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Duas semanas depois...

Íris

Renata apareceu ao lado de um policial.
O policial abriu a cela, caminhei até eles e sai. 

Renata: Você está livre. - sorriu e eu sorri de volta - Vamos pegar as suas coisas. 

Caminhei ao lado dela e o policial veio atrás. 

Ela estava na maior luta para me tirar desse lugar, tive vários e vários interrogatórios.
Delegado viu que eu não tinha nenhum vinculo com o crime, mas tive que esperar o Juiz para assinar a minha liberdade. 

Continuei no Deck, por não ter sido flagrante e não terem provas o suficiente para me mandar para um presidio. 

Renata: Está bem? - neguei - Agora pode ficar tranquila, está livre e não tem nenhum b.o no seu nome. 

Íris: Essas duas semanas foram uma eternidade, não recomendo isso para ninguém. 

Renata: Isso aqui não é nada perto do presidio. - paramos no balcão - Mas deu tudo certo, agora tu pode voltar para a sua vida. - sorriu e eu assenti - Por favor, as coisas da Íris Mendes. 

A moça procurou e me entregou um saco com as minhas coisas. 
Fui para o banheiro, me troquei e devolvi a roupa. 

Saímos da delegacia. 

Sai pela porta da frente com certeza é muito melhor. 
Senti o sol bater no meu corpo, que sensação maravilhosa. 

Sensação de liberdade. 

Íris: Doutora, uma pergunta. - caminhamos até o estacionamento - Como eles não acharam nada referente a minha relação com o Pierre? - entrei no carro e ela entrou em seguida 

Renata: Na verdade, encontraram. - colocou o cinto me olhando - No seu celular tinha muitas provas que você tinha uma relação amorosa com ele e que sabia do envolvimento dele com o crime, mas eu te falei da minha relação com o Danilo. - assenti - E também precisei de algumas notas para conseguir convence-lo 

Íris: Quem pagou isso? - coloquei o cinto e ela ligou o carro 

Renata: Quem que você acha? - deu partida 

Íris: Quanto foi, doutora? - perguntei preocupada - Não quero dever nada para eles...devi uma vez e não quero nunca mais! - ela riu de canto 

Renata: Ele disse que tu ia perguntar mesmo, mas eu prometi que não contaria. - me olhou de relance e voltou a atenção para o GPS - Pergunta para ele.

Íris: Tu sabe que ele não vai me dizer. - ela assentiu - Espero que isso tenha sido apenas uma caridade e que eu não deva nada para ninguém. 

Renata: Olha...eu conheço o Perigo desde quando ele tinha dezesseis anos, quando foi preso pela primeira vez. - parou o carro no farol e me olhou - Isso já faz oito anos. - assenti - Eu nunca vi ele falar de alguém como ele fala sobre você. - sorri fraco - Acredito que ele fez tudo isso por amor mesmo. 

Íris: Você que estava com o processo dele? - perguntei curiosa 

Renata: No começo foi sim, mas depois eu engravidei e tive que ficar afastada porque a minha gravidez era de risco. - voltou a dirigir - Mas uma advogada da minha agencia que cuidou do processo dele. 

Íris: Quais são os crimes? 

Renata: Latrocínio, homicídio, roubou, trafico de drogas, estelionato, tortura, homicídio qualificado, extorsão qualificada pela morte e extorsão mediante sequestro. - concordei desacreditada 

Íris: Nossa...não...não pensei que era tudo isso. - ela assentou séria - Mas uma pergunta, ele não tem nenhum crime contra mulher? - ela me olhou e voltou a atenção para o colante - Tipo violência domestica, feminicidio?

Renata: Por incrível que pareça, não. - assenti - Ele é uma boa pessoa, Íris. - fiquei quieta - Só precisa levar jeito na vida...- concordei - Ele odeia mudanças ou que fique contra ele referente a algo, por isso eu indico você ficar longe de tudo que se trata sobre a facção, porque para ele, sempre irá vir primeiro. 

Íris: Tu conhece ele muito bem né? - arqueei a sobrancelha - Já tiveram algum envolvimento? - ela ficou em silencio - Já entendi. 

Renata: Foi algo rápido...tivemos um envolvimento de dois anos e foi a maior loucura que eu fiz na minha vida. - continuou dirigindo - Ainda tenho um sentimento por ele, não vou mentir...mas percebi que ele está feliz com você. - me olhou sorrindo - Espero que tu faça ele feliz. 

 Íris: Dois anos não é algo rápido. - ela riu - Mas pode deixar, ele será muito feliz comigo. - sorri amigável

Ela estacionou próximo a entrada do jacarezinho. 

Íris: Obrigada por me tirar de lá. - sorri - Agradeço o conselho também. - abri a porta - Uma pergunta. - olhei para ela - O pai do seu filho é o Perigo? - ela assentiu sorrindo 

Renata: Achei que ele tinha te contado. - neguei - Por mais que ele estava preso, tentou ser presente na vida dela. - assenti 

Íris: Pelo menos ele é um bom pai. - sorri fraco - Obrigada! - sai do carro e fechei a porta 

Não estava acreditando que ele mentiu para mim. 
Como esse tempo todo ele escondeu uma criança? 

Não é possível uma coisa dessa! 

Fui caminhando até o barreira, passei por ela e fui subindo.  

Como que ele queria algo sério comigo se nem da filha dele me contou? 
Isso é possível? 

Como eu faria parte da vida dele, sem saber quem realmente é a família dele? 
Ele ia me esconder isso até quando? 

Quando acho que estamos bem, sempre aparece algo para estragar tudo. 
E mais uma vez, o culpado é ele! 

Estou destruída. 
Acreditei que o que tínhamos era verdadeiro.  

Depois de descobrir isso, eu me pergunto, alguma coisa foi real?

Cheguei em frente a minha casa, Bruna estava me esperando lá na frente. 
Parei e fiquei olhando para ela. 

Bruna: Vem me dar um abraço, vagabunda! - gritou 

Corri até ela e abracei a mesma, desabei de chorar. 

Bruna: Amiga, o que aconteceu? - perguntou preocupada - Meu Deus...Íris! - saiu do abraço e me olhou - O que foi, amiga? - coloquei a mão no rosto chorando - Foi tão ruim assim? O que fizeram com você, amiga? 

Não conseguia falar de tanto chorar. 
Ela me puxou para dentro de casa. 

Ela se sentou no sofá e eu deitei a cabeça na perna dela. 

Bruna: Amiga, está tudo bem...- me fez cafuné - Acabou, você está livre! - disse sorrindo 

Íris: Eu...eu passei por tudo isso, Bruna. - me sentei e passei a mão no rosto - Para simplesmente descobrir que ele está mentindo pra mim esse tempo todo! - gritei - Cara...eu estou desacreditada! 

Bruna: O que ele fez, Íris? - perguntou séria 

Íris: Ele...ele teve a capacidade de me esconder que tem uma filha coma advogada que me tirou de lá. - passei a mão no rosto novamente - Quem é o babaca que esconde que tem filha, cara? - gritei 

Bruna: Ele tem filha? - perguntou desacreditada e eu assenti - Pera...como...como assim? - me olhou confusa - Ele nunca falou sobre isso. 

Íris: Amiga...como ele pode? - me deitei novamente - Eu achei que era real o que vivemos...mano eu dei a minha cara a tapa por ele! - gritei 

Bruna: Amiga...quando ele voltar, conversa com ele sobre isso, tenta entender porque ele escondeu de todos que tem uma filha. - falou me fazendo cafuné - Vai ficar tudo bem, minha menina! 


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