8° CAPÍTULO

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Primeiramente quero agradecer de coração as visualizações e os votos. É isso o que me inspira e me incentiva a continuar a escrever. Muito obrigada mesmo!!!

* * *

Dou um passo atrás como se acabasse de ter levado uma bofetada. Olho para ele, incrédula. Tenho vontade de sair daqui sem nem encará–lo novamente, mas não posso. Eu o prometi que não iria fugir. É claro que essa promessa seria bem mais fácil de cumprir caso ele não houvesse usado o termo "namoradinhos de merda" para descrever Matt e eu.

– O que você quer dizer com isso, Jamie?

– Quero dizer, Anne, que você não quer ser vista comigo porque não suporta a ideia de ter pessoas relacionando o meu dinheiro com a sua carreira, mas sai com Matthew Clark.

Eu não disse com essas palavras, penso baixinho, como se ele pudesse escutar meus pensamentos. Mas não deixa de ser verdade. Bem que Jamie poderia, por um segundo, ter a noção do que ele causa. Quais as diferença entre ele e Matt? Muitas, posso afirmar.

– Você estava me vigiando?

Ele se levanta e para em minha frente. Sua pose de superior a qualquer um é evidente até mesmo em um cruzar de braços em frente ao peito.

– Você o quer? – pergunta calmamente.

E não respondeu a merda da minha pergunta.

Faço o mesmo que Jamie, cruzando os braços em frente ao peito, mesmo que não cause nem um por cento da reação que ele causa.

– Acha que sou do tipo de pessoa que transa com uma e gosta de outra? – falo baixo. Estamos no saguão do meu prédio, compostura, por favor

Ele passa a língua pelos lábios ressecados e olha para a sacola de papel em minha mão. Ergue aqueles olhos azuis para mim e não diz nada, ficamos nos encarando. Homem... que ciúmes desnecessário.

– Olhe, Jamie. Não quero que você venha dizendo essas coisas para mim como se você tivesse pego eu na cama com Matt. Fui comprar um vestido – enfatizo o "vestido". – Eu tenho uma vida, você sabia? Eu gosto de você, muito, e gosto de tudo que te envolve, mas não posso limitar os meus encontros a você e minha vida às suas vontades.

Ele me olha. E eu continuo a falar:

– Esqueça todos. A única coisa que importa em nossa relação somos nós, e mais nada. – coloco a mão em seu braço, e deslizo até mais embaixo, para entrelaçar nossos dedos. – Não precisamos tornar isso público, pelo menos não agora, temos tudo o que precisamos bem aqui. Você não tem noção do que me causa, não é? De qualquer maneira, publicamente ou não, com ciúmes ou não, você é meu.

Minhas palavras visivelmente o afetam. Seus olhos mudam, e sua pele fica mais corada. Ele segura forte a minha mão, e depois a leva até à boca, beijando os nós dos meus dedos.

– E você é minha, minha Ann – sustenta o meu olhar. – E é bom que todos saibam disto.

– Eles irão saber.

Não agora, meu subconsciente sussurra. E eu tenho de concordar, mas obviamente não falarei isso alto.

– Eles irão, Jamie.

Dá–me um beijo leve, sem aprofundar.

– Eu te vejo à noite, tudo bem?

– Okay – ronrono ao sentir seus dedos acariciarem meu rosto.

Mas aí me lembro de que estamos no saguão. Ai, caralho! Ele nota a insegurança em meu olhar, e afasta–se lentamente. Oferece–me um sorriso lindo.

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