❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz

Capítulo 18 - ❝Universo feminino❞

         Quando fomos tomar café, contamos aos meninos que estávamos juntos, mesmo que separados por ter que guardar segredo, todos comemoraram e falaram coisas como "graças a deus" e "até que enfim", com o dia se prosseguindo com a gente indo dar uma volta pela cidade. Seguimos o que Aaron disse, eu fiquei colada o tempo inteiro no Bill ou no Gus, tentando ao máximo não ter contato, principalmente visual, com o Kaulitz mais velho.

         Eles me mostraram o Parque Tiergarten e Potsdamer Platz, que é outro parque, mas muito mais urbanizado, o qual eles falaram que era mais bonito a noite, com Tom falando ao passar por mim que logo me traria pra um encontro aqui. Não pude evitar e dei um sorriso ladino, mudando de assunto com o Gus que apenas observou a situação.

         Estavamos no stage prontos para o último show em Berlim. Eu não sentia mais tanto nervosismo, mesmo com o frio na barriga ainda existindo. Aaron cumpriu o que falou, roupas do meu costume foram arrumadas para mim, o que agradeci imensamente a ele depois. Então, vestida de forma extremamente confortável, eu usava uma calça branca larga, com vários bolsos e desenhos em vermelho e preto, uma camisa branca de manga longa que deixava uma faixa da barriga de fora, e única coisa que mantiveram foram os sapatos com salto, mas dele eu realmente não reclamei e já estava até me acostumando, mesmo com os pés doendo.

        Eu olhava atentamente para a escada, apesar de ter tido um dia muito bom, me sentia estranha, provavelmente pela rotina que tinha tomado, meu corpo não estava acostumado, então eu apenas ignorei girando os ombros e estalando o pescoço, arrumando a alça da guitarra em seguida.

- Ta tudo bem? - perguntou Bill que estava ao meu lado.

- Sim, só uma dor nas costas - sorrio simples pra ele, que concorda.

       Fazemos o mesmo que nos outros dois dias e então entramos no palco.

        O show foi seguindo, a euforia de sempre que uma hora se mesclou com uma imensa vontade de chorar, o que eu deixei escapar um pouco uma hora quando demos uma pausa. Bill até mesmo me abraçou enquanto falava com o público, me consolando enquanto eu ria e chorava ao mesmo tempo, limpando a maquiagem borrada pelas lágrimas.

         E então a última música, todo aquele suspense para então começar a tocar Durch Den Monsun, a música mais aguardada por todos. A vibração em minha barriga me aqueceu enquanto eu tocava, já que o vento frio nos atingia e eu torcia para que parasse a tempo da "chuva" que cairia, com medo de pegar alguma gripe fodida. Mas ainda sim, eu dava tudo de mim, mesmo com dores pelo corpo, mesmo que minha barriga doesse de fome, eu ficaria até o fim.

- Lia, não se vira - diz Georg perto de mim, começando a tocar comigo.

- Por que? - pergunto prosseguindo o que fazia.

- Acho que alguma coisa... Vazou - diz franzindo a testa rapidamente e voltando para onde estava.

        Na hora eu ligo os pontos, começando a me perguntar como sairia do palco sem que vissem. Meus olhos, nervosos, percorreram o palco e encontraram os de Tom, ao mesmo momento que a água começou a cair. Minha maquiagem se borrando, minha pele se tornando gelada e eu só querendo chorar por não ter percebido que minhas regras estavam próximas. O olhar do Kaulitz preso em mim me questionou o que tinha acontecido, comigo apenas negando com a cabeça, seguindo com o que fazia. As dores, a sensibilidade, irritação, tudo fazia sentido agora.

          Quando a música terminou, todos aplaudiram com o Bill se despedindo. A passos rápidos, Tom veio até mim, parecendo preocupado.

- O que aconteceu? - eu apenas afastei um pouco a guitarra, ouvindo os agradecimentos do Bill, vendo a mancha vermelha no meio das pernas - Vem, eu te cubro - fala empurrando a guitarra para onde estava e tirando a sua, assim como Georg que ficou na frente para me tapar, conforme íamos saindo do palco.