❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz

Capítulo 02 - ❝Inferno❞

          Acordo no outro dia sentindo minha cabeça latejar, tinha esquecido de novo de fechar a janela e o sol raiava pro meu lado da casa, o que fazia a claridade arder meus olhos conforme os abria.
          Olho pouco atenta ao teto. Muita coisa aconteceu ontem e eu não fazia a mínima ideia de como cheguei em casa, porém, contudo, entretanto, eu cheguei e isso já bastava.
          Me sento e olho o quarto bagunçado ao meu redor. Preciso dar um jeito nisso, mas eu preciso ir trabalhar. Quem inventa de sair numa sexta à noite sendo que trabalha sábado de manhã?
          Levanto e vou saltando até o banheiro do lado de fora do quarto, onde entre e tranco a porta. Tomo o banho e arrumo o que preciso dentro do banheiro, correndo de volta pro meu quarto para me trocar ao ouvir minha mãe me gritar do andar de baixo dizendo que já estavam saindo. Coloco uma calça parecida a de ontem só que bege, uma regata preta, meu all star surrado e a camisa de botão da loja.
          Meus pais tem uma pequena franquia de lojas diversas, eu fico na livraria que também é uma loja de discos, músicas no geral, minha irmã na reveladora e meus pais ficam juntos em um mercado. Todos ficavam a caminho uns dos outros, então meus pais poupavam tempo e levavam a mim e minha irmã.
          Assim que me vejo pronta, pego minha mochila e uma piranha de cabelo, o qual prendo enquanto desço as escadas. Primeiro encontro minha irmã, a cara de poucos amigos de manhã era extremamente comum, mas quando ela acorda de ressaca é o mesmo que você ressuscitar um morto. Logo após, saindo da cozinha, meus progenitores. Dona Meria e Senhor Desmond. Meu pai, um alemão alto, de cabelos loiros escuros, barba por fazer e olhos verdes. Minha mãe, uma italiana de altura mediana, longos cabelos loiros claros e olhos mel com algumas sardas. Eu era mais parecida a minha mãe que a meu pai, já minha irmã, ao contrário.

- Caraca, finalmente - diz o homem arrumando a camisa, me levando a afastar a imagem que veio na cabeça. Eca - Abrir tarde no dia de maior fluxo é burrice e você sabe, Lianna.

- Foi mal, meu despertador não tocou - digo ajeitando a mochila no ombro.

- Tocou sim - resmungo Leona, puta da vida em ter que acordar cedo - Eu ouvi você tacando ele em alguma coisa, aí ele parou.

- É, eu tenho que arrumar meu quarto - murmuro, me lembrando de realmente não ter visto meu despertador.

          O caminho até a livraria era rápido e eu fui a primeira a descer. Abro a loja e já levanto as persianas, deixo minha mochila atrás do balcão e vou dar uma conferida nas estantes e nas caixas com os cds e alguns videocassetes. Assim que vejo tudo, volto até a porta e viro a plaquinha, indo pro meu lugar atrás do balcão, onde coloco uma música pra tocar na rádio.
          Me sento no banquinho e ali fico, estudando. Eu já havia terminado o colegial, entretanto ainda queria fazer faculdade, talvez engenharia, mas não tinha certeza, então eu só saia estudando feito uma louca tudo que podia.

          O dia foi passando, os estudos picotados entre ajudar clientes e registrar as vendas. Mais um dia comum de sábado. Como meu pai havia dito, o dia de sábado era o de maior movimento, principalmente entre os adolescentes que vinham buscar cds encomendados e coisas do tipo.
          Era por volta das cinco da tarde, estava começando a escurecer quando comecei a arrumar as coisas para fechar a loja, já que o movimento tinha caído o suficiente para tal. Foi então que uma cabeleira ruiva entrou pela porta com sino, o uniforme da cafeteria de frente a livraria cobria seu corpo, enquanto empoleirado em seu ombro, Alex carregava sua mochila.
          Tínhamos conversado na hora do meu almoço, mas foi pouco, já que enquanto eu ia almoçar, ela voltava do almoço, então a conversa foi rápida e sistêmica.

- Muitíssima boa noite, minha doce e amada Lianna - sorriu se debruçando no balcão comigo arqueando uma sobrancelha.

- Que alegria desenfreada é essa? - eu juntava meus materiais dentro da mochila.