Bruno e Antonella se entre olharam, sabiam que poderiam ajudar a tornar inesquecível o momento, no entanto os olhos de Antonella caíram sobre Leonardo deitado com a cabeça em cima de bolinhos no prato. Interrompendo as comunicações visuais de Karol com Ruggero e de seu marido Antonella exclamou:
- Leonardo! - o menino levanta no susto - Santo Deus filho, olha pra você todo sujo de recheio dos bolinhos. Eu não deveria deixar você ir pra universidade hoje!
- Aqui mano... - disse Ruggero dando mais guardanapos pro irmão após sair do transe com Karol.
- Eu tenho que ir Mamma tenho que apresentar um trabalho, mas acho que vou só pra isso e volto... os treinos estão muito pesados ultimamente... - exteriorizou Leonardo.
- Isso filho, porque você anda caindo de cansaço. - deixou claro Antonella.
- Diretamente - assobia e faz movimento de mergulho com a mão - no prato... - zombou Ruggero.
Leonardo riu jogando um bolinho amassado no irmão.
- Podem parar nada de guerra de comida na mesa! - brandou Antonella.
- Ouviu a Mamma, então não revide! - exclamou Leonardo.
- Ela disse de comida, não de recheio! - revidou Ruggero passando o recheio do bolinho no braço do irmão.
- Parem os dois... - falou mais alto Bruno.
- Sim Papá! - atenderam os dois.
- Toma aqui mais guardanapo pra se limpar... - disse Ruggero colocando um montinho de guardanapo ao lado do prato de Leonardo.
Karol que estava quieta somente vendo toda a situação acontecer, se inclina para frente para que Leonardo a possa ver e complementa:
- Porque nos preocupamos com nossos clientes...
Houve um silêncio, todos se olharam e no segundo seguinte desataram a rir.
Terminaram o café da manhã ainda recordando a risos a finalização justa de Karol para a pseudo guerra de comida.
Como em todos os dias, Bruno e Leo saíram rumo a oficina e a universidade, mas dessa vez Ruggero também se despediu:
- Eu volto rápido preciso resolver umas coisas no centro comercial, fiquem bem, qualquer coisa me liga Mamma.
- O que vai fazer filho? - perguntou Antonella curiosa.
- Vou comprar umas coisas pra hoje a noite. - respondeu ele baixinho.
- Ah sim, se cuide então. - desejou Antonella.
Com Ruggero saindo, Antonella voltou a cuidar da louça, mas notou que Karol estava guardando os pratos no armário pensativa.
- Vai ter um encontro hoje então? - perguntou Antonella.
- É sim - lhe da atenção Karol.
- E onde essa cabeça está? - seguiu Antonella.
- É que não tenho muitas opções de roupas e bom todo dia eu estou com camiseta, shortes e chinelos ou tênis... Me parece que ele está organizando algo especial eu queria poder ir com algo diferente, ainda que ele tenha dito que não me preocupe com isso. - desabafou Karol.
- Humm, acho que vou esperar ele voltar, vou sair pra ir ao mercado pra pegar algumas coisas pro jantar e bem perto dali vi uma loja com um vestido que lhe cairia bem e uma sapatilha, eu já sei os seus números, eu vou comprar alguma coisa que seja compatível com o momento, o que acha? - pergunta Antonella.
- Faria isso? - indaga Karol com ternura.
- Claro filha... depois do jantar eu te ajudo a se arrumar. - concluiu Antonella.
Karol a sorriu em retribuição.
Como planejado, assim que Ruggero voltou Antonela saiu rumo a resolver a empreitada e o mercado.
Karol já havia ido ao jardim, levado os petiscos para seus amiguinhos, bem como aguado as plantas, estava no sofá com as pernas esticadas, trocando de canais em busca de algo que a entretesse. Ruggero logo se sentou ao lado de suas pernas e olhando pra ela a perguntou:
- Eu preciso resolver algumas coisas lá fora, você quer que eu vá agora ou fique aqui com você?
- Pode ir - boceja - na verdade estou com sono, vou acabar dormindo logo. - respondeu ela.
- Tá bom, mas qualquer coisa me chama sim? - retornou ele se levantando.
- Sim... - respondeu Karol olhando pra cima com o olhar pedinte.
