+18| Cidade de Deus, RJ.
Você foi dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples para mim....
Você foi a maldade que só me fez bem,
A brincadeira mais séria que me aconteceu
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém...
Meu expediente acabou, tirei o uniforme, assinei a folha de ponto e saí do bar, indo em direção á minha casa.
Favela estava praticamente vazia, e isso dava um medo do caralho.
Sempre que está com pouco movimento é porque vai acontecer algo.
Deus me livre.
Subi um pouco mais rápido, cheguei em casa e estava tudo revirado.
Íris: Ivana? - chamei procurando ela - Ivana, que porra é essa mano? - perguntei vendo ela no chão do banheiro se tremendo e se coçando
Ivana: E...eu preciso, Íris. - me olhou com os olhos cheios de lágrimas - Por favor...eu preciso. - não parava de se coçar e de tremer
Íris: Porra, Ivana. Eu não tenho dinheiro mais...- suspirei - Se eu não pagar o aluguel a gente vai ter que morar na rua! É isso que tu quer? - ela me olhou com lágrima nos olhos
Ivana: Eu só preciso de um pouco...- disse com desespero no olhar
Íris: E amanhã mais um pouco! - suspirei alto - Eu não aguento mais te ver assim, namoral.
Ajudei ela a levantar e coloquei a mesma de baixo do chuveiro, ligando o mesmo.
Íris: Essas porras estão acabando contigo.- passei a mão no rosto dela - Não da mais, Ivana, de verdade.
Ela não disse nada só ficou se tremendo em baixo do chuveiro.
Eu sinceramente não aguento mais, todo dia que eu chego, ou ela está drogada ou com abstinência.
Tirei ela do chuveiro e ajudei a mesma ir até o quarto.
Íris: Sei que não é fácil...mas tu precisa parar de usar esses bagulho.
Ivana: Eu não consigo mais, íris...eu preciso...pra viver. - neguei
Íris: Eu não vou te dar mais dinheiro...e não adianta roubar nada daqui de casa pra vender se não tu vai entra no cassete! - falei séria - To mandando o papo reto pra tu, ou tu vai nos teus corres pra arrumar dinheiro, igual antigamente, ou tu não vai usar mais.
Ivana: Ah qual é, Íris, eu...
Íris: Mandei o papo, te vira!-falei e sai do quarto
Agora vou ter que manter a porta do meu quarto sempre fechada.
Sei que ela está doente, que virou uma necessidade, mas eu não vou ajudar ela a se matar.
Cansei de suar pra conseguir um dinheiro e ter que usar pra comprar algo pra casa, porque ela pegou e vendeu.
A minha obrigação no momento é colocar comida na mesa, o resto...
Tomei um banho demorado, sai enrolada na toalha e fui para o meu quarto.
Me troquei e me joguei na cama pegando o meu celular.
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Minha puta❤: Boa noite piranha da minha vida Como tu está?
Íris 💕: Oi minha gatinha To bem e tu como está?
Minha puta❤: To bem, irmã.
Íris: Falando em irmã...se a minha pedir qualquer coisa pra tu, não da!
Minha puta❤: Tá bom, amiga. Deixa eu ir lavar a louça antes que a minha mãe venha puxar meus cabelos. Dps nois se fala, bjo.
Íris: Vai lá, bjo.
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O dia hoje foi puxado, estou mortinha e o pior é que amanhã ainda tenho que trabalhar. Não que eu esteja reclamando né, graças ao meu bom Deus, estou empregada.
Estava quase pegando no sono quando ouvi barulho de fogos de artifício. Sai do meu quarto e fui até o da Ivana.
A mesma estava encolhida na cama, cobri ela e sai. A minha preocupação é perder essa garota.
Faço de tudo por ela, mato e morro, porque independente de tudo é a minha irmã. Eu recebo 750 reais por mês e o aluguel aumentou pra 550.
Não sobra dinheiro pra nada, porque as despesas de casa é tudo por minha conta. A Cassandra sempre faz questão de me emprestar ou pagar as coisas pra mim, porque ela mais do que ninguém sabe da minha condição financeira.
Claro que as vezes fico sem jeito de pedir algo ou deixar ela pagar, toda vez é complicado. As coisas estão difíceis, mas vão melhorar...
Entrei no meu quarto e tranquei a porta, me deitei na cama me cobrindo.
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Ivana Mendes, 26 anos.
* Sei que e difícil, mas imaginem ela um pouco acabada, por conta das drogas.
