04 - Felina

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Duas semanas se passaram desde que o jovem Dick Grayson fora adotado por Bruce Wayne. A mansão Wayne agora era o novo lar de Dick, um lugar vasto e imponente, mas um tanto intimidante.

Sentado na sala de estar, Dick conversava com Alfred, o fiel mordomo da família Wayne. O garoto ainda estava se acostumando com sua nova vida, sentindo-se um pouco perdido às vezes.

-Dick, entendo que o Sr. Wayne esteja sempre ocupado, mas ele realmente se preocupa com você. Disse Alfred, enquanto ajustava as prateleiras de livros nas estantes. -Ele já passou por algo semelhante e entende a importância de ter um lar e uma família.

Dick olhou para Alfred com curiosidade. -O que quer dizer com algo semelhante?

O mordomo pausou por um momento, olhando para o jovem ao seu lado.
-Bruce perdeu seus pais quando era criança, assim como você. Ele conhece a dor da solidão, e é por isso que ele decidiu adotá-lo. O Sr. Wayne o ama, Dick, e mesmo que tenha muitas responsabilidades, sempre encontrará tempo para você.

Dick ficou em silêncio, refletindo sobre as palavras de Alfred. Ele pensou em como Bruce sempre parecia estar em reuniões e nunca tinha tempo para passar com ele. Agora, tudo fazia sentido.

-Você acha que ele realmente me ama? Perguntou Dick, sua voz carregada de dúvida.

-Tenho certeza, meu jovem. O Sr. Wayne pode ser um homem ocupado, mas ele faria qualquer coisa por você. Respondeu Alfred com um sorriso reconfortante.

Dick sorriu timidamente. A ideia de ser amado e ter um verdadeiro lar aqueceu seu coração. Talvez ele pudesse finalmente encontrar a família que tanto desejara.


Em uma noite escura e sombria, a cidade de Gotham se tornava um campo de batalha para o Cavaleiro das Trevas. Batman, munido de sua coragem e perícia, patrulhava as ruas com seu icônico Batmóvel.

Enquanto se deslocava pelas sombras, Batman notou uma figura movendo-se silenciosamente pela parede de uma joalheria. Alguém planejando um roubo. Curioso, decidiu segui-la, já prevendo suas intenções.

A mulher, vestida com uma roupa preta e máscara felina, chamava a atenção de Batman. Suas ações eram ágeis e precisas, indicando um histórico de habilidades acrobáticas. Aproximando-se nas sombras, o Cavaleiro das Trevas decidiu confrontá-la.

-O que está fazendo aqui? Perguntou Batman, emergindo das sombras.

A mulher pareceu surpresa com a presença do vigilante noturno. -E você é? Indagou, preparando-se para um possível confronto.

-Chame-me de Batman Respondeu ele, sua voz ganhando um tom de autoridade.

Sem perder tempo, a luta começou. Batman a prensou contra a parede, confrontando-a. A mulher-gato, provocativa e astuta, tentava distraí-lo com suas palavras sedutoras. No entanto, o Cavaleiro das Trevas era imune a suas artimanhas e focava apenas em impedi-la.

Em um momento de descuido, a mulher-gato lançou um chute certeiro no rosto de Batman, pegando-o de surpresa. Aproveitando-se da oportunidade, ela sussurrou em seu ouvido antes de desaparecer nas sombras: -Prazer, Morcegão. Eu sou a Mulher-Gato.

Recuperando-se rapidamente, Batman saiu correndo para fora da joalheria e subiu no topo de um prédio em busca de seu novo desafio. No entanto, ela havia evaporado, como uma sombra na noite.

Ofegante, ele permaneceu no topo do prédio, seus olhos enfocados nas ruas agitadas abaixo. A Mulher-Gato era uma nova ameaça, uma peça importante desse intricado jogo do crime. Ele sabia que essa não seria a última vez que a encontraria.

Enquanto a noite avançava, Batman permanecia em cima do prédio, observando a cidade. A mulher gato havia desaparecido nas sombras, deixando-o ali, sozinho, com um leve ferimento no rosto. Seu senso de dever o impedia a continuar a busca, mas ele sabia que precisava descansar e se curar antes de prosseguir.

De volta à Mansão Wayne, ele trancou-se em seu escritório, retirando sua máscara e examinando o ferimento no espelho. Sabia que aquela mulher gato era uma das inúmeras ameaças que Gotham enfrentava diariamente. No entanto, algo nela havia intrigado o Cavaleiro das Trevas. Aquela confiança indomável, misturada com um toque de sensualidade, era uma combinação que ele nunca havia encontrado antes.

Enquanto cuidava do ferimento, Batman refletiu sobre sua nova responsabilidade: Dick Grayson. Apesar de sua necessidade de manter sua identidade em segredo, ele havia decidido adotar o jovem órfão. Sabia que seria um desafio conciliar suas obrigações como pai e protetor de Gotham City, mas, no fundo, ele estava disposto a enfrentar aquela batalha.

Sentindo-se momentaneamente cansado, Batman derramou um pouco de água em seu rosto, tentando despertar sua mente para as tarefas que ainda estavam por vir. Ao sair de seu escritório, encontrou Alfred esperando por ele no corredor.

-Dick está se adaptando bem à vida aqui, senhor. Ele é um rapaz corajoso e determinado, assim como o senhor. Comentou o mordomo, com um sorriso gentil.

Bruce fitou Alfred com gratidão. -Eu me preocupo com ele, Alfred. Sinto- me responsável por sua segurança e bem-estar.

O mordomo assentiu compreensivamente. -O senhor é um homem ocupado, Patrão Bruce, mas assim como passou por momentos difíceis no passado, tenho certeza de que encontrará um equilíbrio entre suas obrigações como patriarca desta casa e seu papel como protetor de Gotham.

Ouvir aquelas palavras trouxe alguma paz ao coração de Bruce. Ele se perguntou se algum dia seria capaz de amar Dick como um verdadeiro pai, apesar de todas as dificuldades que sua vida dupla imporia a ambos.

-Eu me importo com ele, Alfred. Quando adotei Dick, assumi não apenas a responsabilidade de cuidar dele, mas também de guiá-lo para se tornar um homem de bem. E se significa abrir mão de certas coisas para protegê-lo, então assim será.

Alfred sorriu, colocando a mão no ombro de Bruce. -Tenho certeza de que ele também se importa com o senhor, Bruce. Não subestime o impacto que pode ter em sua vida.

Enquanto se despediam, Bruce caminhou pelo corredor, percebendo que Dick provavelmente acreditava que ele passava seus dias inteiramente em reuniões sociais. Mas a verdade era bem diferente. As reuniões eram apenas uma desculpa para disfarçar sua verdadeira identidade como Batman.

Nos dias que se seguiram, Bruce tentou passar o máximo de tempo possível com Dick, compartilhando histórias, jogando xadrez e tentando, aos poucos, estabelecer uma relação de confiança. Mas sempre que a noite caía e Gotham exigia sua atenção como Batman, ele se desculpava e partia para a sua verdadeira batalha.

Batman: A Sombra de GothamOnde histórias criam vida. Descubra agora