28° CAPÍTULO

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Puta merda! Jamie está aqui no Brasil?

– Você está no Rio? – Pergunto, olhando para os lados.

Era ele, tenho certeza!

– Não.

Franzo as sobrancelhas. – Como assim, Jamie?

– Tenho seguranças te vigiando. Ou se esqueceu disso?

Sinto uma pontadinha de decepção.

– Não, não me esqueci disso. – Devolvo no mesmo tom.

– E então? Vai mandar esse cara passear?

Tiro o celular do ouvido e digo ao rapaz que está sentado me olhando com cara de interrogação.

– Pode deixar suas roupas aqui, sim. – Sorrio.

– Obrigado. – Ele se levanta meio insatisfeito, coloca suas roupas ali e vai em direção ao mar.

– Você consegue me deixar puto em uma velocidade absurda.

– Por que você está sendo tão grosso?

– Acredite em mim, Anne. Não estou sendo tão grosso com você quanto eu gostaria.

Penso por um segundo. – Eu não sei em qual sentido você está falando.

– No melhor.

– Me responde. Onde você está?

– No escritório. – Diz rapidamente.

Estreito os olhos. Parece que ele estava esperando por essa pergunta. – Fazendo o quê?

Demora um pouco para responder. – Analisando contratos e finalizando a compra de um prédio na Rua 36.

Esse papinho não está me convencendo. Sei muito bem quando meu namorado está mentindo, mas vou participar do joguinho dele.

– Então tenha um bom trabalho, amor.  Não vou te incomodar. Até depois.

Desligo o celular e jogo-o dentro da bolsa.

Espero Amy voltar para ir até aquela barraquinha de coco. Há uma moça atendendo as pessoas. Se realmente era Jamie, ela deve ter prestado atenção. Ele não é um homem que passa despercebido.

Peço um coco e sorrio gentilmente para ela.

– Eu estava prestando atenção... – Digo enquanto pago. – Tinha um homem que estava aqui... – Suspiro e me abano com a mão esquerda.

Ela imediatamente se entrega.

– Você viu, menina? – Diz baixinho. – Que lindo.

– Eu só não consegui prestar atenção na cor dos olhos dele...

– Azul! Um azul intenso, e que combinava perfeitamente com o pacote. E que pacote, aliás!

Esforço-me para não contrair o maxilar e deixar transparecer o ciúmes.

– Pois é. – Concordo.

– E o melhor: Era norte-americano.

Sorrio. Ahá! Peguei você, Jamie.

– É verdade. Obrigada. – Ergo o coco e saio, dando de cara com Marly.

Empurro os óculos para o topo da cabeça.

– Em que hotel?

– Srta. Mitryad...

– Só me diga o hotel, por favor!

Em Seu DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora