Capítulo 6

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Angel

  Sebastian me tocava como se eu fosse de porcelana, eu não sabia se era sonho ou realidade, a única certeza que eu tinha era que eu precisava dele como quem precisa de ar. Ele foi extremamente carinhoso ao me possuir e a dor do hímem se rompendo logo deu lugar ao prazer de me sentir totalmente dele. Senti meu ápice chegando e chamei pelo seu nome ao mesmo tempo que ele se derramou em mim me chamando de anjo.
  Após recuperar o fôlego, ele me pegou nos braços e me levou pro banheiro, me colocando na banheira com água morna, ali ele me deu banho e depois me secou. Enquanto eu vestia uma de suas camisas, ele trocou os lençóis. Ouvi meu telefone tocar e nesse momento foi como um choque de realidade, era Lia:
_ Angel, onde você está? Você foi embora sozinha?
_ Calma, Lia! Eu tô bem! - nesse momento Sebastian pegou o telefone da minha mão.
_ Lia, esteja em quinze minutos na portaria do condomínio, vou levar vocês.
      Recolhi minhas peças íntimas pelo quarto e fui em direção a sala buscar meu vestido e meus sapatos em silêncio. Sebastian também não falou uma palavra sequer, pegou as chaves do carro, abriu a porta, eu saí e ele saiu logo em seguida fechando a porta atrás de si.
  Eu não sabia o que dizer, não sabia o que estava sentindo, não sabia o que Sebastian estava pensando, ele tinha um semblante sério, como se tivesse muito chateado o que me deixou completamente sem saber como agir.
  Chegando na portaria, Lia estava esperando acompanhada de um rapaz, eles se despediram com um selinho e ela entrou no carro sorrindo.
_ Angel! Onde você se meteu, te procurei por um tempão, estava preocupada!
_ Se realmente tivesse preocupada, ela não estaria sozinha na piscina do condomínio quando a encontrei. - Sebastian esbravejou antes que eu pudesse falar.
_ Ei, Tio! Calma aí, também não é assim, a Angel saiu pra tomar um ar, que mal há nisso?
_ A Angel não é daqui, ela não conhece tantas pessoas como você, deixar ela sozinha por aí pode ser perigoso.
_ Desculpa, Angel! Você poderia ter me chamado pra ir embora.
_ Chega de papo! Minha cabeça tá explodindo! - Sebastian esbravejou por fim e ficamos em silêncio.

_ Angel, você vai dormir na minha casa? - Lia perguntou quando chegava próximo a casa dela.
_ Eu gostaria de ir pra casa da minha mãe, se o Sebastian não se importar de me levar.
_ Eu te levo.
_ Bom... Obrigada pelo carona e mais uma vez, desculpa te deixar sozinha, Angel!
Lia deu um beijo na minha bochecha e seguiu pra casa, Sebastian saiu com o carro e logo depois parou em frente a casa da minha mãe, antes de eu sair ele disse:
_ Angel, eu não sei o que dizer sobre o que aconteceu hoje, me desculpa! Foi um erro! Isso não vai se repetir.
Nesse momento pude ouvir meu coração quebrando como vidro. Reuni o pouco de dignidade que eu ainda tinha, balancei a cabeça, sem olhar pra ele eu agradeci pela carona e saí do carro. Ele ainda estava parado ali quando entrei e fechei a porta sem olhar pra trás.
  Quando cheguei ao meu quarto, agradeci mentalmente por minha mãe estar dormindo,  olhei da janela do quarto e vi quando o carro dele saiu. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e só então me permiti chorar. Depois de um longo banho, deitei na minha cama e chorei até pegar no sono.

