ANGEL
No dia seguinte a formatura embarquei pro Brasil com minha mãe, alguns dias depois recebi um e-mail da universidade comunicando que fui uma das selecionadas para o programa de trainee do grupo Jhonson. Agradeci, mas recusei, minha decisão estava tomada e nada me faria mudar de ideia. Minha mãe queria expandir a rede pra outros países e contava com a minha ajuda.
Dois anos depois que voltei ao Brasil, a empresa estava um sucesso, abrimos pousadas no Caribe, no Chile, Peru e Argentina. Eu já era um grande nome no meio empresarial e não parava de crescer, minha mãe conheceu o Leon, um Porto riquenho viúvo que se encantou pelas belas curvas que ela ainda possuía. Ela estava feliz, o que me deixava feliz também.
Minha vida profissional era um sucesso, mas a vida pessoal era um fiasco, tinha terminado o namoro de seis meses com o Victor, um playboy mimado que o que tinha de lindo tinha de fútil. A verdade é que eu não conseguia confiar em ninguém e não posso culpar ninguém por isso.
Sou uma mulher metódica e organizada, sigo uma rotina rígida e não posso obrigar ninguém a viver da minha forma, mas um minino de organização é fundamental. Acordei mais um dia pontualmente às 6:45h, tomei um banho, fui pra academia, depois de exatos quarenta minutos, voltei pra casa, outro banho, café da manhã e pontualmente às oito entro no meu escritório.
Sentei em minha mesa pra mais um dia de trabalho, como de costume abri meus e-mails e me deparei com um convite pra uma conferência de jovens empresários, a conferência vai acontecer na Flórida e reunirá empresários do mundo todo, uma grande oportunidade de fechar novas parcerias. Não respondi de imediato, mas reconheço que é uma grande oportunidade, o problema é o local, tenho medo de me deparar com meu pai ou meus irmãos. Sinto falta deles, mas sofro por eles não sentirem a minha. Arquivei o e-mail e segui normalmente com meu trabalho.
_ Angel! Hoje vai ter o show daquele super DJ! Não aceito não como resposta! - Vic entra como um furacão na minha sala. Vic é minha secretária/melhor amiga. Ela vive me chamando pra vários eventos, que raramente vou.
_ Não!
_ Já disse que não aceito não!
_ Vic, sempre que eu saio com você, você nos mete em confusão.
_ Angel é um show, vamos ficar num camarote, que confusão pode acontecer?
_ Você sempre diz isso
_ Por favorzinho! Você precisa se divertir, parece uma velha enfurnada nesse escritório.
_ Vou pensar.
Com a promessa de que vou pensar, o furacão sai da minha sala e volta antes mesmo de fechar a porta
_ Sua mãe ligou, disse que passa aqui pra te levar pra almoçar.
_ Obrigada, Vic!
Ela sai e volto ao trabalho. O tempo passa que só percebo quanto minha mãe entra na minha sala, aqui ninguém bate, e me íntima a ir almoçar.
_ Vamos, Angel! Estou com saudade de almoçar com a minha bebê!
_ Mãe! Já faz um tempo que não sou mais bebê!
_ Pra mim sempre vai ser minha bebê, vamos?
Pego minha bolsa e saímos, escolhemos um restaurante italiano que tem aqui pertinho do escritório.
Uma das mudanças que fiz na empresa foi trazer o escritório pra São Paulo, daqui eu consigo comandar todas as pousadas de forma centralizada e organizada. Minha mãe percorre as pousadas vendo se está tudo em ordem.
Sentamos conversando e logo o garçom chegou, eu pedi um fetuchinne a carbonara e minha mãe um penne a parisiense.
_ Então, filha, como estão as coisas?
_ Está tudo ótimo, tivemos um crescimento de 74% no movimento do último trimestre, mesmo nas regiões de baixa temporada.
_ Com as empresas eu sei que está tudo ótimo, quero saber de você.
_ Estou bem, mamãe
_ O Victor já largou do seu pé?
_ Graças a Deus! Soube que já está de namorada nova.
_ Filha, você precisa se abrir pra encontrar alguém que te mereça, eu quero te ver feliz! - nesse momento o garçom traz os pratos.
_ Mas eu tô feliz, mãe! Tô trabalhando, fazendo o quê eu amo - começo a comer e sinto um gosto estranho.
_ Filha, você está bem?
_ Estou, só senti um gosto estranho.
_ Filha, você está ficando vermelha!
_ Mãe, tem alguma coisa errada nessa comida.
_ Filha!
Eu tento falar, mas sinto minha garganta fechar, minha mãe começa a gritar por ajuda, então o cheff vem até a mesa e pergunta o quê houve, minha mãe pergunta se tinha pimenta na minha comida e ele confirma. Minha vista apaga completamente.
Acordei em um quarto de hospital, olho para o lado e vejo minha mãe, no outro canto do quarto está um homem que não conheço, chamo minha mãe que logo vem em minha direção.
_ O quê eu tô fazendo aqui? Quem é ele? O quê aconteceu?
_ Calma, mocinha! Você teve uma crise alérgica no restaurante e te trouxemos pro hospital.
_ Quem é ele? O quê está fazendo aqui? - Perguntei baixinho.
_ Aquele é o homem que tentou te matar! - minha mãe grita chamando a atenção do homem.
_ Mãe!
_ Perdão, senhorita! Sou Juan, o cheff do restaurante e já expliquei pra sua mãe que não tive intenção de te fazer nenhum mal.
_ Como não? Tinha pimenta na comida da minha filha, como você ousa colocar pimenta sem consultar a cliente antes?
Meu Deus! Se não morri com a pimenta, vou morrer de vergonha, ele estava totalmente constrangido e eu começava a ficar com pena, mas tudo sempre pode piorar e Vic entra com tudo pelo quarto
_ Onde está a minha amiga? Eu não tô preparada pra perder ela ainda!
_ Tô aqui, Vic! Você não vai perder ninguém
_ Não vai porque eu agi rápido, de dependesse do bonitão assassino minha filha não estava mais aqui.
_ Você! Você tentou matar minha amiga! Foi a mando do babaca do Victor, confessa!
_ Eu não tentei matar ninguém! De onde saiu tanta maluca!
_ Que gritaria é essa? Isso aqui ainda é um hospital! - um baixinho careca, que pelo jaleco desconfio que seja o médico, chega e expulsa as duas malucas.
As duas saíram e eu respirei fundo, aliviada, quando olhei pra frente o homem, e quê homem, ainda estava lá.
_ Me desculpe por essas duas doidas.
_ Me desculpe pela pimenta, eu realmente não sabia que era alérgica, jamais faria algo pra te prejudicar.
_ Acontece, eu deveria ter avisado ao garçom.
_ Bom, agora que vi que já está bem, eu vou indo, esse é o meu telefone, me liga se precisar de alguma coisa - me estendeu um cartão, deu um sorriso e saiu.
Eu fiquei parada olhando pra porta ainda hipnotizada por aquele sorriso, nisso entram dois furações perguntando se já posso ir pra casa. Eu disse que vou pra empresa, pois ainda tenho muitas coisas pra resolver, as duas me olham feio e me rendo, indo pra casa com minha mãe, mas pedindo a Vic pra levar minhas coisas pra continuar trabalhando de casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando o açúcar acaba - CONCLUÍDO
ChickLitJovem romântica e sonhadora se entrega ao melhor amigo do seu pai sem saber que pra ele foi apenas um capricho na sua despedida de solteiro. Quando se dá conta do que realmente aconteceu ela vai embora e sua vida muda completamente. Será no que um c...