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Perigo 

Médico: Ela está em trabalho de parto, preparem a sala! - gritou 

Perigo: Trabalho de parto? - perguntei confuso - Como assim trabalho de parto, meu Deus? - coloquei a mão na cabeça 

Médico: Preciso que se acalme, para manter ela calma. - assenti e respirei fundo - Nesse momento ela precisa do seu apoio! 

Me aproximei da maca e segurei a mão dela, íris apertou forte.

Íris: Pierre...-disse desnorteada e suando de dor - Ele disse trabalho de parto? - assenti com um sorriso no rosto - Mas, eu...eu. - apertou mais forte a minha mão - Aí aí aí. - gritou 

Os enfermeiros apareceram e levaram a maca dela para outra sala. 
O médico me deu um avental, luvas, máscara e uma touca. 

Vesti e fui atrás dela. 

Ainda estava em choque com toda essa situação. 
Como assim eu vou ser pai? 

Sempre foi o meu sonho, mas não precisava ser dessa maneira. 
A gente nem desconfiava. 

Acompanhei o médio até a outra sala e ela estava ditada gritando de dor. 

Perigo: Calma, amor. - me aproximei dela e segurei a mão da mesma - Eu estou aqui...vai ficar tudo bem! - dei um beijo na testa dela 

Íris: Eu estou com medo, Pierre. - disse chorando - Eu não estou preparada! - disse e soltou um grito de dor em seguida 

Perigo: Amor, vai ficar tudo bem. - acariciei o rosto dela - A gente vai passar por isso junto. 

Os enfermeiros começaram a fazer os procedimentos e eu fiquei ao lado dela o tempo todo. 

...
Íris 

Acordei e vi que já estava claro. 
Ainda estava tentando raciocinar o que aconteceu. 

Eu tinha certeza que era um câncer, não sei porque.
Mas nunca passou pela minha mente que seria uma criança 

Olhei para o lado e o Perigo estava sentado na poltrona, mexendo no celular. 
Ele me olhou e sorriu de leve. 

Perigo: Bom dia, amor. - se levantou e caminhou até a cama - Está bem? 

Íris: Estou sentindo muita dor no corpo. - fiz careta - E tentando entender como aconteceu tudo isso. 

Perigo: Tu não estava tomando remédio né, garota. - riu fraco - Pelo que eu entendi, o médico disse que você estava com seis meses. - assenti olhando para o teto - Fizemos nosso filho na viagem de reconciliação. - riu e eu olhei para ele sorrindo 

Íris: Que loucura...- falei tentando raciocinar - E...e aonde está a criança? 

Perigo: Foi direto para a incubadora. -segurou a minha mão - Vai ficar tudo bem, o doutor me informou que é porque ele é prematuro.  

Íris: Então é ele? - ele assentiu com um sorriso largo no rosto - Como ele é? 

Perigo: Feio e branco. - gargalhei - É sério, pô. - continuei rindo - Fiquei boladão, mas o médico disse que é normal, porque ele ainda não tem o bagulho lá de cor. 

Íris: Amor, como tu fala que o seu filho é feio? - perguntei ainda rindo - Na cara dura, nem pra mentir, cara. - ele negou sorrindo - Aí aí. - coloquei a mão no pé da barriga 

Perigo: Médico disse que tu ia sentir dor no corpo mesmo. - passou a mão na minha cabeça - Eu estou sem reação ainda. 

Íris: Eu também...nem suspeitava. - suspirei - Minha barriga continuou a mesma. 

Perigo: A gente nem curtiu a gravidez. - assenti 

Íris: Eu nem queria ser mãe. - ri fraco - Como Deus é né. 

Perigo: Coloca a culpa em Deus não, filha. - disse sério - Tu que vacilou, se não queria filha tinha que ir atrás para se cuidar. - respirei fundo - Ficou brincando com a sorte. 

Íris: Tu também vacilou. 

Perigo: Vacilei nada, queria uma pivete logo, taquei dentro mermo. - ri - To falando sério, não via a hora de tu dizer que estava passando mal. 

Íris: Tu é o pior, cara! - neguei - Já pensou em um nome? 

Perigo: O que tu acha de Hugo? - fiz careta - Não gostou? 

Íris: Hugo? - assentiu - Só Hugo? - assentiu novamente - Ah...não gostei. 

Perigo: Então o que tu acha de Raul? - balancei a cabeça como um talvez - Quando eu era menor, tinha um amigo que era como irmão, ele morreu baleado...queria homenagear ele. 

Íris: Raul é bonito. - sorri de canto - Pode ser Raul. - ele sorriu 

Perigo: Raul Mendes Nóbrega. 

...

Perigo 

O médico entrou no quarto e eu me afastei dela 

Rafael: Bom dia, Íris. - parou de frente para a cama dela - Como está se sentindo? 

Íris: Bastante dor, principalmente no pé da barriga. 

Rafael: Isso é normal, por isso não posso medir agora, mas se prolongar por mais tempo, você será medicada. - ela assentiu 

Íris: Como está o meu filho, doutor? 

Rafael: Agora ele está bem, passou por algumas complicações, mas agora está tudo bem. 

Perigo: Saudável? - ele me olhou 

Rafael: Por ser prematuro, ele é muito pequeno, teve algumas complicações respiratórias. Vai ficar internado por algum tempo, precisamos acompanhar e manter o exames diários. - assenti 

Íris: Posso ver ele, doutor? 

Rafael: Pode sim, quer ir agora? - ela assentiu 

Me levantei e fui até a cama, ajeitei a roupa dela e ajudei a mesma a sair da cama. 
Coloquei o chinelo no pé dela e fomos caminhando calmamente atrás do médico. 

Chegamos na sala e tinha apenas ele. 
Ela se aproximou já com lágrimas no olhos. 

Íris: Meu Deus...- falou chocada - Ele é muito pequeno, doutor. 

Rafael: Ele nasceu com seis meses, isso é normal...ele vai crescer. - ela assentiu ainda olhando para o bebe - Vou deixar vocês dois a sós, qualquer coisa podem me chamar. - assenti com  um sorriso no rosto e ele saiu da sala 

Íris: Ele parece tão fraquinho, amor. - deitou a cabeça no meu peito - Eu me sinto tão culpada por isso, porque se eu soubesse da gravidez ia tomar o maior cuidado do mundo. - passei a mão no cabelo dela 

Perigo: Amor, a culpa não é sua. - dei um beijo no topo da cabeça dela - Ouviu o médico dizer que está tudo bem? - ela assentiu - Então, temos apenas que aguardar o tempo para ele poder sair daqui, mas por enquanto está tudo bem. 

Íris: Mas nascer sofrendo não é justo. - vi que algumas lágrimas escorreram 

Perigo: Preta, tu tem que entender que esse é o plano de Deus, tudo tem um propósito...se acalma. - envolvi ela em um abraço - Logo logo estaremos em casa. - falei baixinho 



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