Eu estava ali por volta de uns quarenta minutos, minha barriga roncava de fome, mesmo com Leona tendo ido comprar alguns salgadinhos na máquina no fim do corredor. Talvez nem fosse fome mais, provavelmente era a mais pura ansiedade.
No corredor, apenas a mim, todos tinham sido chamados e o último que foi chamado foi um garoto da minha idade mais ou menos, ele tinha um estilo parecido ao do Bill, cabelos meio espetados, roupas pretas coladas e botas pesadas. Pelos céus, o que eu estava fazendo aqui?- Fica calma, eles já vão te chamar - Nana tenta me acalmar, colocando a mão em cima do meu joelho, impedindo que eu continuasse agitando a perna.
- Ele é o que mais ta demorando lá dentro, será que eu tenho chance, nana?
- Claro que tem, você é magnífica tocando, só está... Enferrujada.
- Ajudou muito, Leona - na hora que digo isso, o garoto sai e passa por mim, sem me olhar, comigo escutando um grito do lado de dentro, me chamando - Me deseje sorte.
- Você não precisa de sorte - diz se levantando junto a mim - Você tem talento, foi feita pra isso, agora vai e arrasa.
Sorrio pra mais velha e respiro fundo, entrando na sala.
Era um espaço aberto, em uma mesa os quatro da banda e mais aquele homem que havia aparecido na porta a quase uma hora atrás. Me posiciono perto do centro e me abaixo, colocando a case no chão e abrindo a mesma, tirando a guitarra de lá de dentro, passando a alça pelo pescoço, conectando o cabo ligando a guitarra no amplificador e, por fim, me virando para eles.- Lianna não é? - diz o homem olhando para o papel à sua frente.
- Isso.
- Seu sobrenome, por favor - diz pegando uma caneta,me fazendo lembrar que nunca tinha o falado para Bill.
- Fritz, Lianna Fritz - eu devia parar de tremer tanto.
- O que vai tocar? - pergunta e na hora olho para Tom, largado na sua cadeira parecendo entediado, me levando a sorrir de lado.
- Enter Sandman, Metallica - assim que digo, vejo surpresa no olhar do que parecia ser o produtor deles.
- Certo, quando estiver pronta - concordo e respiro fundo.
Dou o primeiro acorde conferindo a afinação e vejo que está tudo certo, e assim começo.
Lembrava de cor e salteado cada acorde, cada estrofe, era minha música favorita deles e eu seria incapaz de esquecê-la algum dia.
Quando a música ganha um ritmo mais agitado, acaba sendo involuntário minha cabeça mexendo, como se eu medisse o tempo com isso. Meu cenho estava franzido, totalmente concentrada no que fazia, e mesmo assim fui capaz de fechar os olhos levantando a cabeça, sentindo a vibração da música fluir por mim.
E foi no solo da guitarra, que se iniciou na minha cabeça como se eu escutasse a música ecoando nela, que eu dei tudo de mim, sentia o coração bater junto da música, meu corpo pulsava em aprovação, nem mesmo parecia que fazia três anos que não tocava. Era extasiante, excitante pra caralho, fazia tempo que não me sentia tão viva.
Quando a música acabou, eu estava ofegante, com um sorriso no rosto de total satisfação e alegria genuína. Então finalmente os olho, todos parecendo minimamente surpreso.- Uau - foi a única coisa que o produtor disse olhando para a banda.
Tom parecia perdido em pensamentos, os lábios entreabertos e os olhos surcontendo a surpresa presos sobre mim. Os outros três o olharam esperando alguma reação, provavelmente era ele que falava alguma coisa, afinal, era o guitarrista da banda.
- Entramos em contato, Lianna - foi a única coisa que o arrombado disse.
Naquela hora eu senti vontade de mandar um dedo do meio pra ele, mas apenas sorri para todos e juntei minhas coisas, saindo da sala.
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❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
أدب المراهقينLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...