O dia foi um tanto cheio, não tivemos entrevistas hoje, entretanto fomos fazer reconhecimento de onde tocaremos, e caralho, era uma baita arena, com certeza cabia fácil mais de cinco mil pessoas. O palco era bem amplo e eu fiz questão de zoar com os meninos lá em cima. Medo de altura. Check. Medo de plateia. Check. O que eu estava fazendo ali, afinal? Ta que o palco não era tão alto, mas ainda sim, estou a mais de um metro e meio do chão, eu obviamente estaria nervosa.
Quando faltavam três horas pro inicio do show, voltamos pro hotel para tomarmos banho e nos arrumar parcialmente, já que os figurinos e a maquiagem seriam feitas por lá.
Assim que cheguei, tomei meu banho quentinho e já coloquei uma roupa quente também. Não estava tão frio quanto estava de manhã, entretanto o frio ainda residia entre nós e não seria eu que lutaria mano a mano com ele.
- Lia, tá pronta? - escuto a voz de Bill do outro lado da porta.
- Quase, pode entrar - digo na frente do espelho, passando um hidratante no rosto ressecado pelo frio.
- Falta só você - apareceu na porta do banheiro e eu concordo, virando pra ele.
- Tô pronta, só tava passando creme - ando para dentro do quarto de novo, pegando a palheta que Leona tinha me dado, a colocando no bolso da calça.
- Nervosa?
- Não, imagina, por que estaria? - indago indo com ele pra fora do quarto, trancando ele - Nem vou tocar pra mais de mil pessoas que podem me amar ou odiar, dependendo de como eu me saia hoje.
- Normal, é assim toda vez - ri um pouco, me fazendo rir também - Mas olha, não fica mal se não existir muitas pessoas que gostam de você, a gente gosta e a gente sabe reconhecer seu talento - me conforta de uma forma um pouco estranha, mas apaenas entrelaço meu braço no seu sorrindo um pouco confusa.
- Obrigada Billy, você é um anjo.
- Eu sei - me pisca um olho.
Chegando na Arena, deu para ter a dimensão de quantas pessoas teriam. Milhares, com certeza. Ok, tentar manter a droga da calma.
Entramos na arena e fomos guiados até nosso camarim. A primeira coisa que fizeram quando cheguei foi a maquiagem, a maquiadora, uma mulher de por volta dos vinte oito, perguntou como eu queria e eu dei alguns exemplos, explicando como costumava fazer e que ela podia fazer adaptações.
Foram longos minutos deitada em uma cadeira, rindo das palhaçadas dos meninos e ouvindo a moça me mandar ficar quieta. Logo após vieram arrumar meu cabelo, arrumando ele em um trança mal feita de propósito, com varios fios soltos. E sinceramente, ficou incrivel.
Mas foi na hora da roupa que eu travei. Assim que entrei no trocador eu gelei e sai, olhando para a stylist de boca aberta.
- Que droga é essa? - aponto para o cabide na minha mão, uma roupa muito diferente do que eu estava acostumada.
- É para seguir com o conceito - explica ela.
- Moça, que conceito você quer passar? Que eu rodo bolsinha na esquina?
- Não vai ficar curto, e mesmo que fique, ninguém vai reparar, confia em mim, fiz pensando no seu corpo.
Em resposta eu apenas bufo e entro de volta no trocador. Os meninos, que estavam nos trocadores do lado, não falaram nada, mas me questionei o que eles pensaram.
Ao vestir a roupa, suspirei me olhando no espelho. Era um vestido preto tubinho que ficava a quase dois palmos acima do joelho e um decote um tanto generoso, por baixo, um shorts para evitar o atrito das minhas coxas, mas ainda sim muito curto para o meu comum, já por cima uma camisa xadrez marrom escuro grande que ia até um pouco acima da barra do vestido e a qual tive que dobrar um pouco das mangas, e por fim meias ⅞ pretas. Eu estava odiando o que via, muito exposto, odiava isso.
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❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
Ficção AdolescenteLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...