Ao voltar para casa, Alex e Gustav já saíram, com o loiro falando que não sabia que horas voltava. Na hora eu olhei pra ruiva e fiz cara de quem entendeu, assim como ela que tentou conter a cara empolgada.
Começamos então a arrumar a sala, tirando a mesa de centro e jogando dois dos colchões no chão, junto a algumas cobertas. Bom, eles fizeram isso, eu fui estourar a pipoca enquanto cantava uma música aleatória e dava uma dançadinha, sempre de olho pra ter certeza que ninguém via dessa vez.
Coloco tudo em dois baldes de pipoca e vou levando pra sala, vendo Bill montado em cima do Tom, tentando sufocar ele com o travesseiro, com Georg ajudando.- Fraternidade, que bonito - digo dando um chutinho na bunda do Bill e me sentando no colchão.
- Essa praga escondeu dois dos filmes que tu trouxe - disse o mais novo e na hora eu olho para Tom, que ofegava pela tentativa de homicídio do seu sanguíneo.
- Deixa eu adivinhar, as comédias românticas? - indago com o baixista e vocalista concordando.
- Eu não quero ver água com açúcar, quero ver demonio comendo cu alheio - se defende e então Bill lhe taca um travesseiro na cara.
- Qual é, não é ruim, Uma Linda Mulher é lindo e 10 Coisas que Eu Odeio em Você eu posso listar agora - comento ouvindo Bill rir e se arrumar do meu lado.
- Você não tem 10 coisas que odeia em mim, eu sou a pessoa mais amável do mundo.
- Seu ego é invejável, cópia mal feita - diz Bill revirando os olhos.
- Eu vim primeiro.
- E eu vim mais bonito.
- ACHEI! - gritou Georg, comigo então percebendo que ele tinha saído para procurar os filmes - Qual primeiro? - pergunta olhando pras duas capas.
- Exorcismo - Tom e Bill dizem em uníssono.
O baixista apenas concorda indo colocar o filme, logo depois se aproximando comigo lhe entregando o outro balde de pipoca que ele dividiria com Tom.
Esse filme ainda não tinha assistido, e nem consegui também, porque era o tempo todo das antas fazendo palhaçada, teve uma hora, mó clima de tensão e do nada, repito, DO NADA o de dreads decidi que é uma boa ideia peidar debaixo do cobertor e ainda balançar o mesmo. Nossa, filho da puta. Mas, em geral, o filme é bom.
Antes de colocar o próximo, levanto pra colocar os baldes na cozinha e pegar bebida, torcendo pra quando voltar ninguém estar matando ninguém. Mas assim que volto, havia apenas Tom na sala.- Cadê eles? - questiono me sentando um pouco distante.
- Meu irmão foi ao banheiro e o Georg foi lá embaixo buscar a pizza - eu apenas concordo, comigo pegando uma cerveja e fazendo a mesma coisa que eu fiz na noite da festa, lhe estendendo - Como você consegue?
- É fácil, sei fazer assim também - digo pegando outra garrafa e colocando na boca, puxando com os dentes, com a garrafa fazendo o barulho de aberta e o lacre saindo na minha boca.
- Quantas formas diferentes você sabe abrir garrafas de cerveja? - pergunta dando um gole na sua.
- Uhm, três só - balanço a cabeça fazendo o mesmo.
- Qual é a do milagre que vocês estão conversando a menos de cinco minutos sem se xingarem ou se provocarem? - questiona Bill chegando e se sentando do meu lado, na hora, Georg entrando com as duas caixas de pizza.
- Eu fiz aquilo de abrir a garrafa com a mão - explico, me mexendo para dar mais espaço a Bill.
- Ela abre com a boca também - completa Tom e eu concordo ainda olhando pro mais novo - Deve fazer muitas coisas com a boca.
- Porra, tava bom de mais pra ser verdade - Georg passas por nós, revirando os olhos e o Kaulitz rindo.
