- O... e... - tentou se expressar Ruggero deixando as lágrimas fluírem.
Karol soltou uma das mãos dele a levando em seu rosto secando algumas lágrimas o olhando com muita atenção, ainda que ela estivesse igualmente emocionada. A bebê fazia quase um balé de um lado a outro, Thinker que ainda estava junto a Karol esticou a patinha até a barriga dela como se quisesse dizer "calma aí menina, deixa seus pais conversarem".
Ruggero conseguiu controlar um pouco sua reação e engolindo um pouco de saliva devido ao choro disse tentando absorver a realidade:
- Você tá grávida ... é uma menina eu... eu não tô maluco... diz pra mim que eu não tô sonhando não...
- Você não está sonhando Rugge... - quis deixar claro Karol, levando uma das mãos dele ao seu lunar o fazendo sentir.
Ao sentir o movimento da bebê, ele ficou deslumbrado, em um rompante puxou Karol para seu colo sob miados reclamantes de Thinker, ainda que ele entendesse a importância do momento, tanto que no segundo seguinte se deitou atrás dos flancos de Ruggero. Abraçando Karol com firmeza, Ruggero chorou, mas não era de tristeza e sim de felicidade, ela se soltou um pouquinho do abraço, levou as duas mãos as bochechas dele e o beijou com todo o amor que esperou pelos últimos meses.
Antonella os observava da janela, enquanto Bruno deixava um lado da mesa ainda arrumado para Léo que não havia se levantado, ao ver a cena ela chama seu marido:
- Bruno vem aqui!
- Que foi amore? - perguntou Bruno indo deixar louças na pia.
- Ela o contou... - respondeu Antonella.
- Como sabe? - retornou Bruno.
- Olhe pra eles... - indicou Antonella através da janela.
Foi quando Bruno viu seu filho sentado com Karol em seu colo o beijando.
- Ele vai ficar todo bobo a partir de agora... - exteriorizou Bruno.
- Vai... e sinto que a chegada dessa menina vai ser a melhor coisa da vida deles e da nossa. - complementou Antonella.
- A família vai crescer Nella... - disse todo feliz Bruno.
- Vamos ser nonnos amore... nonnos... - disse Antonella emotiva.
No jardim, Karol ainda trocava beijos suaves com Ruggero, ela sentiu tanta falta dele que apenas se entregou ao que estava sentindo, era como se quisesse que ele se acalmasse na base dos beijos, o que de fato funcionou. Depois eles apenas ficaram com as testas coladas ouvindo suas respirações, até ele a dizer baixinho:
- Preciso te contar uma coisa...
- O que? - perguntou ela em mesmo tom.
- Quando eu era criança meus pais me levaram a uma festa... - começou Ruggero.
- E uma cigana parou sua mãe, eu já sei ela me contou... - interrompeu Karol seguida de um selinho.
- Isso quer dizer que nunca mais vamos nos separar, certo? - perguntou ele.
- Eu vou ter uma menina, sou a mulher da sua vida, então você vai ter que me suportar o resto dessa vida. - respondeu Karol.
- E de todas as outras... - disse ele a dando mais um beijo.
- Como senti sua falta... - exteriorizou ela.
- Nem me fale... mas agora você vai ter que me aguentar... - começou ele.
- Porque você vai grudar em mim como um coala não é? - perguntou ela.
- Você ouviu todas as conversas com a minha Mamma? - perguntou ele atônito.
Ela balançou a cabeça confirmando e sorrindo com o lábios.
- Ouviu a música também? - seguiu ele.
- Várias vezes... e ela começou a se mexer em seguida... - contou Karol.
Ruggero voltou a sentir a bebê se mexendo, em alguns momentos ela era bem contundente, enquanto a sentia Karol disse:
- Você sempre sabe que é o papai...
- Como assim? - questionou Ruggero sem entender, além de ficar marejado com o "papai".
- Todas a vezes que você ligava, e ela ouvia a sua voz ela mexia bastante, ela continua fazendo isso... - explicou Karol.
- Ela... você já pensou em um nome? - retornou ele organizando as ideias.
- Não, se importa se eu deixar que você escolha? - rebateu Karol.
- Sério? - respondeu Ruggero.
- Sim, quero que você escolha...mas sem pressa...- pediu Karol.
- Eu vou pensar em um nome bem bonito pra ela... - disse ele afagando o lunar de Karol.
- E como você se sente? - indagou Karol.
- Agora? Com você aqui, recebendo essa noticia? Me sinto incrível...tô até sentindo um pouco de necessidade de ser presumido... - respondeu ele rindo sem tirar os olhos dela.
