Capítulo 50 - ❝Santa inquisição❞

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- Mas que porra é essa? - escuto gritarem, me acordando em um susto.

       Meus olhos tentaram se acostumar rápido com a claridade enquanto meu corpo tentava assimilar que eu tinha acabado de cair no chão. Meu corpo doía não só pelo tombo e susto, o que me fez ficar ali no chão mesmo.

        Eu e Tom chegamos por volta das cinco da manhã, não tinha olhado direito no relógio, apenas me joguei na cama e dormi. Antes de virmos pro hotel, como ele mesmo tinha falado, passamos em uma farmácia e compramos remédio pra dor, mas não tinha muito o que fazer, teria que me virar com maquiagem para esconder a marca da mão dele.

- Lianna, menina, o que aconteceu com seu pescoço? - escuto Alex perguntar, comigo resmungando no chão e espirrando, por conta do pó embaixo da cama.

- Isso aí não tá saudável, ele já ouviu falar em "não"? - questiona dessa vez Leona, comigo me virando de barriga para cima para olhá-las.

- Se eu conseguisse falar - resmungo me sentando e bocejando - Bom dia pra vocês também - me levanto me apoiando na cama, soltando um grunhido de dor - Alguém viu uma sacolinha de farmácia?

- Como que isso aconteceu? - questiona Alex, com a minha irmã me jogando a tal sacola.

- Soca forte - é a única coisa que digo em meio a um bocejo, indo até a água pra tomar o remédio para dor.

- Soca forte? Isso é divida de jogo - rebate minha irmã comigo a vendo sentada na cama que estava - Como vai esconder isso do papai?

- Ótimo questionamento - falo dando outro bocejo - Eu dou um jeito, tenho algumas maquiagens.

- Eu com certeza te ajudo - se prontifica a ruiva e eu sorrio de volta - Voltamos hoje?

- Sim - respondi coçando os olhos e voltando a me deitar, abraçando o travesseiro - Mas não vamos ficar por muito tempo em casa, vamos começar uma turnê pela europa. Álbum novo, essas coisas.

- Georg me contou - comenta a loira me olhando - Me chamou pra ir junto, mas falei que ia ficar com o papai.

- Vocês sabem que uma hora o pai de vocês vai ter que ficar sozinho, não sabem? - questiona a ruiva, comigo e Leona nos olhando.

- Sabemos, mas não agora, é recente demais - articulo com a ruiva concordando com a cabeça - Falando em voltar pra casa, amanhã eu vou no hospital.

- Acho bom - rebate a mais velha - Isso aí deve ser classificado como abuso - na hora eu jogo um travesseiro nela, resmungando com o incômodo em seguida.

- Foi totalmente consensual, graças a deus - murmuro o final, me sentando encostada na parede - Vou fazer exames antes da turnê, saber se eu tenho algum indício do que a mamãe tinha, deveria fazer também.

- Já fiz - responde rapidamente, se levantando e suspirando, começando a juntar as coisas espalhadas para arrumar as suas coisas - Eu sou infertil.

- Infertil? - Alex e eu perguntamos juntas, comigo me aproximando.

- Sim, tenho cistos no ovários e má formação nas trompas - explica dobrando algumas roupas - Não tenho câncer, mas sou infertil, descobri pouco depois da mamãe em um exame de rotina - dá de ombros, como se não fosse importante.

- Mas você queria ter filhos, nana - eu sentia que ela estava chateada, mas ainda sim tentava levar a vida, afinal, não tinha muito o que fazer.

- Ainda posso ter, só não de sangue, e por mim tudo bem - diz me olhando - Georg não se incomodou - certa surpresa me atingiu. Ela já tinha conversado isso com Georg, essa coisa de ter filhos, isso é um passo e tanto se tratando da minha irmã.

❝Live Every Second❞ | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora