Capítulo 04 - ❝Tocar❞

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          Eu já não sabia que horas eram, madrugada provavelmente, mas eu não me importava mais, se eu já estava bêbada antes, agora nem se fala. Perigoso? Um pouco, mas eu sentia que não iríamos embora tão cedo, em vista que Alex já deu pt e continuou bebendo, mesmo Gustav tentando impedir, mas se nem eu consigo conter ela, quem dirá alguém que acabou de conhecê-la.

- Não não não, foi ruim, assume, foi péssimo, nada haver com os quadrinhos - digo olhando para Georg.

- X-Men é incrível, sendo os filmes ou os quadrinhos. X-Men 2 merece reconhecimento - insiste e eu só me encosto no sofá ouvindo Bill rir do meu lado.

- Tá, mas por que ninguém tá falando o que fizeram com As Cronicas de Narnia? - indaga a ruiva e eu a olho.

- Porque é bom e sem discussão, se algum de vocês não gosta de As Cronicas de Narnia eu tenho a plena certeza que tem um desvio de caráter horrível - e na hora todos os meninos olham para Tom - Por que não me surpreende?

- Essa é a coisa, ele não gosta mas também não assistiu - explica Bill levando a garrafa de cerveja até a boca.

- Você não tem voz nessa conversa, na verdade, nunca teve, mas enfim - faço o mesmo que o gêmeo mais novo, olhando para Tom que arqueia uma sobrancelha.

- Tenho voz em outras coisas - sorri ladino, passando a língua pelo piercing.

- Éeh, não tanto - dou de ombros - Não é grande coisa - na hora os quatro riram, enquanto eu continuava a fitar o guitarrista, largado no sofá de frente ao meu.

          Sorrio para o mesmo e cruzo minhas pernas, dando mais um gole na cerveja. Seus olhos queimaram sobre mim, me medindo com os olhos e negando com a cabeça, em meio a um sorriso.

- Ai droga - Alex para de rir quando olha para o celular - A gente tem que ir, Lia - diz se levantando, ou tentando, já que o impulso de levantar a faz cair no colo de Gustav que a segura.

- Horas? - na hora me levanto, praticamente sóbria. Se ela olhou no celular e ficou preocupada, tô vendo que to na merda também.

- Quase três - me olha, se forçando a levantar de novo.

- Não é uma boa - diz Bill se levantando também, com Gustav fazendo o mesmo e ajudando a ruiva - Zero condições de vocês dirigirem.

          Eu então tento fazer um quatro com as pernas, um pouco tonta, mas conseguindo.

- To ótima, se eu não estiver em casa antes de amanhecer não existirá mais eu - digo sorrindo pro mesmo.

- Olha, por que vocês não dormem aqui? Vocês dormem no meu quarto - oferece Gustav olhando para ruiva preocupado - É perigoso, se a polícia parar vocês, vai ser um problema muito maior do que chegar de manhã em casa.

          Então olho pra minha amiga, que suspirou mudando o olhar do baterista pra mim.

- Amiga, ele tem razão - eu apenas bufei, cruzando os braços.

- Tá bom - eu não estava em condições de dizer nada, contradizer e lá no fundo eu sabia que eles estavam certos.

          Então Gustav levou Alex até o banheiro para ajudá-la a lavar o rosto, enquanto Georg e Bill começavam a arrumar, com o vocalista dizendo que estava tranquilo e que eu não precisava me preocupar em ajudar. Por isso, para não atrapalhar, vou até a sacada e me sento em uma espreguiçadeira que tinha ali, cruzando as pernas e sentindo o vento frio bater em mim.
          Fiz questão de sentar longe do parapeito só pra não olhar para baixo, tinha pavor de altura e eu estar na sacada da cobertura já era um avanço e tanto, não precisava me debruçar no parapeito.
          Acho que fiquei um bom tempo ali, sentia meu rosto gelado, era fim de inverno então era comum o frio ainda, mas eu estava me arrependendo de não ter pegado minha blusa antes de vir para fora.

❝Live Every Second❞ | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora