Capítulo 57 - ❝Lutar contra❞

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 .-Tom Kaulitz-.

         No hospital não me deixaram entrar na sala, então fiquei sentado ao lado de fora, olhando minhas mãos ainda sujas com seu sangue assim como a camisa branca que eu usava. Eu ainda chorava, mesmo que baixinho, quieto no meu canto, suplicando para qualquer coisa que pudesse me ouvir para a deixar viver, para me tirar aquele vazio silencioso que minha mente tinha adotado a alguns minutos. Eu não queria mais sentir nada se não fosse com ela, eu não queria mais amar se não fosse com ela, tragam ela de volta. Tragam ela de volta. Tragam ela de volta. Era tudo o que eu sabia pedir.

        Não sabia a quanto tempo eu estava ali, mas em certo momento todos entraram pela porta da emergência, correndo até mim. Entre eles, o Sr. Fritz e Aaron.

- Onde está ela? Onde está minha filha? - pergunta o homem desesperado, comigo me levantando e parando a sua frente.

- Levaram ela para uma sala, não me deixaram ficar junto - explico com os olhos claros pairando sobre mim. Dor. Medo. Olhos podem dizer muita coisa sobre as pessoas, ela tinha me ensinado isso.

- O que aconteceu? - perguntou tentando conter as lágrimas - Por que a minha garotinha fez isso?

- É minha culpa, senhor, me perdoa - eu não me importava mais, eu chorava e chorava, mesmo que sem som, eu deixava com que cada lágrima rolasse pelo meu rosto.

- Tom... - Bill veio até mim, comigo desviando do seu toque e de seus olhos vermelhos por conta das lágrimas.

- É minha culpa, é minha culpa - e ali eu desabei sobre meu irmão, que me segurou firmemente enquanto eu sentia meu corpo formigar - É minha culpa, Bill, é minha culpa, me desculpa.

- Não é sua culpa, Tommy, não é - eu sentia os soluços do meu caçula, assim como ouvia sua voz embargada.

- Não é sua culpa, garoto - Desmond então se aproximou, tocando meu ombro - Sei que não faria nada contra ela. Não é sua culpa - então fui surpreendido com o maior me puxando para um abraço, o qual retribuo o sentindo chorar sobre meu ombros.

          Se passou longos minutos com todos em silêncio na sala de espera. Alex se mantinha junto ao Gustav, chorando silenciosamente. Leona estava grudada a Georg chorando compulsivamente, com o baixista deixando escapar algumas lágrimas às vezes. Aaron estava em um canto parecendo apreensivo assim como Desmond. Já Bill não saiu do meu lado em momento nenhum, segurando minha mão firmemente. Eu via em todos ali o medo, apreensivos demais para irem perguntar sobre ela e ansiosos demais para esperar por um médico.

         Mas quando um médico surgiu pelas portas bambas, todos se levantaram com ele vindo até mim. Ele quem tinha me tirado da sala, ele que me olhou com pesar quando chegamos, perguntando se estava ferido também pela quantidade de manchas de sangue na minha blusa.

- Ela ingeriu muitos comprimidos e uma grande quantidade de álcool - anuncia olhando para mim enquanto os adultos se aproximavam, comigo sentindo o desespero me bater a porta com meus olhos marejando - Os cortes nos pulsos foram os mais preocupantes, ela perdeu muito sangue e estava desnutrida, o que levou a um aborto em conjunto do alcool e remedios - na hora sinto a surpresa me dar um tapa na cara. Um... aborto? Ela estava... Grávida? - Ainda não sabemos se isso afetou a capacidade dela de gerar outro feto, mas ela vai ficar bem - todos então suspiraram em alívio, enquanto eu olhava abismado para o doutor - Não sabemos quando ela acorda, muitos remédios podem a deixar dopada por horas ou dias em conjunto com a bebida, mas ela vai ficar bem - repetiu lentamente na minha direção, comigo concordando enquanto o via sair.

- Ela... estava grávida - murmuro olhando lentamente para Bill enquanto os outros me olhavam, parecendo permitir que a ficha caísse.

- Ela vai ficar bem, Tom - Alex tocou no meu ombro, dando um sorriso de conforto enquanto seus olhos ainda tinham lágrimas - É isso que importa.

❝Live Every Second❞ | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora