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Perigo 

Dei uma martelada na barrida da Renta. 
Estava quase desfalecendo. 

Perigo: Não desmaia não. - dei dois tapas na cara dela - Pega o álcool aí, J2. - ele pegou e me entregou, joguei nas feridas da pernada dela e a mesma gritou - Não vai morrer agora não, ainda não terminei contigo, pô. 

Renata: Pe...peri...- disse baixo e sem folego - Por favor. - me olhou cuspinhando sangue  - Eu...eu...eu já paguei. - neguei - Pela Chloe...

Perigo: Tu nunca foi mãe de verdade e sabe porque? - coloquei o galão com álcool no chão e parei na frente dela - Desde quando essa criança estava na barriga, tu colocou ela em risco, só pensou em tu e o que iam achar do que você fez. - cruzei os braços olhando fixo nos olhos dela - Tu nunca foi mãe de verdade dessa menina...uma mãe nunca faria isso! 

Renata: Não...não fala isso. - soluçou de chorar 

Perigo: Acabou pra tu, Renata. - tirei a arma da minha cintura e engatilhei - Quer dizer as últimas palavras? 

Renata: Cuida da Chloe pra mim. - disse chorando - Só...isso é...o meu único desejo. 

Não disse mais nada, apontei a arma na cabeça dela e disparei duas vezes. 
Sangue espirrou na minha camiseta branca. 

Tirei a camiseta e limpei o meu rosto, joguei no canto da sala. 
J2 e Popó me olhavam da porta. 

Perigo: Joga na vala, longe do morro. - me aproximei da porta - Bem longe daqui, J2. 

J2: Demoro, vou mandar os caras levar pra sul. - assenti 

Perigo: Da um jeito de avisar a família dela sobre a morte, a criança precisa ser criada por alguém. 

Sai da salinha, cumprimentei os caras da boca e sai. 
Fui subindo calmamente. 

O clima hoje estava estranho, um frio. 

Cheguei em casa, estava tudo apagado. 
Procurei a Íris nos andares de baixo e não achei. 

Subi as escadas e entrei no quarto. 
Ela estava deitada encolhida, chorando baixinho. 

Perigo: Amor? - chamei baixinho e a mesma me olhou - O que foi? - fechei a porta e me aproximei dela - O que tu tem? 

Íris: Estou morrendo de dor. - gemeu - Estou com cólica. 

Perigo: Tomou remédio, amor? - me sentei na beirada da cama e passei a mão no cabelo dela 

Íris: Já tomei, vida. 

Perigo: Então vamos no postinho. - ela negou e se virou para o outro lado - Vamos, amor...você está com essa dor estranha tem dias. 

Íris: Não quero...daqui a pouco passa. - disse baixinho 

Perigo: Vai ficar sentindo dor até passar? - ela assentiu - Tu é maluca. - ri fraco - Vou ir tomar um banho, amor. - me levantei 

Peguei uma toalha e fui direto para o banheiro. 

...
Íris 

Acordei sentindo uma do muito forte no pé da barriga. 
Me sentei na cama tentando segurar o choro. 

Íris: Pierre...- bati no braço dele e o mesmo acordou assustado - Eu...estou com dor. - falei alto com os olhos cheios de lágrimas - Pega o remédio! 

Perigo: Não, vamos no postinho agora! - se levantou e foi até o guarda-roupa 

Me deite e encolhi na cama novamente. 
A dor estava insuportável. 

Por mais que seja preocupante essa dor, eu estava com medo de algum diagnóstico ruim. 
Eu já sofri tanto na vida, não é possível que Deus permitiria uma doença. 

Logo agora que estou bem. 

Ele se aproximou da cama com um conjunto de moletom na mão. 

Perigo: Veste por cima. - assenti e me sentei na cama ainda chorando - Calma...vai ficar tudo bem. - passou a mão no meu cabelo - Deixa eu te vestir. 

Ele me ajudou a levantar, me apoiei no ombro dele e Pierre colocou a calça em mim. 
Me ajudou a colocar a blusa de frio e a calçar o chinelo. 

Pierre colocou o braço em volta da minha cintura e foi me ajudando a sair do quarto. 
Pegou a chave do carro e descemos devagar as escadas.

Íris: Aí...- abaixei - Tá doente...tá doendo! - gritei chorando 

Perigo: Calma, amor. - puxou o meu braço e colocou em volta do pescoço dele

Pierre me pegou no colo e desceu as escadas, saímos de casa. 
Me colocou sentada no banco da frente, deu a volta e entrou no carro. 
Abriu a garagem pelo controle e arrancou com o carro. 

Em alguns minutos já estávamos em frente ao posto. 
Ele desceu, deu a volta, abriu a minha porta e me pegou no colo. 

Perigo: Preciso de um médico! - gritou desesperado 

Dois enfermeiros apareceram com uma cadeira de rodas, Perigo me colocou sentada e eles me levaram de pressa para uma sala. 

Enfermeiro: Doutor é uma emergência do Perigo. - o médico levantou da cadeira e caminho em minha direção 

Médico: O que está sentindo? - me analisou 

Íris: Estou com dor. - gemi - Muita dor...no pé da barriga.- gaguejei - Doutor, eu vou morrer! - gritei 

Médico: Em um nível de zero a dez, quanto é a dor? - pegou o estetoscópio

Íris: Onze. - coloquei a mão no pé da barriga - Eu...eu vou morrer...doutor....me socorre! - implorei 

Médico: Preciso te analisar. - colocou a mão no meu ombro e me empurrou de leve para trás - Respira fundo pelo nariz e solta pela boca. 

Fiz o que ele pediu e ele colocou o estetoscópio nas minhas costas e depois no meu peito. 

Íris: Doutor, pelo amor de Deus. - gritei e ele se assustou - Eu preciso de algum medicamente...eu estou morrendo de dor, preciso de isso pare! 

Perigo entrou na sala desesperado. 

Perigo: O que foi? - perguntou desnorteado - Porque ela ainda está do mesmo jeito que entrou? - gritou - Vou ter que ameaçar? - o médico negou - Ela precisa de alguma coisa, doutor...faz algum exame rápido para saber o que ela tem! 

Doutor: Preciso que ela passe na triagem primeiro, Perigo. - disse sério - Não posso encaminhar para qualquer coisa sem saber o que está acontecendo com ela. 

Perigo: Doutor, ela está com essa dor estranha tem dois dias. - passou a mão no meu cabelo - Essa mesma dor apareceu a uns dois meses atrás, mas logo ficou tudo bem. Agora piorou. 

Doutor: Vamos fazer uma ultrassom, para entendermos com o que estamos lidando. - assenti desesperada - Não posso passar nenhuma medicação antes de saber o que ela tem. 

Perigo: Então anda logo, porque ela está com dor! 



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