Ruggero mais que rápido se abaixou a dando vários beijinhos seguidos, depois seguiu seu rumo.
Karol estava quase dormindo, quando Antonella entrou na sala apressada com algumas sacolas e ao encontrá-la a pede:
- Vem comigo!
Meio sonolenta ela se levanta e segue Antonella até seu quarto.
- Nella - coça os olhos - Você não gosta que entre no seu quarto... - começou Karol.
- Correção, não gosto que os meninos entrem no meu quarto. Mas venha, eu comprei algo adorável! - informou Antonella muito animada.
Ela abriu uma das sacolas e tirou um vestido o mostrando a Karol, que ficou deslumbrada, era simples, delicado e romântico.
- Que lindo Nella! - exteriorizou Karol.
Abre a outra sacola, tira uma caixa de dentro revelando um par de sapatilhas.
- Não vai ficar lindo em você? - perguntou Antonella.
- Vai sim Nella!!! Eu amei...espero que ele goste... - desejou Karol.
- Ele não está esperando, então vamos fazer uma surpresa. Mas quero que você prove, caso não de certo eu vou correndo trocar! - pediu Antonella.
Karol foi até o banheiro, colocou o vestido e a sapatilha e saiu para mostrar a Antonella.
- O que acha? - perguntou Karol a chamando atenção.
Antonella contraiu os lábios, levou as mãos a bochechas e marejada respondeu e retornou:
- Vou ter que deixar o remédio de emergência dele pronto, porque nem eu estou tendo coração pra ver você assim... - Karol a sorriu com os lábios fechados - Mas venha aquí pertinho, ficou bem, não esta apertando?
- Na verdade a alça está folgada, fica escorregando. - respondeu Karol.
- Isso resolvo já com uns pontinhos. - foi por sua caixa de costuras - E os sapatos?
- seguiu Antonella ajustando as alças no vestido em seguida.
- Ficaram perfeitos. - respondeu Karol olhando pra eles.
Após dar os pontos no vestido, Antonella pediu:
- Veja se agora ficou melhor.
- Ficou sim Nella. - respondeu Karol com ternura.
- Deixa eu olhar pra você de novo. - se afasta para olhá-la de corpo inteiro - Está uma boneca, muito linda. - se emocionou Antonella novamente.
Karol apenas foi por ela a abraçando em agradecimento.
- Mamma!! Onde vocês estão - chamou Ruggero da sala.
Antonella a solta dizendo:
- Vou distrai-lo pra você trocar de roupa, deixe o vestido e os sapatos no meu banheiro, depois do jantar nos encontramos aqui combinado?
Karol assentiu com a cabeça indo direto ao banheiro.
O dia passou rápido, o jantar foi cheio de risadas devido a lembrança do café da manhã. Após estar satisfeito Ruggero se levanta, encosta a cadeira na mesa, da um beijinho na cabeça de Karol e informa indo para o corredor em seguida:
- Bom família, preciso ir, tenho um compromisso daqui a pouco, se é que me entendem. - se baixa em direção a Karol e sussurra - Te vejo no jardim daqui a pouco.
- Eu e Karol também temos algo pra fazer, então a louça fica por conta de vocês, certo. - delegou Antonella.
Mais tarde Ruggero estava em seu quarto, ansioso, se olhando no espelho, ajeitando o cabelo e fazendo o possível pra controlar sua respiração.
- Filho, está pronto? - pergunta Bruno entrando no quarto.
- Acho que sim. - respondeu o rapaz.
Ele estava com uma calça jeans clássica azul, uma camisa polo do mesmo tom, com os botões abertos e os cabelos penteados bem para cima, destacando seus cachos.
- Está simples e elegante filho, só acho que o chinelo está destoando um pouco. - norteou Bruno.
- Ah hehe, eu esqueci de colocar o tênis, é que estou um pouco nervoso, só um pouco. - revelou Ruggero.
- Isso que você só vai fazer o pedido hoje... - exteriorizou Bruno.
- Daqui a pouco eu me acalmo... - disse ele colocando o tênis.
- Já são quase nove filho. - alertou Bruno.
- Estou pronto, vou indo. - concluiu Ruggero.
- Boa sorte filho. - desejou Bruno.
Ruggero piscou para seu pai e saiu rumo ao jardim.