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Íris 

Acordei com o Pierre em cima de mim. 
Não sei qual o problema que ele tem, todo dia acordo  esmagada por ele. 

Parece que quer entrar dentro de mim, que ódio!

Empurrei ele e me levantei, fui direto para o banheiro. 

Fiz o número dois, tirei a minha roupa, entrei no box e liguei o chuveiro. 
Tomei um banho relaxante, lavei meu cabelo e me depilei. 

Estou quebrada. 
Não aguento mais transar, mas a noite o fogo fala mais alto. 

Até esqueço que a minha perseguida está inchada. 
Esse homem também parece que nada sacia a vontade dele. 

Estou cansada já. 
E hoje me recuso a transar, ele que se vire!

Terminei meu banho, sai do banheiro enrolada na toalha e com outra no meu cabelo. 
Perigo ainda estava dormindo. 

Fui até as minhas malas, peguei um shorts jeans e um cropped branco, vesti. 
Calcei meu chinelo, peguei meu celular, o cartão do quarto e sai. 

Desci para tomar café. 
Fiz meu prato e me sentei. 

Comi tranquila mexendo no celular. 
Terminei de comer, levei o meu prato para o balcão das comidas. 

Íris: Moça, deixa eu te perguntar. - ela me olhou - O meu namorado está dormindo no quarto, posso fazer um prato para ele e levar? 

-: Pode sim. - sorriu - Mas na próxima você também pode pedir serviço de quarto. - assenti 

Íris: Obrigada! - comecei a colocar as coisas no prato dele 

Levei junto com a bandeja, passei pela recepção e vi quatro policiais. 
Meu coração já acelerou a minhas pernas ficaram fracas. 

Fui andando devagar e observando o movimento. 

Policial 1: Vê aí no seu sistema se teve check-in com o nome Pierre Nóbrega. - o cara assentiu e pesquisou no computador 

Eu apertei o botão do elevador para disfarçar. 

-: Não tem ninguém com esse nome. - o cara falou 

Policial 2: Tu viu esse cara por aqui. - mostrou uma foto para ele 

-: Não vi, mas deixa eu perguntar para a outra funcionária. - pegou a foto e saiu andando 

O elevador chegou no andar e eu entrei. 
Os quatro policiais olharam para mim, apertei o botão do meu andar e as portas fecharam. 

Íris: Meu deus...- supliquei - Isso não pode estar acontecendo! - meus olhos se encheram de lágrimas 

Meu coração faltava sair pela boca, estava tremendo e com fraqueza nas pernas. 
A porta do elevador abriu e eu sai correndo até o quarto. 

Abri com o cartão, deixei o prato em cima da mesinha e corri até ele. 

Íris: Perigo. - gritei e sacodi ele 

O mesmo acordou em um pulo. 

Perigo: O que foi? - perguntou assustado 

Íris: Pega a tuas coisas e some daqui! - gritei indo até a mala dele - Rápido, Pierre! - ele levantou da cama ainda desnorteado 

Perigo: Amor...eu não fiz nada, o que aconteceu? - puxou o meu braço fazendo eu parar de arrumar as coisas - Tá chorando porque?

Íris: Pierre, por favor. - coloquei a mão no rosto tentando conter o choro - Pega as coisas e vai embora logo. - falei soluçando 

Perigo: Embora porque? - me abraçou - Estamos na maior paz. - me soltei do abraço 

Íris: Eles estão aqui te procurando. - me sentei no chão - Eu falei pra você! - bati nas minhas pernas - Tu não me escuta, cara! 

Perigo: Calma. - abaixou na minha frente - Vai ficar tudo bem. - passou a mão no meu rosto - Eu vou conversar e pagar eles, pronto! 

Íris: Pierre, pega as coisas e da um jeito de sair daqui! - gritei - Eles não querem saber do teu dinheiro. - me levantei 

Comecei pegar as coisas dele e jogar dentro da mochila. 
Respirei fundo e sequei as minhas lágrimas. 

Íris: Some daqui! - joguei a bolsa nele - Some por um tempo, depois a gente se fala!- ele negou - Pierre, eu estou mandando! - me aproximei dele - Não quero que tu volte pra aquele inferno, então pega as suas coisas e some. 

Perigo: Tá maluca? Tu vai ficar com um b.o nas costas. - neguei - Eles vão forjar pra tu, amor. 

Íris: Não vão, amor...por favor, me escuta! - implorei - Não tem b.o aqui dentro, eles vão entrar  sair. - dei um selinho nele - Pula a sacada, depois de um tempo a gente se encontra. 

Ele assentiu, me agarrou e me deu um beijo. 
Me soltei e ele ficou me olhando por alguns segundos. 

Íris: Vai, Pierre. - empurrei ele

Ele colocou a mochila nas  costas e correu para a sacada. 
Fechei a cortina e me deitei na cama aflita.

Não sei descrever qual o sentimento, mas era algo ruim.
Ontem a gente estava tão de boa. 

Ouvi um barulho na porta e a mesma abriu com força. 
Me assustei e me sentei na cama. 

Entrou seis policiais com fuzis 

-: Sai da cama e levanta a mão! - um gritou e colocou o fuzil no meu rosto 

Íris: O que...o que está acontecendo? - perguntei com a voz tremula 

Sai da cama tremendo de medo e com os olhos cheios de lágrimas.
Coloquei a mão pra cima.

Ele ficou apontando no meu rosto e os outros procurando pelo quarto.
Foram até a sacada e eu quase desmaiei de medo. 

Não acharam nada.

-: Aonde ele está, vagabunda? - gritou 

Íris: Ele quem? - perguntei chorando 

-: Não mete porra! - bateu o fuzil na minha testa 

Cai na cama de costas. 

-: Aonde aquele filha da puta foi, vagabunda? - outro gritou 

Íris: Eu não sei do que você estão falando! - continuei deitada 

-: Levanta! - pegou no meu cabelo e puxou com força - Tu tava com ele safada, não mente pra nós! - gritou no meu rosto - Cadê o Perigo>?

Íris: Quem é Perigo? - continuei chorando - Eu não sei quem é esse! 

Levei um tapa na cara, engoli o choro e olhei assustada para o policial. 

-: Cadê aquele filha da puta? - gritou ainda segurando o meu cabelo - Fala, sua puta! 

Íris: Eu não...mão sei quem é Perigo. - falei soluçando - Eu estava com o Samuel...mas acordei hoje e ele já não estava mais aqui! 

Recebi outro tapa na cara. 

Íris: Moço, pelo amor de Deus! - gritei chorando - Eu não sei o que está acontecendo...por favor, me deixa ir!  - ele soltou o meu cabelo e eu me ajoelhei - Eu não tenho nada a ver...sou trabalhadora!

-: Tu não quer falar aqui, então vai pra DP. - puxou meu braço - Vai falar com o delegado! - fez eu levantar a força 

Íris: Eu já disse que não sei de nada! - olhei pra ele - Por favor, moço...eu não tenho nada a ver com isso! 

-: Fica quieta, vai falar diretamente com o delegado! - me algemou 

Pegaram meu celular e meus documentos em cima da mesinha
Desci para o saguão do prédio algemada e com os poleais em volta.  

Abaixei a cabeça constrangida, ainda chorando e fui guiada até o carro.
Me colocaram no camburão e os repórteres tiraram fotos. 

Fecharam o porta-malas e deram partida no carro. 

Estava passando mal de ansiedade. 
Com muito medo do que iria acontecer, mas mesmo assim estava preocupada com o Perigo. 


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