Tínhamos chegado a algumas horas em Copenhague, era uma cidade bonita e movimentada de fim de semana, mas não andamos muito por ela, indo direto para o hotel já que logo à noite teríamos um show.
Como da outra vez, fico em um quarto só meu, ouvindo os gritos das fãs diminuindo na porta do hotel pelo horário do show já se aproximar. Eu estava conversando com Leona a algum tempo, liguei para ela assim que cheguei na cidade, animada até demais para contar a minha irmã onde estava.
"Eu quero lembrancinhas de onde você for, pelo amor" exige, me levando a rir.
- Vou tentar, não vou prometer nada - digo olhando janela a fora, vendo o movimento.
"Trás pelo menos da França vai?! Sabe que sempre quis ir la" um fato, Leona tem muita vontade de se mudar para França, dizia não se importar para onde, apenas que fosse em terras francesas.
- Ta, vou ver o que faço - suspiro, voltando a me sentar na cama - Falando em dar um jeito, por que não me disse que você e Georg conversavam? - questiono cruzando os braços, ouvindo algo cair do outro lado da linha.
"P.porque... Porque eu.. Aah, sei lá garota, não é da sua conta" jurava poder a ver na minha frente, dando de ombros.
- Teoricamente é, já que minha irmã está saindo com um amigo muito importante meu.
"Achei ele engraçadinho, só isso"
- Se achou ele engraçado, Leona, ria, não transe com ele.
"Lia!"
- Nana! - exclamo de volta, seguida por uma risada minha - Então quer dizer que já transaram?
"E você, já transou com o de dreads?" na hora fiquei muda, revirando os olhos.
- Vou desligar, tenho que arrumar as coisas - não a respondo, apenas ouvindo seu silêncio na linha por alguns minutos talvez.
"Lia, sabe que pode conversar comigo sobre isso, né?"
- Eu sei, só não quero tá?! - e então um resmungo em concordancia - Agora eu realmente tenho que ir, me liga qualquer coisa.
"Ta bom, te amo, maninha"
- Te amo, nana - e então a ligação ficou muda, comigo jogando o celular na cama, assim como meu corpo, com os olhos vidrados no teto.
Mais uma noite, mais um show, quente dessa vez, não só pelo público e pelos olhares do outro guitarrista do outro lado do palco, mas também pelo clima, que se aquecia a cada dia mais. Dos primeiros shows, a música nova não fazia parte do repertório, então foram as mesmas do show da última semana, como sempre encerrando com Durch den Monsun.
Assim que o show encerrou, os meninos tiveram a ideia de ir em uma disco que tinha na cidade, eu, boba nem nada, aceitei, prosseguindo com a roupa do show mesmo, assim como o resto dos meninos.
Nos enfiamos em um carro alugado e fomos, com Bill dirigindo cuidadosamente pelas ruas de Copenhague enquanto, mesmo que cansados, cantávamos e imitavamos os instrumentos da música que tocava na rádio. Até a mesma trocar no intervalo.
- Desculpem, mas eu preciso - digo após começar a tocar What Is Love, começando a dançar e cantar no banco de trás, com os Georg e Tom me acompanhando.
- Céus, vão multar a gente por isso - escuto Bill resmungar em meio a um riso, acompanhado de Gus que estava no passageiro - Isso é atentado à sanidade pública, parem seus macacos de circo.
- Quietinho porco espinho, sente a brisa - rebato mexendo a cabeça em ondinha de um lado para o outro, vendo os outros dois me acompanharem.
- Droga, nunca recebi uma multa na Alemanha - diz Bill abaixando o som e indo pro acostamento - Agora chego na Dinamarca e as crianças do banco de trás vão e me dão uma multa. Calados, antas acéfalas - e então para, abaixando o vidro.
Na hora eu seguro o riso nervoso, olhando para Tom e Georg que faziam o mesmo, tentando se manter posturados. Nem tínhamos bebido e a multa já tinha vindo.
O policial então parou ao lado da porta do motorista, abaixando com uma lanterninha para ver o motorista, com Bill sorrindo nervoso para ele.
- Boa noite, carteira e documentos do carro, por favor - o mais novo nada diz, apenas concorda, se esticando para pegar os mesmos do porta-luvas - Vocês vem vindo de onde?
- Show - respondo me pondo no meio dos bancos da frente, com o Kaulitz me repreendendo com o olhar - Tokio Hotel, sabe? - aponto com a cabeça para o Bill, que entrega os documentos para o policial.
- Tokio hotel? Aquela bandinha de adolescentes?
- Muito relativo, seu guarda - Tom tentou dividir o mesmo espaço que eu, me levando a reclamar recuando - Tenho certeza que sua filha gosta da gente.
- Vocês? - o senhor então voltou a olhar para todos do carro, com Bill e Gus querendo se enfiar no próprio cu para sumir - Ah, é - e então coçou a garganta, com Georg segurando a risada.
- Não ouse rir, Listing - murmuro segurando o riso também.
- Bom, eu, já volto - guarda então saiu com os documentos, parecendo meio sem graça.
- Vocês me pagam - o Kaulitz mais novo nega com a cabeça, massageando as têmporas.
- Mas a gente não fez nada - falo e na hora Georg começa a rir - Para ooh - e então eu também, e em seguida Tom e Gus.
- O cara com a maior cara de tacho olhando pro Bill - comenta Tom, imitando a cara do policial.
- Po, me senti ofendido - articula o Listing parando de rir - Ele chamou a gente de bandinha adolescente.
- Mas a gente é - concordo olhando para ele, recebendo o olhar de todos - Que foi? Os mais novos, por meses, são os gêmeos, com dezessete ainda, depois vem eu com dezoito, Gus com dezenove e você com vinte, uma banda adolescente.
- Mas o diminutivo encaixa que somos meros mortais - diz Tom e eu arqueio uma sobrancelha.
- Falou até usando a conjunção correta do verbo - alfineta Bill, com o resto rindo.
- Senhor - a voz do policial interrompe Tom, com todos se calando e prendendo a risada no fundo da garganta - Está tudo certo.
- Obrigado por fazer um ótimo trabalho, Oficial - Bill espreme os olhos, tentando ver algo no uniforme dele.
- Andersen.
- Oficial Andersen - completa o Kaulitz, que eu sentia que queria muito rir - Estamos liberados então? - os olhos pidões de Bill me fizeram soltar um arzinho entre os lábios, ocasionando na risada instantânea do outro guitarrista e do baixista, comigo apenas colocando a mão na boca - Desculpa, eles tem demencia.
- Bom - o olhar confuso mudou de nós para o motorista, que continuava tentando manter a postura - Poderia pedir um autógrafo? Minha filha é realmente fã de vocês - ele parecia sem graça, o que por um momento me deixou com um pouco de pena.
- Claro - concordamos em uníssono, com os dois ao meu lado parando de rir.
Ele então passou para dentro um caderninho e uma caneta, que passou na mão de nós cinco, terminando no Bill, que pergunta o nome da garota, terminando de assinar por todos nós. Assim que o policial se afastou, um suspiro de alívio foi escutado vindo de Bill, que riu um pouco enquanto ligava o carro, voltando a dirigir para a discoteca.
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❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
Teen FictionLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...