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íris

Acordei om a minha cabeça explodindo, olhei para o lado e vi o J2, tomei um susto. 
Não lembrava de muita coisa da noite passada, depois do problema lá na clínica, chegando em casa e ele me obrigou a tomar um remédio. 

Me sentei na cama tentando lembrar. 
Ainda estava com a mesma roupa de ontem. 

Peguei meu celular e não tinha nenhuma notificação. 
Senti uma dor no peito, porque já sabia que eles não encontraram ainda a Ivana. 

Respirei fundo, levantei da cama, calcei meu chinelo, peguei uma toalha, sai do quarto e fui direto para o banheiro. 

Tomei um banho demorado. 

Queria tanto que isso tudo tivesse sido apenas um pesadelo. 
Minha vida estava tão calma....

Sai do banheiro enrolada na toalha e voltei para o quarto, J2 estava sentado na cama mexendo no celular. 

J2: O Perigo quer falar contigo. - me olhou - Daqui a pouco ele liga. 

Íris: Não quero falar com ele, já tenho muitos problemas. - fui até o guarda-roupas - Você pode ir para a sala? - falei de costas para ele 

Ouvi os passos dele e a porta fechando. 

Não estava com cabeça para qualquer coisa que se trata do perigo. 

Vesti um conjunto de lingerie, uma legging preta e uma blusa branca.
Penteei meu cabelo, passei creme nos braços e perfume. 
Calcei meu chinelo e peguei meu celular. 

Sai do quarto e vi o J2 no sofá falando com alguém no telefone. 

J2: Ela terminou já, Perigo. - disse olhando pra mim, passei direto para a cozinha - Vou passar, espera aí. 

Ele apareceu na porta da cozinha, estendeu a mão e eu neguei. 

J2: Ele quer falar contigo. - se aproximou e colocou o celular no meu rosto 

Íris: Não estou afim de falar com ele, manda ele ligar amanhã, por favor. - fui até a geladeira 

J2: Parceira, fala com ele logo! - colocou na minha orelha 

íris: Que inferno! - gritei - O que foi Perigo? O que tu quer, cara? - segurei o telefone na orelha 

Perigo: Só queria saber como tu está, cara. Pra que tudo isso? - revirei os olhos - 

íris: Eu pedi pra você ligar outro dia, eu não estou bem. Só que você sempre força as coisas! - ouvi ele bufar 

Perigo: Eu fiquei sabendo da tua irmã, queria saber se tu quer que eu mande uns menor ir atrás, pô. - fechei a porta da geladeira - Só quero te ajudar, já falei que estou aqui para acrescentar! 

íris: E eu sempre falo pra tu não se intrometer na minha vida, deixa que eu resolvo as coisas sozinhas. - falei segurando o choro 

Perigo: Só quero te ajudar, pô. - falou bravo 

íris: Eu não quero bandido envolvido nessa parada, Perigo...na verdade em nada da minha vida, nunca foi assim e não vai ser agora que vai mudar algo. - ouvi ele respirando fundo - Eu vou ir na polícia fazer um boletim de ocorrência. 

Perigo: Tá tirando com cara de bandido, filha da puta? - gritou - Tá me tirando, íris? Colfoi, caralho? - continuou gritando - Tá se envolvendo com bandido e correndo com polícia, filha da puta? - desliguei na cara dele 

J2 estava me furando, entreguei o celular pra ele. 

J2: Tu é a maior vacilona, cara. - negou - Papo reto, Íris? 

íris: Eu não quero saber, J2. - gritei - Eu não estou nem aí, nunca me envolvi com o crime e estou ficando com ele, apenas por causa da minha irmã, se não fosse isso jamais rolaria nada! - continuei gritando - A vida que vocês vivem, eu não quero jamais pra mim...então por favor, para de falar na minha orelha e me deixa em paz! - ele assentiu e saiu da cozinha 

Me sentei na cadeira e passei a mão no rosto estressada. 
Eu não aguento mais ter que viver controlada por eles. 

Peguei meu celular em cima da mesa e disquei o número da clinica. 
Demoraram para me atender. 

-: Bom dia, aqui que fala é a Rafaela, com que eu estou falando? - disse assim que atendeu 

íris: Bom dia, Rafaela. Me chamo íris e sou irmã da Ivana. - ela ficou em silencio - Acredito que já esteja ciente do acontecido, quero saber se tem algum sinal de vida dela? 

Rafaela: Ainda estamos na busca, senhora. 

íris: Ok, estou indo na delegacia fazer boletim de ocorrência! - desliguei a chamada 

Fui no quarto, peguei meu RG e o da minha irmã, sai do mesmo, peguei as chaves, sai de casa e tranquei tudo. 

...

Fiz o boletim de ocorrência e sai da delegacia. 

Estava completamente estressada, fiquei aguardando uma hora e meia para ser atendida. 
Pedi um Uber, o mesmo chegou em dois minutos, entrei no banco de trás e falei com o motorista.

Ele estacionou o carro um pouco distante da barreira, paguei o mesmo e desci. 
Fui caminhando até a entrada do morro. 

Estava morta de fome. 

-: Ou, tu não pode subir não. - um envolvido gritou e apontou o fuzil pra mim, tomei um susto - Mete o pé daqui ! - gritou 

íris: Eu sou moradora! - gritei com as mãos pra cima 

-: Patrão proibiu tua entrada, mete o pé daqui. - gritou, ainda com o fuzil apontado na minha direção 

íris: Como assim? - gritei - Chama o Gordo, por favor! - meus olhos se encheram de lágrimas 

-: Mete o pé, garota! 

íris: Chama o Gordo, por favor...eu sou moradora daqui, cara! - implorei 

-: Quem deu essa ordem foi o Perigo, não foi o Gordo não. Mete o pé porra! 

Duas motos saíram de um beco e pararam na entrada. 

Gordo tirou o capacete e desceu da moto. 

íris: Gordo, pelo amor de Deus. - algumas lágrimas escorreram - Não estão me deixando subir, liga para o Perigo, por favor. 

Gordo: Tu não corre com polícia? - cruzou os braços - Então mete o pé, antes que eu te encha de bala, vagabunda! 

Meu coração acelerou e comecei a passar mal.

íris: Não é dessa forma...-ele me interrompeu 

Gordo: Mete o pé daqui! - tirou a arma da cintura e destravou na minha direção - Vou encher tu de bala, piranha! - gritou 

Meu coração acelerou e eu sai dali as pressas. 
Estava perdida e sem rumo.

Não tenho onde cair morta! 

Visita íntimaOnde histórias criam vida. Descubra agora