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Íris 

Me sentei no sofá ao lado da Bruna. 

Íris: Não sei o que vou fazer agora. - olhei pra ela - E se eu for demitida? 

Bruna: Faltando desse jeito tu vai ser mesmo. 

Tem dois dias que eu não apareço no serviço. 
Estou com medo de ser demitida, mas também não quero trabalhar mais pra ele. 

Íris: É constrangedor depois de tudo o que aconteceu. - bufei 

Bruna: Eu te falei que esse cara não prestava. - riu - Eu avisei que tinha algo errado, mas tu preferiu tampar os ouvidos e se fazer de cega.- revirei os olhos - E não vire esse olho pra mim não. - se levantou 

Íris: Eu já sei, Bruna. - ela parou na minha frente e cruzou os braços - Tu avisou, mas agora já foi. 

Bruna: Agora tu fica aí chorando pelo leite derramado, sonsa. - falou e foi para a cozinha 

Me levantei e fui atrás dela. 

Íris: Eu tenho o dedo podre pra macho, nossa senhora! - me sentei na cadeira, olhando pra ela

Bruna: O braço inteiro, amiga. - riu 

Ouvi a porta abrindo e depois ouvi passos. 
Miguel e Liz entraram correndo para a cozinha. 

Bruna: Oi, amores. - beijou eles - Vai falar com a tia. - empurrou de leve o Miguel 

Miguel: Oi, tia Íris. - sorriu e se aproximou 

Dei um abraço nele e a Liz correu na minha direção. 
Abracei ela também. 

Íris: Como vocês estão, amores? 

Miguel: Eu estou bem tia. - saiu do abraço

Liz: Bem. - sorriu - Papai prometeu que vai me levar no parquinho hoje. - disse pulando 

A mãe da Bruna entrou na cozinha. 

Luciana: Oi, queria. - me cumprimentou - Quanto tempo. 

Íris: Faz um tempinho mesmo em. - sorri - Mas a senhora está bem? 

Luciana: Bem na medida do possível, essas crianças me deixam de cabelo em pé. - ri 

Bruna: Deram trabalho? - cruzou os braços 

Luciana: O de sempre, vivem se batendo por aí. - disse rindo - Eu não aguento! 

Bruna: Os dois estão de castigo! - falou séria - Sem celular. 

Miguel: Isso é culpa da Liz mãe, tu sabe. - fechou a cara - Ela é chata, fica me irritando! - bateu o pé 

Bruna: Mas eu já falei que não quero tu colocando a mão nela! - gritou - Homem não bate em mulher, Miguel. 

Miguel: E mulher pode bater em homem?

Bruna: Nenhum dos dois! - gritou 

...

Sai da casa da Bruna e fui caminhando até a escola da Mel. 
Ela está ocupada com as crianças e pediu pra buscar ela. 

Fui subindo e de longe eu avistei o NJ. 
Ele se aproximou sorrindo. 

NJ: Boa tarde. - parou na minha frente 

Íris: Boa tarde. - sorri de volta 

NJ: Tá perdida? - neguei 

Íris: To indo buscar a Mel na creche. 

NJ: Então eu vou te acompanhar até lá. - ficou ao meu lado - Posso? Ou tu tá com o modo TPM ativado? - ri 

Íris: Tá querendo dizer que eu sou chata? - ele assentiu 

Fomo caminhando 

NJ: Desde quando te conheci, tu nunca nem deu um sorriso. - olhei pra ele séria - To falando sério, pô. 

Íris: Eu não gosto de ficar pagando simpatia. 

NJ: Educação não tem nada a ver com pagar simpatia, tu sabe né? - olhei pra ele com os olhos serrados - Tu só foi educada comigo hoje. 

Íris: Acho que é por isso que vai chover. - olhei para o céu e ele riu 

NJ: Tu gosta de tirar onda né. - me empurrou de leve - Mas me diz uma coisa, Bruna falou que a tua vida amorosa é meio complicada. - parei e olhei pra ele 

Íris: Bruna é boca aberta né. - continuei andando e ele me acompanhou - Meio complicado não, é totalmente complicado. 

NJ: Então deixa eu descomplicar. - disse sorrindo e eu fechei o semblante - Modo chata ativado. - revirou os olhos e eu ri 

Íris: NJ, a gente nem conseguiu pelo menos ser amigos. - falei rindo - Vai com calma. 

NJ: Eu to indo com calma, gata. - chegamos em frente a creche - Vai lá, vou te esperar aqui. - se encostou no muro da casa e ficou me olhando 

Entrei na creche, fui direto para a sala dela. 
Falei com a professora e peguei a mesma. 

Sai da creche com ela no colo e a bolsa no ombro. 
NJ realmente estava me esperando. 

Ele se aproximou e pegou a Mel no colo. 

NJ: Eae linda do tio. - deu um beijo nela 

Fomos descendo. 
Um pessoal ficaram observando a gente passar. 

NJ: Mas pensa com carinho naquele bagulho que eu te falei. - olhei pra ele - Namoral. - sorriu 

Íris: NJ, eu passei por muita coisa em questão de relacionamento. - arrumei a bolsa no ombro - To dando um tempo agora. 

NJ: Dando tempo no que? - parou e eu parei junto - Tu tá é com aquele play boy, só não quer mandar o papo reto. - ri 

Íris: Nem com ele eu estou mais. - continuamos caminhando - Não tenho ninguém, NJ. 

NJ: Tava com ele esses dias. 

Íris: As coisas mudam. - ele me olhou desconfiado - É sério, pô! 

NJ: Então é boa notícia para mim. - falou empolgado e eu ri - Pra não ser muito precipitado, a gente poderia marcar de sair, comer alguma coisa. O que acha? - passou o braço em volta do meu pescoço 

Íris: Acho legal, a gente pode se conhecer e virar amigos. - ele fechou a cara e eu ri - Marca e me avisa. - ele assentiu sério - Mas aqui não, por favor. 

NJ: Vou te levar em um lugar chique. - chegamos em frente a casa da Bruna - Vou pegar teu número com a Bruna depois, agora tenho corre pra ir. - me entregou a Mel 

Íris: Tá bom, tchau. - sorri e entrei na casa 

As crianças estavam no chão brincando de lego.
Coloquei a Mel no sofá e fui até a cozinha. 

Estava um cheiro maravilhoso de carne cozida. 

Bruna: Achei que tinha ido buscar a minha filha na china. - disse mexendo a panela - Demora. 

Íris: Encontrei com o NJ e fomos conversando. - ela parou de mexer a panela e me olhou - Se ele pedir o meu número, pode passar. 

Bruna: Calma, como assim? - desligou o fogo - Me conta direito essa história, menina! 

Íris: Ele quer uma chance. - ela abriu um sorrisão - Mas eu não disse que daria. - ela fechou o semblante e revirou os olhos, ri 

Bruna: Mas tu vai dar, safada. - tacou o pano de prato em mim - Ele é um amor de pessoa, Íris. 

Íris: Oh mulher. - ri - Tu sabe o quanto eu sou complicada. 

Bruna: Ele descomplica rapidinho, more. - ri - Da uma chance pra ele, pô. Pensa com carinho. - assenti - To falando sério, amiga. 

Íris: Eu sei, amiga. E vou pensar. - ela concordou e se virou para o fogão 


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