Capítulo 34

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- Vamos ter que ver isso com a sua médica filha... - disse Bruno a fazendo carinho.
- Preciso dele... - seguiu Karol.
- Eu sei, e ele precisa de você, mas tudo no seu tempo, agora primeiro vocês dois precisam melhorar, vão ter muito tempo para conversarem e ficarem juntos. - disse Bruno docemente.
- Com licença... - pediu entrando Lúcia.
- Oi Lúcia! - cumprimentou Bruno.
A medica retribuiu gestualmente, se aproximou da cama, deu uma olhada no gotejamento do soro, olhou para Karol e informou:
- Seus exames estão ótimos, vitaminas repostas com sucesso. Daqui a pouco vamos fazer um novo ultrassom para ver se está tudo certinho, se estiver vou poder liberar você. - Karol e Bruno sorriem - Mas vai precisar de repouso por 5 dias, não absoluto, mas de repouso e nenhum um esforço pelo próximo mês, certo? - explicou Lúcia.
- Esforço em que sentido Lúcia? - perguntou Bruno.
- Nada de subir e descer escadas, de entrar e sair do carro, de ficar sentando e levantando seguido, nada de exercícios além de leves, nada de muito tempo em pé, no máximo 30 minutos. - respondeu orientando Lúcia.
- Tudo bem, vamos garantir que ela respeite isso. - deixou claro Bruno.
- Bom vou agilizar para fazermos o exame sim, devem vir te buscar logo. - disse Lúcia saindo em seguida.
Bruno iria comentar algo com Karol, mas bateram na porta e a abriram:
- Oi, acordou carinho! - exclamou Antonella entrando no quarto vendo Karol acordada.
- Não só acordou como Lúcia acabou de avisar que ela vai fazer só mais um exame e se estiver tudo bem ela pode ir pra casa. - contou logo Bruno.
- Que bom! Hunf... Rugge acordou, está mais corado, parece melhor... - disse Antonella emotiva.
Karol sorriu fechando os olhos, segurando firme a mão de Bruno, que olhou para a esposa lhe dizendo:
- Ela queria vê-lo...
- Quem sabe - segura a outra mão dela - depois que você fizer o exame você o veja. - acalentou Antonella.
- Fique com ela agora, vou ficar um pouco com Rugge... - sugeriu Bruno.
- Ele não está, foi fazer exames por isso vim pra cá. - relatou Antonella.
- Bom então essas duas mocinhas vão nos ter por um tempinho. - disse Bruno sorrindo, fazendo Karol sorrir novamente.
Ela segurou as mãos deles com firmeza, como quem agradecia por tudo, porque sabia que se dissesse, Antonella iria brandar com ela.
Eles ficaram alguns minutos ali conversando, dizendo coisas boas para manter um bom astral, contudo, em seguida, enfermeiras vieram buscá-la para fazer o exame, eles se despediram dela a dizendo que tudo estaria bem e que iriam pra casa.
Antes de sair a última enfermeira os informou:
- O filho de vocês já voltou para o quarto, o Dr. Marco esta lá conversando com ele.
- Vamos pra lá, obrigado por nos avisar. - agradeceu Bruno.
Os dois foram imediatamente para o quarto ao lado, ao entrarem o doutor disse:
- Chegaram, muito bem, tenho novidades, estava justamente começando a explicar pra ele. Bom os exames dele deram uma virada de 360 graus, ele está bem melhor, o coração está ainda se recuperando, mas o miocardio está começando a ficar mais cicatrizado. Você vai seguir com os medicamentos e quero ver você em 15 dias, porque já assinei sua alta, não existe melhor recuperação do que estar com a família, ficar muito tempo aqui no seu caso não vai ajudar. Uma coisa bem importante, nada de emoções muito fortes, nada de muito esforço físico pelos próximos dias, nesses primeiros 5 dias tente se manter mais confortável sem muita atividade, depois siga normalmente, mas evitando por favor emoções drásticas, no mais seguiremos monitorando.
- Que maravilha! - disseram Bruno e Antonella animados.
- Bom vou fazer as liberações e agendar os monitoramentos dele, no mais moço se cuide, não quero ter que sedar você outra vez. - concluiu o médico saindo em seguida.
- Aí filho, que alívio! - disse Antonella o fazendo carinho.
- E Karol? - perguntou direto Ruggero.
- Está fazendo um exame e dependendo do resultado vai estar liberada para ir pra casa também. - informou Bruno.
- Hoje vocês vão estar juntos filho e em casa, tenha certeza disso. - complementou Antonella.
- É tudo que mais quero... - disse Ruggero.
- E vai acontecer filho, tenha mais um pouco de paciência, deixa esse coração mais quieto por hora. - pediu Bruno.
