Não sabia que horas eram, minha cabeça latejava de cansaço, a garrafa de vinho já tinha acabado a muito tempo e tudo o que me preenchia era a música que eu tinha a plena certeza de que faltava algo, o achando durante aquelas horas que fiquei presa com meus próprios pensamentos.
Eu me sentia mal, não conseguia pensar em mais nada além de imaginar o que ela sofreu, o que passou, o que guardou para si. Ela se foi, e mesmo sabendo que estávamos bem, nunca pedi desculpas a ela pelas coisas que disse naquela noite, nunca pedi desculpa pelas vezes em que não fui uma boa filha, nunca pedi desculpas para ela. Aquela culpa me consumia, uma culpa irredutível e indestrutível, como se ela fosse capaz de arrancar meu peito fora. Eu quero minha mãe de volta. Quero ela de volta para fazer direito dessa vez, me desculpar, me permitir entender porque ela agiu da forma que agiu, a quero de volta para ela voltar pra casa comigo, a quero de volta para ter com quem contar quando precisar de um colo amigo, ou ter com quem lutar contra o mundo.
Um soluço ecoou no meio do dedilhar do violão, me fazendo abandonar o instrumento para chorar o que eu não tinha conseguido chorar durante todo aquele tempo, urrando o sentimento para fora, querendo sumir e voltar só quando tudo estivesse certo, arrumado. Eu só queria a minha mãe.
A porta então se abre, o olhar preocupado de Tom me fitando enquanto meu corpo tremia, mas eu não o sentia. Ele então se aproximou, me abraçando e permitindo que eu chorasse, eu não sabia o que ele pensava, não sabia como aparentava estar além de preocupado, eu só o sentia me abraçar firmemente, com medo de me deixar cair.
- Eu quero a minha mãe, Tommy, eu só quero a minha mãe - minha voz tremia, o ar faltando em meu peito enquanto meus braços se seguravam nos seus.
- Eu sei meu amor, eu sinto muito - a voz rouca demonstrava o máximo de calmaria que poderia sentir, mesmo que eu soubesse o quão destruído ele estava por ver daquela forma.
- Me deixa ir com ela - peço chorando, o sentindo negar com a cabeça - Eu preciso pedir desculpas.
- Não posso, não vou deixar que vá - fala com a voz se tornando de choro - Eu prometi pra ela que cuidaria de você.
- Tá doendo, Tommy.
- Eu sei, meu sol - fala me apertando mais, com meu corpo tremendo - Mas eu to aqui, a gente vai ficar bem.
- Não me deixe, Tom, por favor - peço novamente, o sentindo beijar o topo da minha cabeça.
- Não vou, gatinha, prometo.
Ficamos mais alguns momentos ali, eu não conseguia parar de chorar e Tom só sabia me abraçar, e eu não estava reclamando, já que aos poucos fui me acalmando. A sensação de que o mundo tinha desmoronado, aos poucos sumiu, com meu choro incessante se tornando silenciado. Eu precisava ver a Leona.
- Minha irmã, como ela tá?
- Acordou chorando mas o Georg tava lá, ele conseguiu fazer ela dormir de novo - eu concordo me afastando um pouco e limpando meu rosto - Só vim ver como você tava, já são nove horas.
- Sério? - questiono e o vejo concordar - Acho que eu tenho que sair daqui então.
- Deveria ir dormir - sugere e suspiro, me encostando nele.
- Queria, mas preciso ver meu pai.
- Todos nós vamos com você - e então o olho - Não vamos deixar vocês sozinhas nessa.
- Obrigada, amor - o beijo rapidamente - Não sei o que faria sem você.
- Provavelmente sua vida seria bem tediosa - sorri pra mim, me levando a rir um pouco, me levantando.
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❝Live Every Second❞ | Tom Kaulitz
Novela JuvenilLianna é uma garota de 18 anos que sempre sonhou em viver de música, barrada de seus sonhos pelos pais que não viam futuro nisso. Seu futuro então muda quando, em uma noite, ela conhece Tokio Hotel, uma das mais famosas banda de rock emo da Alemanha...