- Ah e super merece mesmo um jantar! - concordou Karol
- Nella me contou sobre a ligação da madrugada, como você está? - perguntou Bruno querendo sanar sua preocupação.
- Hum... estou bem, tem coisas que demandam alguns processos... e preciso respeita-los. - respondeu Karol.
- Bom te ver pensando assim, e essa menininha aí? - seguiu Bruno.
- Está bem... ontem me assustei um pouco, mas passou. - respondeu Karol.
- Fico mais tranquilo. - concluiu Bruno.
Após tomar o café da manhã com elas, Bruno seguiu rumo à oficina para mais um dia de trabalho. Leonardo avisou a mãe que só iria pra casa no jantar pois haveria comemoração no clube devido ao jogo, o que a deu mais fôlego para cuidar do jantar.
Karol se encarregou no almoço, estava cada dia mais habilidosa na cozinha, mas ela sempre dava mérito aos seus professores que eram muito pacientes, muitas vezes elas os superava inclusive.
Mais tarde Karol estava tirando as louças da mesa do café da tarde, começando a arrumar tudo para o jantar. Antonella fez os pratos favoritos de Leonardo que não fazia ideia do que o esperava em casa. Bruno o foi buscar direto da oficina em alguns minutos chegaram em casa, ao entrarem viram uma mesa posta que exalava um cheiro de dava uma fome de leão.
Karol ao vê-lo entrando foi por ele o abraçando o elogiando e enaltecendo pelo feito, em seguida foi a vez de Antonella fazer o mesmo. Durante o jantar Léo contava com detalhes cada lance do jogo e todos os gols repetidas vezes, se notava muito animado e feliz.
Era muito bonito ver a forma como o tratavam, como o enalteciam, e como o compreendiam quando ficava quieto derepente, Ruggero o fazia falta sempre, fosse nas conquistas ou nas derrotas.
Mais uma semana se passou, já estava praticamente no final da metade da seguinte, Karol seguia bem, nenhum episódio de borbulhas, ou que a deixasse muito emotiva. Ela seguia sempre indo ao jardim cuidar de tudo e principalmente dos demais bichinhos, nunca deixava faltar nada eles. Algumas vezes Thinker decia o muro para se aproximar e "conversar" com sua bebê.
Ela já estava praticamente a 2 meses completamente afastada de sua antiga vida, não sentia nenhuma falta, talvez de alguns poucos momentos, mas no geral ela preferia a vida que vinha levando, era mais calma e ela podia desfrutar das coisas sem tanta pressa, tantos horários, muita gente, ela cada dia mais gostava dessa vida, onde era ouvida, onde suas vontades eram respeitadas e onde ela podia ser ela mesma.
Na quinta feira de manhã, Antonella acordou cedo, preparava o café quando recebeu uma notificação no celular, era de Ruggero lhe enviando um áudio, ela deu play deixando baixo, seguindo arrumando as coisas. No início do áudio ela já sabia o que era, a nova música, ela escutou com atenção a letra era muito bonita e a melodia era uma balada muito suave e envolvente, mas ela reparou que ele cantava com uma paixão diferente das outras músicas, era como se ele estivesse colocando toda a sua alma em cada palavra, cada estrofe.
Pelo corredor vinha Leonardo com o celular na mão, ao se aproximar de sua mãe lhe perguntou:
- Mamma Rugge enviou a música pra você?
- Sim e está muito linda. - respondeu Antonella.
- Nunca o vi cantar com tanta paixão e olha que todas as músicas dele são boas, mas essa está demais. Karol tem que ouvir! - exteriorizou Leonardo.
- Ele a fez para que Karol ouvisse, então sim, ela tem que ouvir! - confirmou Antonella.
- O que eu tenho que ouvir? - questionou Karol vindo pelo corredor com Bruno em seus calcanhares.
- A música nova do Rugge, está incrível! - respondeu Leonardo.
Karol engoliu seco, não sabia se conseguiria ouvir, mas mesmo assim queria, então disse se sentando a mesa:
- Bom quero ouvir, pode dar o play?
- Claro! - exclamou Leonardo dando play no celular.
A melodia era suave, começava com um violão bem tranquilo com algumas teclas de piano, uma melodia doce, em seguida começou cantar, na primeira frase Karol ficou marejada de imediato."Você passaria a noite comigo para que eu possa ouvir sua voz novamente?
Preciso de uma memória para segurar de vez em quando.
Você ficaria um pouco mais na manhã abraçada comigo?
Eu sinto falta do seu toque, desenhando círculos na minha pele enquanto reluta para se levantar."