Bruno e Antonella seguiram com ele ali, conversando, o distraindo um pouco contanto feitos de Leonardo, de como estava sendo bom ter Karol em casa, de como jardim havia ficado mais bonito e mais cheio de vida aos cuidados dela.
Cerca de 30 minutos mais tarde Lúcia bate na porta entrando, ao vê-la Antonella pergunta rapidamente:
- Como foi Lúcia?
- Está tudo bem, já assinei a alta, falei com o Dr Marco, vamos liberá-los ao mesmo tempo, pra que possam ir pra casa sem esperar muito. Preciso apenas que um de vocês acompanhe a Karol. - respondeu Lúcia.
- Vai você amore eu fico com ele. - sugeriu Bruno.
- Nos vemos no carro filho, já já. - disse Antonella saindo em seguida.
Antonella entrou no quarto ao lado, Karol estava sentada sobre a cama, com os pés para baixo os balançando, sentindo sua bebê mexer olhando para seu lunar animada.
- Aí carinho, deu tudo certo! - vibrou Antonella.
- Sim Nella, estamos bem, ela teve soluço durante o exame foi bem fofo. - contou Karol.
- Rugge tinha muito soluço na barriga, e eu sempre dava risada tadinho. Por falar nele, vocês dois vão pra casa hoje, Bruno está ajudando ele a se vestir. - disse animada Antonella.
- Vou poder falar com ele? - perguntou Karol emocionada.
- Falar, abraçar tudo que você quiser. Mas pra isso precisamos trocar de roupa, eu sei que esta calor mas tem um vento, por isso eu trouxe um moletom levinho pra você, aqui a temperatura esta controlada, então é melhor não pegar muita variação na saida até o carro, além disso vai esconder mais um pouquinho essa menina. - disse Antonella sendo cautelosa.
Antonella ajudou Karol a se vestir, o que promoveu certo alívio a Karol, pois a camisola do hospital não é a roupa mais confortável do mundo de se usar, ainda que necessária.
Karol voltou a sentir sua bebê, até puxar rápido a mão de Antonella para sua barriga e rir.
- Soluços! - riu Antonella ao sentir.
- Tudo pronto aquí? - perguntou Bruno da porta.
- Tudo sim Amore - respondeu Antonella ainda rindo.
- Do que estão rindo? - perguntou ele entrando no quarto.
- Sua neta esta com soluços, igualzinho alguém que conhecemos, não? - respondeu Antonella.
- Alguém que já esta no carro acomodado. - contou Bruno.
- Já? Que rápido! - exclamou Antonella.
- Sim, está um pouco sonolento, mas está bem. E você filha pronta? - perguntou Bruno.
- Sim Pá. - respondeu Karol fazendo menção de descer da cama.
- Não senhorita, deixa eu pegar a cadeira de rodas porque você não vai andando não, só pra entrar no carro. - advertiu Bruno indo até a porta.
Bruno pegou a cadeira que estava no corredor e entrou com ela no quarto, pegou Karol no colo e com cuidado e ajuda de Antonella a colocou acomodada na cadeira. Dali desceram de elevador até o térreo, Bruno conduziu a cadeira até a porta de saída, ajudou Karol a se levantar, ele e Antonella a ampararam até o carro. Ruggero estava sentado recostado com os olhos fechados no banco de trás, ao ouvir o abrir da porta virou o rosto para aquele lado um pouco, mas não abriu os olhos pensando apenas que era seu pai colocando alguma sacola entre os bancos. Com cuidado Bruno ajudou Karol a se sentar bem acomodada, fechou a porta com cuidado e junto de Antonella foi até o porta malas para colocar as mochilas e sacolas.
Ruggero continuava com os olhos fechados, Karol o olhava com certa preocupação, foi quando resolveu segurar a mão dele. Ao senti-la abriu os olhos, aqueles olhos castanhos brilhantes, ao encontrar os olhos dela suas pupilas dilataram preenchendo a íris, ela apenas lhe disse baixinho:
- Oi...
- Oi... - retribuiu ele da mesma forma a olhando fixo.
Karol o sorriu com o lábios fechados, ele ainda não acreditava que ela estava ali, ao seu lado, seguiu a olhando até seus pais entrarem no carro, assim que Bruno deu a partida e o carro balançou, Ruggero esticou o braço puxando Karol mais perto de si, ela encostou a cabeça em seu ombro e ele pousou a dele sobre a dela entrelaçando suas mãos. Embora o trajeto até em casa fosse curto, o movimentar do carro foi o suficiente para que os dois pegassem no sono. Ao chegarem em casa, Bruno e Antonella desceram do carro, cada um foi de um lado. Bruno foi por Ruggero o chamando:
- Filho...