- Já você não deve ser muito bom né?! - volto a olhá-lo com as sobrancelhas arqueadas.
- Não comecem, por cristo - súplica Bill enquanto o baixista se sentava e colocava as caixas apoiadas na cama.
- Ta, dá play logo - resmunga Tom e eu me estico até o controle e dou o play.
Um dos meus filmes favoritos de longe. E dessa vez todos ficaram em silêncio, às vezes perguntando coisas que não tinham entendido, mas em geral apenas aproveitando o filme.
Quando o filme estava por volta da metade, sinto algo tocar a minha mão aos poucos e lentamente por debaixo das cobertas. Minha mão esquerda sendo envolta por dedos magros e quentes, com o polegar fazendo círculos no meu monte de vênus. De canto de olho, olho para o Kaulitz mais velho que pressionava os lábios um no outro, os soltando e passando a língua pelo piercing.
Me senti ofegante, com meus dedos envolvendo os seus que, como resposta, vi um curto sorriso de lado lhe surgir, se arrumando no lugar sem falar nada. Apenas faço o mesmo, voltando a prestar a atenção no filme.Apalpo ao meu redor não sentindo, a casa um pouco silenciosa, com murmurinhos vindos da cozinha. Abro os olhos e então percebo que dormi em algum momento antes do filme terminar, me levando a me sentar e coçar os olhos. A sala estava escura, já era noite, eu estava coberta até perto do pescoço e minha mão permanecera na mesma posição que a deixei enquanto sentia um certo guitarrista acariciá-la. Aliás, o que caralhos foi aquilo?
Me levanto meio desengonçada e ando até a cozinha onde encontro os quatro e Alex, todos um pouco aflitos.- Boa noite, aconteceu alguma coisa? - questiono entre um bocejo enquanto amarrava meus cabelos, vendo todos me olharem.
- Péssimas notícias - diz Bill me estendendo uma revista - Você saiu na mídia antes de te anunciarmos.
Pego então a revista, vendo na capa uma fotos dos meninos comigo na noite anterior, onde eles foram me buscar no centro da cidade, escrito bem grande na capa "Caridade?". Nem mesmo me dei o trabalho de olhar a página da "reportagem", apenas coloco a revista de volta na banca da ilha e suspiro.
- O que eles falam? - pergunto cruzando os braços.
- Se perguntam se constantemente ajudamos pessoas em situação de rua ou se teríamos ajudado algum colega sem teto - diz Gustav abraçado a Alex. Acho que isso estragou o encontro deles.
- E agora? - eu só sabia perguntar, nunca tinha acontecido de eu parar na primeira página de uma revista de fofoca, mas eles, em especial Tom, já e muitas vezes.
- Aaron ligou pra gente, disse que vai agilizar a papelada para segunda pra podermos anunciar que você é a nova integrante da banda no mesmo dia - explica o Kaulitz mais novo e eu concordo com a cabeça.
- Mas não vão estranhar vocês terem ido buscar ela no centro da cidade a uma hora daquelas? - pergunta Alex, tirando a duvida por mim.
- Daremos um jeito de contornar - responde Georg, com o restante concordando.
- Mal chegou e já chegou chutando a porta com os dois pés - comenta Tom depois de todos em silêncio por algum tempo, o que nos causa risadas.
- Se não for pra chamar mais atenção que o galinha e conquistador de boas moças, Tom Kaulitz, é melhor eu nem ir - digo olhando pra ele com uma sobrancelha arqueada junto a um sorriso provocador.
- Que bom que baseia sua popularidade na minha, talvez um dia chegue no meu nível.
- Aah, não mesmo Kaulitz, eu definitivamente não quero ter a sua popularidade, pode ficar pra você.
- Isso vai acabar em namoro - murmura Alex saindo da cozinha junto ao resto.
- Nem fudendo - falamos ao mesmo tempo - Para de me imitar. Eu não to te imitando. Vai se fuder Kaulitz/Fritz - apenas desisto e resmungo, indo pra sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
JugendliteraturLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...