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Perigo 

Ouvi três batidas na porta, fui até a mesma e abri. 
Senti um alivio quando vi apenas a menina. 

-: Não tem ninguém lá em baixo. - entrou no quarto e eu fechei a porta - Na cozinha realmente tem uma porta, mas tem muitos funcionários também. 

Perigo: Não tem importância, apenas preciso sair e não posso sair pela porta da frente. - ela assentiu - Como é teu nome? 

-: Akira. - disse séria - Vamos? 

Perigo: Akira do que? 

Akira: Yoshida. - assenti - Podemos ir agora? 

Perigo: Acho melhor eu ir sozinho...depois eles podem ir atrás de tu. 

Akira: É...não tinha pensando nisso. - caminhou até a cama e sentou na beirada - Antes de passar pela recepção, tem uma porta, você vai entrar e seguir o corredor, segunda porta a direita e você está na cozinha. - abri a porta - Caminha rápido até o final e lá tem uma porta branca...só não sei se estará aberta. 

Perigo: Obrigado, Akira! - sai e fechei a porta 

No momento de desespero, a gente acaba acreditando em qualquer um. 
Não sabia se ela estava falando a verdade, mas estava a caminho. 

Preciso sair desse lugar e saber como a Íris está! 

Entrei no elevador, apertei o térreo e fiquei aguardando descer. 
A porta abriu, sai do elevador e fiz como ela disse. 

Entrei na porta antes da recepção e segui o corredor. 
Parei em frente a porta da cozinha e observei os trabalhadores, maior correria. 

Acredito que ninguém vai me ver. 
Passei a porta da cozinha e fui até a outra, é o vestiário. 

Procurei prata e acabei achando ouro! 
Entrei e peguei uma roupa branca que estava pendurada, fui para o canto, abri a minha bolsa e peguei alguns pertences importantes, guardei.

me troquei rápido, coloquei o avental e a touca. 

Deixei a bolsa no cantinho e sai, entrei na cozinha. 
Duas pessoas me olharam e em seguida voltaram a trabalhar. 

Segui para o fundo da cozinha e abri a porta. 

-: O que está fazendo? - um cara gritou e eu olhei para trás - Preciso de você aqui! 

Perigo: Vou ir fumar um cigarro. - sorri 

-: Fumar cigarro? - assenti - Pega as suas coisas e some da minha frente, está demitido! - fiz joia e sai 

Sai correndo pela rua, até encontrar um ponto de táxi. 

...

Cheguei em frente a casa que o RK tinha alugado, paguei o motorista e desci. 
Portão estava encostado, entrei. 

Fui caminhando e vi o pessoal brincando na grama. 
Bruna me avistou e se aproximou correndo. 

Bruna: Perigo, cadê a minha amiga? - olhou atrás de mim - Cadê ela? 

Perigo: RK não te contou? - passei a mão no rosto nervoso 

RK: Ninguém te seguiu né? - gritou se aproximando 

Perigo: Acredito que não, sai do hotel pela porta da cozinha e peguei um taxi. 

Bruna: Te seguiu? Como assim? - olhou para o RK 

Perigo: Se acalma! - falei e ela me olhou com raiva - Não foi culpa minha! - passei a mão na cabeça 

Bruna: Perigo, eu vou matar você! 

RK: Bruna, vai pegar as crianças, por favor! - disse sério - A gente vai resolver isso 

Bruna: Se não resolver...eu vou matar você! - apontou o dedo na minha cara - Tá ouvindo né? 

RK: Vai, Bruna! - puxou ela 

Perigo: Tu já mandou a advogada? - ele assentiu - Ela chegou lá já? 

RK: Está a caminho. - me abraçou de lado - Vamos conversar lá na sala. 

Caminhamos  e entramos na casa.
Na sala estava o J2 e o NJ. 

J2: Mano que furada. - disse me olhando - Como aconteceu isso? 

Perigo: Eu não sei. - falei desnorteado - Acho que foi denuncia. - caminhei até o sofá e me sentei - Quem fez isso vai pagar com a vida! 

NJ: Com certeza, irmão. - se aproximou - E outra, é alguém que está aqui dentro! - assenti - Vai morrer como x9 nessa porra! - gritou 

RK: Vai...mas isso a gente resolve depois, temos que resolver como ela vai sair de lá. 

J2: Agora entra a advogada né, RK. 

RK: Mas eles não vão soltar ela por agora, só ano que vem. - olhei pra ele - Pior que é verdade, Perigo. - passei a mão no rosto nervoso - Estão tudo de recesso! 

Perigo: Eu deveria ter escutado ela...Íris falou tanto no meu ouvido sobre essa viagem, deveria saber que tinha alguma coisa ruim previsto. 

NJ: Tu não tem bola de cristal, irmão. - colocou a mão no meu ombro - Apenas queria curtir com a sua mulher. 

J2: Realmente não tinha como saber que alguém daqui abriria a boca! - bufou - Bando de filha da puta, eu mato uma pessoa dessa e na faca de serra. 

...

Íris 

-: Uma ligação! - entregou o meu celular 

Implorei para eles me emprestarem o meu celular, não lembrava o número de ninguém de cabeça. 

Procurei nos contatos e achei o número da Rosa. 

Rosa: Alô? - falou assim que atendeu 

Íris: Oi, Rosa...tudo bem? - perguntei com a voz tremula - Eu preciso muito da sua ajuda! 

Rosa: Estou bem e como vocês estão? - 

Íris: Olha...nada bem. - suspirei - Vamos pular essa parte.

Rosa: O que aconteceu, minha filha? - perguntou preocupada 

Íris: Olha eu estou na 76ª Delegacia de Polícia, manda algum advogado para cá, por favor! - implorei 

Rosa: Mas o que aconteceu? 

Íris: Não posso dizer muito, apenas me ajuda nessa, por favor! 

Rosa: Tá bom, vou ligar para o - interrompi ela 

Íris: Tenho que desligar! - gritei e desliguei o telefone 

Entreguei para o policial e me sentei no banco de concreto novamente. 

Estou atordoada com isso. 
Se for esperar a boa vontade de algum juiz, vou ser solta apenas ano que vem. 

Isso é tão injusto comigo, o que eu fiz para merecer tanta coisa ruim? 
Na outra vida eu fui o satanás em pessoa, não é possível! 

Sem noticiais dele, sem esperança, eu não tinha mais nada. 

Visita íntimaOnde histórias criam vida. Descubra agora