Não conversei sobre o que havia acontecido com Tom nem com ninguém, eu apenas deixei levar. O Kaulitz, por sua vez, fez questão de sair comigo do estúdio de mãos dadas, assim como da van para dentro do Hotel, afinal não tinha mais porque se preocupar, mas em momento nenhum tocou no assunto.
O show da noite tinha sido tão bom e intenso quanto o do dia anterior, tendo a diferença que dessa vez meu pai não participou, queríamos que apenas um fosse especial de fato e assim seria, com Tom passando a me acompanhar. Quando eu toquei "Heart", eu pude sentir todos os sentimentos do Kaulitz em mim, o que ele queria dizer com aqueles olhos brilhantes na minha direção era o mais puro consolo e sentimento de conforto, e ali me aconcheguei enquanto cantava, sendo a primeira vez que não chorava ao fazê-lo.
E então, quando estávamos indo embora, a mão quente de Tommy envolveu a minha. Um sorriso simples no rosto, olhos delicados e ansiosos me olhando enquanto o polegar, como qualquer outra vez, acariciava meu monte de vênus.
- Você me deve um encontro ainda, Srt. Fritz.
- Depois de hoje, Sr. Kaulitz - me viro totalmente para ele, vendo nossa família passar por nós até a van - Não sei se quero um encontro.
- Vai ser minha punição por ter tomado uma decisão sem você? - questiona nos aproximando mais.
- Sua punição vai ser outra, Kaulitz, você não perde por esperar.
- Mas eu ainda vou ter meu encontro? - questiona novamente, comigo soltando um arzinho pelo nariz, concordando com a cabeça.
Tommy então me puxou até o estacionamento, onde tirou as chaves do bolso de um carro grande que eu não tinha visto ainda, acionando o alarme e abrindo a porta para mim. Eu apenas aceitei, entrando e pondo o cinto enquanto o maior dava a volta. Por dentro o carro era bem espaçoso, os bancos de couro caro assim como os outros detalhes como o painel e o volante, era bem bonito, na verdade.
Durante o caminho eu sentia ele ansioso, tamborilando os dedos no volante enquanto a cabeça seguia o ritmo da música. Eu a todo momento tentava fingir demência quanto a isso, mas não tinha como, a curiosidade gritava mais do que a vontade de dar um gelo no Kaulitz.
- Onde vamos? - questiono por fim. As ruas estavam um tanto cheias, era por volta das dez da noite de um sábado e Tom dirigia como se houvesse só nosso carro na rua, ainda não sabia como não tinha sofrido um acidente.
- Surpresa - sorriu em resposta, sem me olhar.
- Não gosto de surpresas - cruzo os braços olhando para frente.
- Você vai gostar dessa - os olhos se viraram rapidamente para mim, continuando o caminho.
- Essa semana eu estava pensando em algo - articulo me mexendo no banco, sem sorrisos da minha parte, o que o fez ficar sério também - Eu quero fazer alguns exames, para saber se eu tenho o que minha mãe tinha - o Kaulitz respirou fundo, com os olhos castanhos, que me fitaram rapidamente, demonstrando medo.
- Podemos fazer isso - concorda com a cabeça, umedecendo os lábios e mordendo o piercing - Está com medo?
- Não, você está? - franzo o cenho, esperando por sua resposta, com meus olhos tentando achar algum outro sentimento além de terror.
- Sim - foi sincero, sem nem mesmo me olhar - Mas vamos lidar com isso.
- Fala como se eu tivesse - um buraco se abriu em meu peito, principalmente quando ele estacionou o carro, não fiz questão de olhar onde estávamos, não enquanto ele não falasse o que se passava em sua mente.
- Desculpa - as mãos pousam sobre as próprias pernas, respirando fundo - Vai ficar tudo bem.
- Mesmo? - questiono novamente, observando os olhos escuros me fitarem então.
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❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
Novela JuvenilLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...