Ele sorriu, ela ergueu um pouquinho a camiseta expondo a pequena barriguinha, ele olhou para aquele volume em uma mistura de felicidade e incredulidade, mas ao mesmo tempo lhe fazia sentir-se tão bem, ele conseguia ver em Karol a mesma coisa, tanto que não conseguiu não perguntar:
- Você está feliz por estar... carregando ela não é?
Karol balançou a cabeça confirmando e o contou:
- Sabe, eu fiquei assustada quando soube, mas a certeza que é um pedaço seu, foi a motivação para eu seguir, só não imaginava que ela seria igual a você, talvez não dê fisionomia, mas ela faz as mesmas coisas que você fazia quando sua mãe te esperava, pelo que ela me contou.
Ele olha pra cima e diz:
- Deus, que ela nasça com a fisionomia da mãe dela, obrigado, amém.
- Porque? - riu ela.
- Porque eu não suportaria olhar uma versão mini minha e menina, ela tem que ser mais você, se ela tiver esse sorriso já vou ter ganho em combo a vida. - respondeu ele afagando o lunar dela.
- Oi, posso atrapalhar um pouco? - perguntou Leonardo os interrompendo.
- Oi mano! Bom dia! - cumprimentou Ruggero.
- Pode sim Léo, o que foi? - perguntou Karol.
- É que o almoço esta quase pronto e fui incumbido de vir ajudar vocês a irem pra dentro. - respondeu Leonardo.
- Ah sim, puxa ficamos um tempo aqui... - pensou alto Ruggero.
- Era muita coisa pra conversarmos... - ressaltou Karol.
- Bom vamos lá senhorita, de as mãos para o Léo. - orientou Ruggero.
Leonardo ajudou Karol a se levantar e em seguida foi ajudar o irmão, mas foi Ruggero fazer força pra se levantar para dizer:
- Não... não vai dar...
- Porque? - perguntaram Léo e Karol.
- Porque Thinker enfiou as unhas em mim... - respondeu Ruggero com a expressão embotada.
- Thinker! Solta ele! - exclamou Karol.
- Miau... - miou baixinho como se dissesse "tô dormindo deixa ele aqui"
- Thinker... não vou trazer petiscos pra você amanhã. - brandou Karol.
- Miau ... - respondeu o gato como se dissesse "Eu sobrevivo um dia sem eles."
Karol se abaixou atrás de Ruggero, fez carinho no gato e o disse baixinho:
- Pode solta-lo, eu preciso dele agora...
- Miau, Miau! - respondeu Thinker compreensivo, mas a contragosto soltou Ruggero em seguida.
- Ah agora sim! - exclamou Ruggero estendendo as mãos ao irmão e se levantando.
- Ele nunca havia descido esse muro, mas desde que a Ka chegou ele desce quase todo dia. - contou Leonardo.
- É a magia dela... - disse Ruggero baixinho.
- Eu ouvi ... - disse Karol depois de se despedir de Thinker e os acompanhar devagar.
- Vem aqui... - puxou Karol perto de si - Você sabe que é mágica, sobretudo com os animais...e... - esclareceu Ruggero.
- E... o que? - indagou ela.
- E é mágica pra mim... - respondeu ele.
Ela o olhou com ternura, suspirando ela sentia aquele estado de felicidade presente dentro de si, por ele estar com ela outra vez, agora sem medos.
Estavam subindo os degraus da varanda com cuidado quando Ruggero começou a sentir aromas e exclamou:
- Não! Papá fez Tarte de Fragolla!!
- Sim!! Eu pedi e ele colocou gotas de chocolate! - disse Leonardo animado.
- O que é isso? - perguntou Karol curiosa, pois o aroma era incrível.
- É uma torta de morangos que é receita da minha nonna, você vai adorar! - respondeu Ruggero.
Eles entraram na cozinha, aquele aroma impregnado no ar era de dar água na boca.
- Ah chegaram! - exclamou Antonella ao vê-los.
- Sim Mamma, mas quase que o Thinker não deixou o Rugge vir... - contou Leonardo.
- Como assim? - perguntou Bruno tirando a torta do forno.
- Primeiro quero os dois sentados, depois vocês contam! - brandou Antonella.
Leonardo foi ajudar o irmão puxando a cadeira para ele se sentar, mas antes de fazê-lo, Ruggero puxou uma das cadeiras para Karol se sentar primeiro.
Com eles sentados, Bruno colocando a torta sobre a mesa, quis saber:
- Muito bem, agora me contem porque Thinker não deixava Rugge vir?
- Léo e eu ajudamos Karol a se levantar com cuidado, mas quando Leo foi me ajudar Thinker me segurou com as unhas, Karol teve que conversar com ele para me soltar. Ele estava deitado atrás de mim, devia estar confortável. - contou Ruggero.
- Ahhh compreendi - Olha para Karol e depois para Rugge - E vocês dois conversaram? - perguntou objetivamente Bruno.
- Sim Pá... já conversamos... - respondeu Karol trocando olhares com Ruggero.
Ruggero percebe o olhar de seu pai, retribui e diz:
- Sim Papá, eu já sei porque a Ka veio pra cá e ... bom, tá tudo bem.
- Finalmente! - exclamou - E como se sente quanto a isso filho? - perguntou Bruno.
- Estou administrando aos poucos, mas me sinto bem... feliz porque Karol está viva e podemos ficar juntos agora. Quanto ... a Bebê, vamos indo pouco a pouco... quer dizer, eu sempre quis ser pai, mas saber que é a Karol que esta gestando e é uma menina... é muito mais do que pude imaginar em uma vida. - foi sincero Ruggero.
Karol o sorriu, em reação ele puxou a cadeira dela mais para perto de si, a dando um beijinho na tempora levando uma das mãos ao lunar dela, tirando suspiros de alivio de seus pais.