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Perigo 

A mina ficou toda desconfiada, achando que eu to só querendo ganhar ela.
Pô, os rumores que existem aí de mim, nem sempre é verdade tlg?

Sou firmeza com quem é firmeza comigo, pô.
A mina parece firmeza, pô. Até o momento não deu mancada comigo, por isso queria ajudar ela.

Mas nem entendi, ta maior confusão.
Era pra mina tá recebendo uma cota, mas depois vou trocar um papo com o Gordo pra resolver essa fita aí.

Visita acabou, a mesma se despediu e saiu fora.

Fizemos fila pra entrar, entrei e me sentei no chão.

LN: Aquela mina que tá vindo te visitar é mo presença, tua mulher? - fechei a cara logo

Perigo: Não é não parceiro, mais se fosse tu ia se foder legal. - me levantei -  Tu sabe muito bem das leis aqui dentro seu cuzão. - dei um tapão no peito dele

LN: Foi mal parceiro...- deu dois passos para trás

Perigo: Foi mal o caralho! Mete o pé daqui filha da puta. - gritei e ele saiu com a cabeça baixa

Os cuzão sabe das leis dessa porra e ainda desafia.
Em tempo de levar duas facadas no peito. 

Esse aí não tem medo do perigo não. 

Aqui dentro é proibido olhar pras visitas dos outros, não importa se é mãe, irmã, mulher.

Além de olhar pra mina o cara vem comentar sobre ela pra mim? Tá me tirando, né?
Fico puto com umas coisas dessas!

-
Dia seguinte...
Íris 

Cah: Aiiin, brotei, brotei.- gritou abrindo a porta

Íris: Ah ridícula chegou.- ela mostrou a língua e eu ri 

Cah: Eae, como ela está? -sentou ao meu lado

Íris: Ela está na mesma né irmã, vomitando toda hora, sente frio o tempo todo, aqueles babado de abstinência.

Cah: E ela vai pra clinica quando?

Íris: To vendo essa parada ainda né, tentei a de graça, mas ela está na fila de espera. - suspirei

Ivana: ÍRIS. - gritou do quarto batendo na porta -ABRE AQUI, EU JÁ ESTOU BEM.

Íris: Meu coração dói tanto, porque eu tenho que deixar ela trancada o tempo todo. - deitei a cabeça na perna da Cassandra

Cah: Dói mesmo, amiga...mas é necessário, porque se não, tudo o que você está fazendo vai por água abaixo.

Íris: Vamos lá comigo. - me levantei, calcei meu chinelo e fui até o quarto da Ivana

Cassandra veio atrás de mim.
Abri a porta e entrei.

Ivana estava sentada no chão ao lado da cama, com a cabeça apoiada nos joelhos.

Cah: Ivana?- chamou baixo e a mesma olhou pra ela- Está bem?

Ivana: Estou ótima, Cassandra, mas a Íris está me obrigando a ficar aqui! - gritou 

Íris: Estou fazendo isso pelo seu bem!

Ivana: Se você quer o meu bem, me deixa sair! - levantou - Eu estou bem, Íris. Eu não quero mais usar drogas. - neguei 

Cah: Ivana, você tem noção do que a sua irmã passa pra te ver viva e bem? Tu não sabe nem da metade do que ela está fazendo por você! - falou rude

Ivana: Eu já disse que é burrice! Eu...eu sinto muito, muito mesmo...mas eu não quero viver sem os meus bagulhos. - disse chorando - Eu sei que é complicado de enteder...na verdade nunca ninguém entende, mas eu não quero viver essa vida...eu to fugindo de tudo isso, só me deixa em paz, por favor! 

Íris: Tu é totalmente ingrata, mas mesmo assim eu não consigo apenas deixar você se matar... Isso não é bom, Ivana, isso está acabando com a tua vida!

Ivana: EU SEI O QUE É BOM PRA MIM! -gritou batendo no peito

Íris: Tudo bem, Ivana...mas eu que mando aqui, e você vai ficar trancada até eu resolver tudo e se tentar fugir, eu vou quebrar a tuas perna, não estou nem mais aí.

Sai do quarto, esperei a Cassandra sair e tranquei a porta.

Ivana começou a gritar e xingar, mas nem dei ideia.

Cah: Isso vai passar, eu tenho fé! -me abraçou de lado e acariciou meu braço- Vamos passar por isso juntas. 

Ingratidão é foda, mas mesmo assim não consigo simplesmente ignora tudo, só porque ela não está nem aí.

Acredito que amar é isso né?
Colocas as prioridades do outro na frente de tudo. 

Eu não tenho mais nada a perder, além dela e gostaria que ela pensasse da mesma forma que eu. 



Visita íntimaOnde histórias criam vida. Descubra agora