- Ahn não vai trazer o mauricinho de volta, porque pra isso você vai ter que tirar essa barba toda aí... - rebateu ela.
- Aí você sempre assim, não gosta quando eu tô com barba... - brinca ele ao estilo Matteo.
- Na verdade você de barba me lembra um pouco o Robert Downey Jr... - disse ela o olhando.
- Por fim ela percebeu, aplaudam senhoras e senhores!! - exclamou ele.
- O que? Você fez a barba de propósito assim?? - perguntou ela incrédula.
- Foi, me inspirei no Robert, porque sei que você adora ele. - sente pequenos espamos cíclicos no lunar dela e muda completamente de feição - É normal ela fazer isso? - perguntou ele preocupado.
- Uhuhu... é soluço... - respondeu ela sentindo e olhando pra si.
- Hunf... - segue sentindo - No fim das contas você virou mesmo a menina delivery... - pensou alto ele.
- Não tinha pensado por esse lado, mas sim... - concordou ela colocando a mão por baixo da camiseta pra pressionar um pouco e ajudar a passar o soluço.
- Você tá pronta pra isso? - perguntou ele a dando um beijinho na tempora.
- Pra que? - respondeu no automático ela ainda atenta a bebê.
- Pra ser mãe... - respondeu ele.
- Por fim, parou o soluço... - olha para ele nos olhos novamente - Sua mãe e eu conversamos bastante, e ela me disse que nunca se está pronta, que não há uma receita para ser mãe, a gente simplesmente é... quando ela começou a mexer eu senti algo aquí - leva a mão ao peito - dentro mudar. Cada dia ela tem se movido mais, quanto mais consigo identificar qual parte do corpinho dela é, mais... mais amor sinto por ela... acho que é isso mesmo... - exteriorizou Karol compreendendo seus pensamentos.
Ruggero seguiu trocando olhares com ela e ainda sem acreditar em tudo que estava passando a exteriorizou:
- Sabe que eu ainda acho que estou sonhando...
Thinker miou baixo atrás de Ruggero, Karol olhou para o gato que dizia com o olhar "Eu vou bater nele com a minha pata, ele vai ver só."
- Thinker me ajuda? - pediu Karol ao gato.
Thinker mais do que rápido bateu a pata com força no flanco de Ruggero, miando de realização em seguida.
- Hei doeu! - reclamou Ruggero.
- Obrigado Thinker, viu não esta sonhando... mas admito que eu também pensei isso até você me puxar pro seu colo... - contou Karol.
Ruggero não disse nada apenas passou a olha-la com mais intensidade.
Dentro da casa Leonardo havia chego na cozinha, intrigado por ver seus pais olhando pela janela.
- O que tem lá fora que vocês estão tão atentos?? - perguntou ele se sentando e comendo um pedaço de pão.
- Ah acordou finalmente! - exclamou Bruno.
- Eu tava cansado Papá, foram dias muito intensos... - rebateu Leonardo.
- Sim amore, ele ficou preocupado com Karol, com Rugge, cuidou da casa, da oficina e ainda teve prova na universidade. - justificou Antonella.
- Eu sei... - começou Bruno.
- Enfim o que estão olhando tanto ai?? - questionou Leonardo novamente interrompendo seu pai.
- Que Karol contou ao seu irmão que ela esta esperando um bebê... - contou Antonella.
- Contou?? E como ele reagiu? - questionou curioso Leonardo.
- Bom ela está no colo dele e já se beijaram, acho que foi tudo bem... - respondeu Bruno.
- E estão conversando assim faz um tempo... - complementou Antonella.
- Wow foi rápido... - analisou Leonardo.
- Eles se amam muito, não são necessárias tantas palavras. É como eu e sua mãe, não precisamos falar o tempo todo, porque sentimos o tempo todo amor um pelo outro. - exteriorizou Bruno.
- Tomara que um dia eu possa ter alguém assim... - disse Leonardo pensativo.
- Tudo no seu tempo filho... Bom, vamos começar o almoço ou é muito cedo? - perguntou Antonella.
- Pappaderlle ao pesto? - sugeriu Bruno.
- Peixe a mediterrânea com legumes pra acompanhar e de sobremesa... - sugere e pensa Antonella.
- Tarte de fragolla, por favorzinho!! - pediu Leonardo.
- Bruno? - questiona Antonella.
- Tá bom eu faço, com todos bem e em casa, vale a empreitada para comemorar. - respondeu Bruno.
