos nos joelhos para não cair aqui.

Porra. Como vou voltar?

Tiro o celular do bolso e vejo que tem seis chamadas perdidas de Jamie. Eu corri por quanto tempo?

Meu dedo paira sobre o botão para retornar, mas o meu braço é agarrado e eu sou posta para trás. Grito a pleno pulmões, meu coração voltando a acelerar e todos os músculos usados na corrida repuxando.

Até que eu veja quem é.

– Juan?

– Anne. Jesus! Você está bem? – Ele me olha de cima a baixo.

– Não sei... Eu... – Mas então uma lâmpada acende em minha cabeça. – O que você está fazendo aqui?

– Eu me encontrei com uns amigos naquele pub ali. – Ele aponta para o outro lado da rua e eu vejo alguns caras nos olhando. – E aí eu vi você.

– Acho que eu estava sendo perseguida.

– Vamos lá tomar um copo de água.

Estou quase indo quando ouço a minha voz ser chamada firmemente.

– Srta. Mitryad?!

É Marly. E ele parece estar cansado, a respiração está igual a minha. O que está fazendo aqui se não era ele que estava dirigindo a SUV? Ok... Minha cabeça deu um nó.

– Por que correu, senhorita?

– Porque eles estavam atrás de mim.

– Eles quem? – Noto a arma em sua mão. Então... Não tinha ninguém me perseguindo?

Em Seu DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora