Capítulo 39 - ❝Hipócritas❞

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         Alguns dias tinham se passado e nada tinha chegado até mim, no caso, até nós. Georg voltou para casa no dia seguinte com Leona consigo, meu pai tinha dito que preferiria que ela ficasse em casa comigo do que presa no hospital, então pediu que ficasse conosco até quando nossa mãe melhorasse. Claro, Leona surtou, de acordo com Georg, ela xingou meio mundo e se negava a sair, mas uma hora só desistiu e veio junto ao baixista.

       Como dito, ela ficaria aqui em casa, eu até tinha oferecido meu quarto pra ela dormir comigo, mas não adiantou muito quando nas primeiras noites ela se levantava impaciente e ia pro quarto do Listing, o que deixava brecha para eu ir pro quarto com Tom, isso se eu dormia. Durante esses dias foram poucas as noites em que não transamos, era eu mal deitar na cama que as mãos bobas começavam e bom, digamos que eu não estava realmente sobria.

        Desde o dia que chegamos eu tenho bebido, todos os dias, e junto a bebida veio a vontade imensa de fumar, o que ocasionou em eu comprando maços e maços de cigarro durante os dias. Todos já tinham tentado me fazer parar, Leona de forma mais agressiva do que os outros, mas eu ficava agoniada em estar sóbria, a voz da minha mãe ecoando na mente... Aquilo sumia quando eu bebia. 

      Nas primeiras noites, Tom não me tocou como um "castigo", disse que não me tocaria até que parasse de beber incessantemente, mas aos poucos consegui dobrar ele. Não me orgulho, realmente não e sabia que ele não queria que eu fizesse aquilo, mas eram duas coisas que me faziam ignorar o que acontecera: Alcool e Sexo, ou melhor, Sexo do Tom.

       Era por volta do meio-dia, tinha passado pouco mais de uma semana, um domingo para ser específica. Eu estava sentada na beira da piscina com um copo de whiskey escutando a música que Leona e Alex escolheram. A ruiva todos dias vinha para cá para se certificar que eu ainda estava viva, e bom, eu estava, ainda.

      Nesse dia em específico elas decidiram que teríamos um almoço digno, nada de fast food ou comida congelada, então se empenharam em cozinhar juntas ao som da rádio. Os meninos estavam na sala jogando vídeo-game e bom, eu aqui do lado de fora.

      Eu queria entrar, interagir, mas seria linchada pela minha irmã. Ela se nega a falar comigo quando eu estou bebendo, o que resulta em quase todos os dias eu estar sendo ignorada por ela. E no momento não sabia o que doía mais, ser tratada como uma viciada pelos meus amigos ou ser totalmente ignorada pela minha irmã.

      Foi então que me levantei, dando o último grande gole no whiskey e indo para dentro. Os olhos da ruiva foram rápidos em me olhar passar por elas sem dizer nada, com meus pés escorregadios quase me levando a alguns tombos pelo caminho. Assim que chego na sala, não falo com eles e vou até a estante, pegando a chave do carro e deixando o copo onde ela estava antes.

- Onde você vai? - pergunta Tom se levantando e vindo até mim.

- Whiskey e cigarro acabaram, vou comprar mais - anuncio, o álcool vinha fazendo tanto parte do meu organismo que minha voz nem bambeava mais.

- Talvez seja um sinal pra você parar - articula Bill parecendo irritado - Você terminou com a garrafa em um dia, Lia.

- Até que demorei - dou de ombros, dando mais um passo, mas na hora os quatro me impediram - Me deixem sair, eu só vou comprar mais bebida.

- Chega, Lianna - esbravejou Tom, me assustando - Não vou deixar você se afundar assim.

- Não to me afundando.

- Está! E eu to indo junto - exclamou irritado, com minha garganta ganhando um nó - Eu não posso mais ver você fazer isso com você, faz uma semana que você bebe todos os dias e eu não sei mais o que fazer.

❝Live Every Second❞ | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora