Perigo
Gordo mandou o papo que uma mina ia vir me visitar no domingo, papo reto? Não vejo a hora!
Nem é ser emocionado, mas e aquilo, maior cota que não temo visita de ninguém.
E fico na curiosidade, pra saber quem é a mina e pá.
Fiquei um mês na solitária por matar um filha da puta.
Me proibiram de ter visita, bagulho foda!
Mas antes de tudo isso, minha mãe proibiu de qualquer mina vir me ver, porque da outra vez dei a ordem dela trazer uns bglh pra mim e deu merda.
Mina ficou presa um ano.
Mas eu fui responsa, banquei os bagulho tudo pra mina e pra família dela, o mínimo que eu podia fazer né.
GL: Aí meu mano. - colocou a mão no meu ombro e eu olhei pra ele - Tá suave?
Perigo: Suave eu num to não, mas e tu? - ele assentiu - Bagulho louco, dois meses sem ver ninguém.
GL: Bagulho foda mermo em. - assenti dando um trago no meu cigarro
Enquanto tomávamos um banho de sol, ficamos trocando maior ideia.
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Alguns dias depois...Íris
Infelizmente o dia chegou.
O único sentimento que eu tinha no momento era de medo.E apenas medo.
Mas eu vou fazer isso, não pela minha irmã, mas por mim mesma!
Eu não sei viver sem ela, namoral.Por mas que ela me faz passar muita raiva, eu amo ela pra caralho.
Minha irmã né porra, dou minha vida por essa garota.Faço as coisas pensando mais em mim e em como eu vou ficar sem ela, do que pensando nela mesma.
Podem até me chamar de egoísta, mas na hora dela pegar minhas coisas pra vender ou fazer uma dívida de 10 mil, ela não pensou em mim, somente nela e naquele momento.
Terminei de me trocar, peguei meu celular e vi que era 04:30 da madrugada.
Gordo disse que quanto mais cedo eu sair, mais cedo eu entro no presídio.
Ele disse que um vapor vai me levar e me trazer toda visita.
Menos mal né? Já pensou ter que pegar busão lá pra puta que pariu? Deus me livree!
Peguei um blusa de frio, escondi meu celular no meu quarto e sai de casa.
Tinha um carro em frente a minha casa me esperando, entrei no mesmo e desejei bom dia ao cara.
- Bom dia! - falou ligando o carro
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O vapor estacionou o carro um pouco afastado do presídio.
- O bagulho é o seguinte. - olhou pra mim - Tu vai entrar e entregar os bagulho pra ele, ficar até a visita acabar. - assenti de leve - Evite ficar encarando ele e fazer perguntas.
Íris: Tudo bem. - sorri de leve
Peguei a sacola com as comidas e desci do carro.
Entrei na fila que não estava muito grande.
Tinha umas 15 pessoas na minha frente.
Meu coração estava a mil e o corpo não negava o medo que estava sentindo, estava suando frio.
Quando chegou minha vez passei pelo detector de metal e as comidas passaram pela esteira.
Graças ao meu bom Deus não é mais revista igual antigamente, que tinha que ficar pelada e abaixar em frente a um espelho para o policial ver.
Que humilhação!
Entrei no pátio e procurei ele com os olhos.
O gordo tinha me mostrado uma foto de como ele está agora, mas já tinha visto ele a uns anos.Um gato, pena que da medo.
Encontrei ele bem afastado de todo mundo, sentando e caminhei até ele.
Íris: Oi, licença...- me sentei no banco de frente pra ele
O mesmo me olhou de cara fechada, coloquei as coisas em cima da mesa e ele pegou sem dizer nada.
Educado pra caralho.
Adorei!Fiquei evitando olhar pra ele, enquanto o mesmo comia.
Perigo: Diz aí mina, qual teu nome? - olhei pra ele
Íris: É...íris. - falei e desviei o olhar pra algum ponto aleatório
Perigo: Igual aquela atriz gata pra porra né? - perguntou sorrindo - Acho que é...íris valverde.- neguei sorrindo de lado
Íris: Nome dela é Isis valverde...parecido. - ele assentiu
Ficamos em silêncio por um tempo e eu sempre evitando contato visual.
Perigo: De qual foi, mina? - falou quebrando o silêncio - Num tá olhando pra mim por quê?
Íris: Sei lá...- olhei pra ele que ainda estava comendo
Perigo: Tá aqui por quê? Precisando de dinheiro? - neguei de leve - Então por quê tá aqui, pô?
Íris: Cara...namoral, eu não quero saber da tua vida, então tu não precisa saber da minha! - falei encarando o mesmo
Perigo: É isso mermo, Íris.
Ele terminou de comer em silêncio e ficamos ali trocando alguns olhares.
Não estava com o medo de antes, mas mesmo assim sentia algo em mim que temia os olhares dele.
Um tempão depois o guardinha avisou que já tinha dado a hora da visita, arrumei as coisas na sacola e me levantei.
Íris: Tchau! - falei e sai andando em direção a saída
Não estava fazendo aquilo por dinheiro, muito menos porque eu gosto, então ele não precisa saber da minha vida, assim como eu não tenho interesse em saber nada da vida dele.
E assim seguimos.
É melhor assim, sem muito envolvimento, porque eu me apego rápido e sempre quem sai fodida da história sou eu!
Não que eu esteja criando expectativa de algo né, tenho expectativa nem da minha vida mais, quem dirá de bandido.
Sai do presídio e fui caminhando depressa para o carro, entrei no mesmo e o garoto deu partida.
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Visita íntima
Teen Fiction+18| Cidade de Deus, RJ. Você foi dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples para mim.... Você foi a maldade que só me fez bem, A brincadeira mais séria que me aconteceu O melhor dos meus erros A mais estranha história Que alguém...