- Faz uma bem grande Papá, porque eu e o Rugge sempre acabamos brigando pelo último pedaço e agora tem a Karol... da pra colocar gotas de chocolate? - perguntou Leonardo.
- Vou ver o que posso fazer senhor, mais alguma coisa, um vinho? - brincou Bruno.
Os 3 riram e em seguida Bruno e Antonella começaram a preparar tudo, enquanto Leonardo ficava na parte da limpeza.
De volta ao jardim, Karol havia encostado sua cabeça no ombro de Ruggero enquanto ele seguia acarinhando seu lunar e compreendendo tudo que estava passando, até que disse:
- Minha costas estão tão quentinhas que a hora que ele resolver sair daí eu não sei se vou deixar...
- Hahaha - olha pro gato - Acho que ele não vai sair daí tão cedo, esta dormindo profundamente. - constatou Karol.
- Eu vou ser pai... - começou Ruggero.
- Vai, e eu sei que você queria... - disse Karol colocando a mão sobre a dele em seu lunar.
- Eu vou cuidar de você e muito... - continuou ele.
- Vai garantir que eu esteja feliz e contente... - disse ela rindo.
- É sério Ka... - brandou ele.
- Eu sei que vai, é por isso que preciso de você... por isso pedi pra sua mãe fazer você vir... porque preciso que você esteja comigo. - explicou Karol.
- Ela esperou você dizer que estava pronta não foi? - perguntou ele.
- Sim... e sabe como eu descobri que estava ? - retornou ela.
- Me conta... - pediu ele.
- Eu estava sentada aqui no domingo, e ela começou a mexer bastante e eu consegui identificar os pesinhos e disse automaticamente " são o pesinhos Rugge." Como se você estivesse aqui, foi então que percebi que eu queria você aqui, pra viver cada coisa nova que vem pela frente, além disso, todos os meus amiguinhos, com exceção do Thinker, tiveram filhotes e os pais cuidam muito de suas famílias... - contou Karol.
- E eu vou cuidar da nossa...- afirmou ele.
- Vai sim... - disse com certeza - Eu imaginei esse momento tantas vezes nos últimos dias... - expôs ela.
- E eu imaginei nesses ultimos meses, quer dizer não que você estaria grávida, mas que estariamos e ficariamos juntos outra vez e que eu finalmente tivesse coragem pra te dizer, que... eu te amo... eu te amo até o infinito e mais além, que eu fiz coisas que não gostaria de ter feito, muitas pra te proteger, mas nem tudo saiu como eu esperava e você sofreu... algo que eu não queria... mas era isso ou as ameaças do Diego iriam ser concretizadas... - declarou Ruggero.
- Ameaças? - questionou Karol estranhando.
- Ele ameaçava te machucar se eu não me mantivesse distante... e ele te machucou algumas vezes... aquilo me doía tanto você não fazia ideia... no dia que você se machucou feio no palco, a sua contagem te tempo estava certa, a iluminação é que havia sido colocada de propósito no lugar errado... nesse dia eu queria matar o Diego, juro pra você! - narrou Ruggero.
- Rugge isso é uma loucura e é muito sério, eu podia ter machucado a coluna e ter ficado de cama por muito tempo. - disse Karol um pouco alterada.
- Porque você acha que eu enfiei o primeiro moletom e corri pro palco pra te ajudar? Eu...eu sabia que iria acontecer, já fazia 3 shows que ele ameaçava de que iria machucar você seriamente pra ver se eu entendia o recado. A primeira vez foi no show do Brasil... - seguiu contando ele.
- Eu sabia que você não diria aquilo, muito menos daquele jeito, mas porque não me contou disso, porque não me contou que ele te ameaçava? - questionou ela.
- Porque ele tem sempre gente vendo tudo, eu morria de medo de compartilhar isso com alguém e ele cumprir as ameaças, mas mesmo assim ele cumpriu... Ka você não sabe como eu me senti aquele dia... as quantas culpas que carrego... - expôs ele.
Ela fica emotiva novamente, o olha, pensa bem no que dizer e fala com todo o amor que ela conseguia sentir:
- Já passou, estamos aqui juntos, e vão continuar achando que estou morta... pra eles estarei, pra nós dois estou bem viva e é tudo que eu preciso...
- Nah... pros meus pais e pro meu irmão também, porque se eu não me engano meus pais te chamam de filha... ih eu não posso ficar com a minha irmã, não é certo! - exclamou ele risonho.
Karol bateu em seu ombro e o lembrou:
- hahahah, então meu querido irmão... tem mais alguém...
- Quem? - questionou ele.
Karol olha para baixo e aponta para o seu ventre.