Antonella do outro lado olhou para Bruno ganhando sua atenção, ele iria dizer algo, mas ela apontou com o olhar para os dois e sorriu, depois de tanto tempo finalmente estavam juntos, mas precisavam sair no carro e irem ficar mais acomodados.
- Filha... - chamou Antonella segurando na mão de Karol a apertando de leve.
Karol abriu os olhos se localizando rápido, mas Antonella a conteve:
- Calma, chegamos em casa, venha, vamos entrar.
Do outro lado Bruno acordava seu filho, que teve a mesma reação de Karol.
Antonella acompanhou Karol até dentro da casa, Bruno foi com Ruggero logo atrás delas. Dentro da casa Antonella avisou levando Karol pelo corredor em seguida:
- Vou levar Karol para o quarto, leve Rugge até o sofá, ele precisa tomar um dos remédios daqui a pouco.
- Papá eu quero ir com ela... - pediu Ruggero.
- Daqui a pouco filho, por hora você vai ficar aqui na sala. - disse Bruno o conduzindo até o sofá e o ajudando a se deitar.
No quarto Antonella levou Karol até a cama tirou os chinelos e a ajudou a se deitar e ficar bem acomodada.
- Mais tarde te trago um jantar bem caprichado, por hora quero que descanse. - pediu Antonella.
- Nella, Rugge não pode vir ficar aqui? - perguntou Karol.
- Ele precisa tomar remédio, vocês precisam descansar de hospital e relaxarem sem ter gente entrando a cada hora, depois vemos sim. - explicou Antonella.
Karol a olhou ficando um pouco triste, Antonella entendeu e disse:
- Vocês vão ter todo o tempo do mundo para estarem juntos filha, agora vocês precisam só ficarem bem tranquilos em casa.
Karol concordou gestualmente, não muito convincente, mas concordou.
- Mais tarde te trago um jantar bem gostoso, agora descanse. - orientou Antonella saindo em seguida.
Karol jantou em seu quarto conversando com Bruno, Ruggero comeu na sala conversando com sua mãe e seu irmão ao qual contava tudo que havia passado com ele. Quando Antonella foi a cozinha para levar a bandeja que havia levado para filho, Bruno retornou do quarto de Karol com a bandeja vazia, fazendo Antonella perguntar:
- Ela comeu?
- Tudo, não deixou nada, disse que estava com saudade da comida de casa. - respondeu Bruno.
Antonella sorriu e retornou:
- E como ela está?
- Esta bem, conversamos até ela dormir. E ele? - respondeu e perguntou Bruno.
- Comeu direitinho, tomou remédio, está conversando com o Léo.
- Estava Mamma. - interrompeu Leonardo baixinho chegando na cozinha.
- Dormiu? - perguntou Bruno.
- Dormiu? Não Papá ele apagou, está em sono profundo, chega estar roncando baixinho. - respondeu Leonardo.
- Finalmente relaxaram... acho que agora nós também podemos relaxar. - exteriorizou Bruno.
- Vou buscar uma colcha pra cobrir ele. - disse Antonella saindo em direção aos quartos.
- E a Ka Papá, como está? - perguntou Leonardo.
- Ela e a... - fala bem baixinho - ... bebê, estão bem, foi só um susto daqueles. - respondeu Bruno.
- Nossa papá quando a Mamma me ligou contando tudo eu fiquei com muito medo... pelos 2... 3 - expôs Leonardo.
- Mas eles estão bem agora filho, a recuperação do seu irmão é um pouco mais lenta mais sei que logo ele vai estar curado e não vai passar de uma lembrança. - tranquilizou Bruno.
- E a Ka e a minha sobrinha também certo? - perguntou Leonardo baixinho.
- Sim filho elas também, não se preocupe. - respondeu Bruno.

Durante a madrugada, Ruggero se incomoda com a luz do abajur que haviam deixado aceso, acorda, percebe que está em casa, se senta, esfrega o rosto para ficar um pouco mais acordado, observa tudo ao seu redor e sente um aroma que ele conhece bem, o cheiro de Karol. No segundo seguinte ele se levanta devagar, caminha até o banheiro por sua necessidade, ao sair iria voltar a sala, mas viu a porta de seu quarto entreaberta, vai até lá, entra com cuidado para não fazer barulho, e a vê dormindo de lado, tão linda, a admira por alguns instantes, até decidir que não voltaria mais a sala. Ele foi até o outro lado da cama, deslizando se deitando as costas dela, puxando a sobra da colcha sobre si a abraçando em seguida, onde ele queria ter estado a muito tempo.

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