Quando o açúcar acaba - CONCLUÍDO

Capítulo 25

Angel

  Eu e minha mãe nos sentamos pra tomar café e eu conto a ela sobre a vinda do Arthur, ela fica tão surpresa quanto nós ficamos. Logo Lucas e Arthur se juntaram à gente e ficamos ali por um bom tempo conversando. Arthur conta a ela como tem sido a vida deles desde que me afastei e minha mãe fica triste por saber o quanto essa história toda impactou a vida de todos.
   Seguimos conversando por um longo tempo, falávamos agora assuntos aleatórios. Pouco depois Juan chegou, minha mãe chamou o Leon, resolvemos chamar a Vic e logo minha casa parecia festa. O Arthur estava se divertindo com as palhaçadas da Vic e do Lucas e eu fiquei observando a família linda que eu tenho, senti uma pontada de tristeza, pois gostaria que meu pai e Megan pudessem estar com a gente, mas essa é uma escolha deles e eu não posso fazer nada.
  _ Essa mocinha tá longe, por que não está se divertindo com o pessoal? - Juan me perguntou enquanto me abraçava por trás.
_ Eu tô amando ter todos vocês aqui.
- respondi sem me virar.
_ Mas sente falta do seu pai e da Megan - falou minha mãe se metendo na conversa.
_ Mãe, ter meus irmãos aqui me deixa muito feliz, mas também me faz lembrar deles o quê eu posso fazer?
_ Foi escolha deles, o quê você pode fazer é aproveitar a presença dos seus irmãos. - Juan fala me dando um beijo.
_ Detesto ter que concordar, mas o tiozão aí tá certo!
_ Mãe!
_ Sogra, não precisa disfarçar, eu sei que a senhora me adora!
_ Me chama de senhora de novo que quem vai parar no hospital é você. Angel, quando foi que esse seu namorado ficou tão abusado?
_ Eu amo vocês dois!
  As brincadeiras continuaram por todo o dia, quando anoiteceu Vic foi a primeira a ir embora, ela ia sair com o Victor, logo depois minha mãe e Leon também foram, Lucas e Arthur se recolheram e eu fiquei com Juan na varanda. Estávamos namorando, trocando carinhos quando meu telefone tocou e era minha mãe, estranhei mas atendi imediatamente.
 
  _ Oi, mãe!  Aconteceu alguma coisa?
_ Angel, a Megan me ligou pedindo seu número, eu não dei, mas disse que ia passar o dela pra você.
_ Ela falou o quê ela queria?
_ Ela disse apenas que precisa falar com você, acho que ela não sabe que seus irmãos estão aí.
_ Que estranho!
_ Filha, eu sei que você não quer muita aproximação, mas ela parecia nervosa.
_ Certo, mãe, passa o número que eu vou ligar pra saber o quê está acontecendo.
_ Qualquer coisa me avisa. Beijo!

  Fui até o quarto dos meninos e disse que a Megan quer falar comigo, como eu imaginei, nenhum dos dois avisou que estava aqui, eles ficaram preocupados então resolvi falar com a Megan no viva-voz.  Ela atendeu no segundo toque.

_ Megan, aqui é a Angel. Minha mãe disse que você quer falar comigo?
_ Ah, Angel, que bom que você ligou. Estou o dia todo tentando falar com seus irmãos e ninguém atende, os dois resolveram desaparecer.
_ Aconteceu alguma coisa?
_ Seu pai passou mal e precisou ser internado às pressas, eu sei que vocês se afastaram, mas achei que precisava saber.
_ Mãe, o quê o papai tem? Eu e Lucas viemos passar uns dias com a Angel.
_ Ainda não sabemos, Arthur, que bom que vocês estão juntos, seu pai teve um desmaio no banho e chamei uma ambulância, ele está consciente mas com febre muito alta. Os médicos estão fazendo todo tipo de exames, mas ainda não me falaram nada.
_ Mãe, eu vou tentar pegar o vôo mais próximo vou ficar com você.
_ Lucas, Angel, e vocês?
_ Mãe, eu sinto muito, muito mesmo, mas não acho que o papai vai querer me ver.
_ Megan, agradeço se puder me manter informada, mas não acho que ele me queira por perto.
_ Eu entendo vocês, Lucas eu não peço que venha por ele, venha por mim e por ser irmão. Angel fica tranquila que vou te mantendo informada.
_ Eu vou pensar, mãe.
_ Eu preciso ir, estão me chamando.

  Depois de desligar a chamada, Arthur correu pra arrumar as coisas e Lucas foi com ele, Juan que estava em silêncio o tempo todo me abraçou e ficamos abraçados em silêncio por um tempo. Minha mãe voltou a ligar, eu contei a ela o quê estava acontecendo. Depois fui pro meu quarto com o Juan, tomamos um banho juntos e fomos deitar, já era tarde.
  _ Quer conversar? - Juan perguntou.
_ Eu não tô com uma sensação boa e não sei o quê fazer.
_ Seu coração diz o quê?
_ Que eu preciso estar perto do meu pai.
_ Mas?
_ Mas não sei se é o que ele quer, também não sei se consigo voltar lá depois de tanto tempo.
_ Do quê você tem medo?
_ De ser novamente enxotada da vida dele.
_ Só isso?
_ O quê mais seria?
_ Você não tem medo de reencontrar o Sebastian?
_ Eu não estava nem lembrando da existência dele, minha preocupação é com a reação do meu pai ao me ver.
_ Vamos tentar dormir, vou ficar com você independente de decisão que tomar.
  Juan ficou fazendo carinho em mim até eu pegar no sono, dormi pouco e quando acordei permaneci quieta pra ele não acordar. Era tão bom estar nos braços dele, eu me sentia segura, protegida.
  Logo pela manhã, Lucas e Arthur me avisaram que conseguiram um vôo às 10h, e que Lucas decidiu ir pra ficar perto da Megan. Eu pedi pra eles me informarem de tudo, mas que pelo menos por hora eu não me sentia pronta pra encarar o papai.
  Duas semanas após eles voltarem, nós nos falávamos todos os dias, meu pai ainda estava no hospital e não tinha um diagnóstico ainda, mas a piora era constante, eu já não sabia mais se estar longe era o melhor a fazer. Almoçando com minha mãe e Juan, decidi deixar meu orgulho de lado e ir pra Califórnia. Juan disse que não me deixaria viajar sozinha e aqui estamos nós, nos preparando pra aterrissar.
  Passei na minha casa, minha mãe nunca quis se desfazer dessa casa, e hoje vejo que isso foi bom, deixamos as malas e fomos pro hospital. Como era de se esperar,  meu pai não quis me ver. Fiquei um pouco com a Megan e os meninos e quando me preparava pra ir embora, o médico chegou.
  _ Boa tarde, senhora Megan conseguimos chegar a um diagnóstico, o senhor Bryan está com leucemia de um tipo muito raro e agressivo, a única chance é o transplante de medula que deve ser feito o mais rápido possível.