    O dia seguinte amanheceu nublado, assim como meu estado de espírito, acordei tarde e quando desci pra tomar café, minha mãe estava na cozinha.
_ Bom dia minha filha!
_ Bom dia mãe!
_ Que carinha triste é essa? A festa ontem não foi boa?
_ Ah, mãe! Eu não gosto muito dessas festas, além do mais eu tô com saudades de casa.
_ Só isso?
_ Só isso, acho que o dia me deixou um pouco melancólica, ainda tem a viagem que tá perto.
_ Megan ligou chamando pra irmos passar o dia lá, talvez isso te deixe um pouquinho mais animada.
_ Pode ser...

   Terminamos de tomar o café e fomos pra casa do meu pai, eu estava rezando pra não encontrar o Sebastian lá, não saberia como reagir. Acho que não era meu dia de sorte, antes de entrar vi o carro do Sebastian parado na entrada. Respirei fundo e entrei com o meu melhor sorriso.

  Como não estava sol, não fomos pra piscina, ficamos no jardim. Logo Lia chegou com Léo e seus pais, o grupo dos mais velhos ficou próximo a churrasqueira e nós ficamos no gramado, Lucas e Arthur pegaram meu violão e fizemos um círculo.
  Eu adorava tocar meu violão, apesar de me achar péssima cantando, meus irmãos e amigos gostavam de me ouvir cantando em português. A tarde foi agradável, consegui não pensar no que aconteceu ontem.
  Minha mãe foi embora primeiro, o gerente de uma das pousadas pediu uma vídeo chamada pra relatar um problema, ela precisou ir.  Lia também não ficou muito, ela tinha uma festa e dessa vez eu preferi não ir.  Os meninos me chamaram pra jogar, mas eu queria mesmo era ficar com meu violão em um cantinho, sozinha.

"É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
É que um joelho ralado, dói bem menos que um coração partido "

_ Você canta bem! - ouvi Sebastian dizer logo atrás de mim. Enxuguei uma lágrima teimosa.
_ Obrigada - respondi de cabeça baixa e ia saindo quando ele segurou meu braço.
_ Você não precisa fugir de mim, eu já disse que me arrependo do que aconteceu ontem.
_ Sim, você já disse, mas eu não fui forçada a nada, e também já me arrependi.
_ Eu machuquei você?
_ Fisicamente, não.
Não esperei que ele dissesse nada, simplesmente saí. Entrando em casa, fui até Megan e Olívia e vi que elas estavam olhando modelos de vestidos de festa.
_ O quê vocês estão procurando?
_ No sábado é o casamento da Lisa, essa semana precisamos escolher nossos vestidos.
_ Não é melhor ir ao shopping?
_ Olívia, por que não pensamos nisso antes?
_ Vocês são ótimas! Vim só dar um beijo em vocês e já vou pra casa da minha mãe.
_ Pensei que fosse dormir aqui.
_ Não gosto de deixar minha mãe sozinha naquela casa enorme.
_ Eu te levo - Sebastian falou assustando a nós três.
_ Não precisa se incomodar.
_ Não será incômodo, já estou saindo, além do mais não é seguro você andar por aí sozinha.
Elas concordaram e eu não tive como recusar, me despedi de todos e fomos pro carro. Ele deu partida e antes de chegar na minha casa ele parou.
_ Por que paramos?
_ Preciso falar com você.
_ Olha, se for pra pedir desculpas pelo erro de ontem, não precisa, eu já entendi que você agiu por impulso e que pra você eu sou só uma criança boba.
_ Não! Você não é uma criança boba! Você é linda, é inteligente e foi exatamente por isso que eu não resisti a você, você não entende?
_ Não! Eu não entendo! Você é como um príncipe encantado pra mim, eu sou completamente apaixonada por você desde que me entendo por gente, você me deu meu primeiro beijo e eu achei que era um sonho
_ Angel...
_ Eu me entreguei pra você, e a única coisa que você foi capaz de dizer é que foi um erro?
Nesse momento ele me beijou novamente, e era como se nossas vidas dependessem daquele beijo.

 
 

Quando o açúcar acaba - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora