Capítulo 24

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Angel

   Eu estava tomando café quando o Lucas entra na sala com o celular na mão e um semblante preocupado.
  _ Bom dia, irmão! Que carinha preocupada é essa?
_ Bom dia, Angel. O Arthur mandou mensagem pedindo pra ligar pra ele urgente, eu liguei e ele disse que tá vindo pra cá.
_ Pra cá? Pra São Paulo? Pra minha casa?
_ Exatamente! Ele disse que precisa conversar com você 
_ Será que aconteceu alguma coisa com o papai?
_ Vamos ter que esperar ele chegar pra descobrir, mas acredito que se fosse algo com o papai ele pediria pra nós dois voltarmos pra lá e não o contrário.
_ Faz sentido... Eu preciso ir pro escritório, você me avisa quando souber a hora que ele vai chegar? Vou buscar ele no aeroporto.
_ Tudo bem, a gente vai mantendo contato, beijo!
  Lucas volta pro quarto e eu saio assim que termino meu café. Chegando no escritório a Vic me passou toda a programação do dia e como não tinha muita coisa eu comecei a revisar alguns contratos. Por volta de dez da manhã o Lucas me ligou falando que o Arthur vai desembarcar por volta das seis da tarde. Pouco antes de uma da tarde  o Juan passou pra me levar pra almoçar, contei a ele sobre o Arthur e ele queria ir comigo ao aeroporto, eu disse que não precisava, mas ele só aceitou depois que eu disse que eu iria com meus irmãos jantar no restaurante dele.
   O dia passou tranquilo, quando saí do escritório, passei no meu apartamento pra tomar um banho e pegar o Lucas e de lá fomos pro aeroporto. Logo que chegamos encontramos o Arthur pegando a mala. Quando nos viu, ele veio direto a mim, me deu um abraço bem apertado.
_ Desculpa, minha irmã! Desculpa por nunca ter te procurado, desculpa por não ter sido seu irmão quando você precisou.
_ Arthur, calma! Do quê você está falando?
_ Preciso muito conversar com você, eu não sei bem o que aconteceu, mas eu imagino e eu vim pra ouvir de você.
_ Calma, irmão, vamos conversar em um lugar mais adequado, ninguém aqui tá entendendo nada. - Lucas falou enquanto também abraçava o Arthur.
_ Combinei com o Juan que iríamos jantar no restaurante dele, vamos lá a gente vai encontrar um lugar mais tranquilo pra conversar.
  Fomos pro restaurante, o Juan preferiu deixar a gente conversar sozinhos, pra que o Arthur ficasse mais a vontade, então sentamos e logo a minha curiosidade foi mais forte.
  _ Arthur, o quê trouxe você aqui? Me fale calmamente.
_ Vou contar tudo o que aconteceu, depois quero que você me conte também.
_ Assim que eu entender o que está acontecendo, eu prometo matar toda sua curiosidade.
  Então Arthur contou sobre a conversa com o Sebastian, falou do soco e essa hora eu adorei, e contou que ligou os fatos e teve certeza que era de mim que ele falava, por isso quis vir pessoalmente conversar comigo.
  Eu contei pra ele toda minha história, disse que o Lucas também veio pra saber então era justo que ele soubesse. Disse que não queria que os pais dele soubessem, ele garantiu que não vai falar nada. A conversa correu muito tranquila, apesar da revolta no olhar do Arthur, ele se manteve calmo.
  _ Atrapalho alguma coisa? - Juan chega.
_ De jeito nenhum, deixa eu apresentar vocês, Juan esse é o meu irmão do meio o Arthur. Arthur esse é o Juan, meu namorado e dono desse maravilhoso restaurante.
_ Seja bem-vindo, Arthur, é um prazer conhecer você.
_ Obrigado, é um prazer conhecer o responsável por esse sorriso lindo da minha irmã.
  Juan se sentou com a gente, a conversa ficou mais leve e logo depois fomos pra minha casa, vi a hora que o Arthur se afastou pra atender o telefone e a expressão dele não era nada boa, notei que ele falava com a namorada, quando ele voltou eu o chamei pra conversar.
_ Arthur, você está feliz?
_ Angel, eu não sei o quê te responder, apesar de sentir que estou fazendo a minha parte, eu sinto que falta alguma coisa na minha vida.
_ Falta brilho! - Lucas se mete.
_ Aff, Lucas! Pra você tudo se resolve na purpurina!
_ Não é desse brilho, idiota! Olha pra Angel, olha o brilho no sorriso, nos olhos dela principalmente quando um certo coroa bonitão chega.
_ Ei! Olha como fala do Juan!
_ Ela passou por tantas coisas, sofreu, foi julgada por quem deveria acolher e hoje ela irradia brilho por onde ela passa. Eu não estou dizendo que a gente tem que sofre pra ser feliz não, mas a gente tem que tentar fazer algo por nós mesmos.
_ Olha, Lucas, eu sei que nunca conversamos sobre isso desde que você saiu da casa dos nossos pais, mas eu preciso dizer que eu te admiro muito, eu sei que você é muito mais corajoso do que eu, mas eu sinto que, profissionalmente, eu tô no caminho certo, aquele sonho de sair fotografando pelo mundo, pode ser um hobby.
_ O quê está tirando seu  brilho?
_ Essa é fácil, é o namoro insosso com a sonsa da Stacy!
_ Lucas! Você sempre implicou com a Stacy, mas ela até que é uma garota legal.
_ Eu não a conheço, mas não senti muita firmeza no que você diz.
_ Na verdade, eu me acostumei com ela, eu sei que ela é uma filhinha de papai, mimada e fútil, mas estamos há tanto tempo juntos...
_ Nossa! Se você que é o namorado, atribui tantos defeitos e não citou nenhuma qualidade, está na hora de rever essa relação, ficou claro que você não a ama por quê manter uma relação assim?
_ Eu sinceramente não sei...
_ Eu não confio nem um pouquinho naquela Barbie falsificada, pronto falei!
_ Meninos, vamos mudar de assunto. Como está a Megan?
_ Minha mãe, como diz o Lucas, não tem mais o brilho que tinha. Desde o seu afastamento meu pai mudou muito, deixou de ser carinhoso com todos nós e ela sofre com isso. Quando o Lucas saiu de casa as coisas ficaram ainda piores, ele a culpa por Lucas não ser o filho que ele gostaria e ela o culpa pela saída dele de casa.
_ Isso acaba comigo...
_ Lucas, não é culpa sua e nem dela, o papai precisa entender que somos seres humanos, temos nossas escolhas e se ele escolheu se tornar um babaca, a culpa é só dele.
_ O Arthur está certo, meu irmão, vamos dar tempo ao tempo. Vamos descansar, estou muito feliz  estarmos juntos, a partir de agora a gente vai apoiar um ao outro.
  Nos abraçamos e logo fomos nos deitar, hoje foi um longo dia e logo que deitei dormi. No dia seguinte, acordei com o telefone tocando:

_ Alô!
_Angel, até que enfim acordou!
_ Oi, mãe, aconteceu alguma coisa?
_ Nada, só o louco do seu pai querendo saber se o filho querido dele está aqui.
_ Tá sim, mãe, vem tomar café comigo que a gente te explica tudo
_ Então abre logo essa porta que eu já tô aqui.

Saio do meu quarto, abro a porta pra minha mãe que segue pra cozinha e eu volto pra tomar um banho e fazer minha higiene matinal, quando chego na sala de jantar a mesa do café tá posta pra três pessoas, eu vou até a cozinha e pego as coisas pra mais uma pessoa.
_ O Juan dormiu aqui?
_ Não, mãe, mas acho que você vai ter uma surpresa.

 

Quando o açúcar acaba - CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora