Batman: A Sombra de Gotham

02 - Um Dia Ruim para o Batman

Bruce Wayne caminhava pelas movimentadas ruas de Gotham City, sob o brilhante sol da tarde. A cidade que, durante a noite, era tomada por uma escuridão infestada de criminosos, agora parecia tão diferente, como se ela própria também precisasse de um descanso da escuridão. Ele vestia seu terno elegante, um disfarce perfeito para o playboy bilionário que todos acreditavam ser.

Enquanto caminhava pelas ruas lotadas, Bruce se permitia uma rara oportunidade de refletir sobre a vida que escolhera. Nos últimos anos, sua cruzada como Batman o havia consumido. A morte de Selina Kyle, a Mulher-Gato, ainda ecoava em sua mente. Ele sentia uma dor profunda por sua perda, uma ferida que parecia nunca cicatrizar completamente.

As cicatrizes físicas de suas noites como Batman eram evidentes. Seus ossos quebrados, cortes profundos e ferimentos eram apenas lembranças físicas de seu compromisso com a justiça. Mas eram as cicatrizes invisíveis, as feridas emocionais, que o atormentavam mais. Ele havia perdido tanto: seus pais, seus amigos, sua paz de espírito.

No entanto, Gotham City continuava precisando dele. Os criminosos ainda aterrorizavam os cidadãos, e Bruce não podia ignorar isso. Ele se questionava se estava fazendo a diferença real que esperava. Talvez o Coringa estivesse certo de alguma forma, zombando dele por tentar limpar Gotham de sua podridão. Afinal, o Coringa não pararia de causar caos e morte enquanto Batman estivesse por perto?

Bruce sabia que, se voltasse a ser Batman, ele precisaria lutar contra seus próprios demônios internos. Sua dor e seu sofrimento não poderiam ser resolvidos com punhos e gadgets. Talvez fosse hora de encontrar uma maneira de fazer as pazes com seu passado e seguir em frente. Mas, por outro lado, ele não podia simplesmente abandonar Gotham e deixar o crime assumir o controle novamente.

Enquanto caminhava, Bruce passou pelo Orfanato Wayne, um lugar que sempre lhe lembrava de sua própria infância difícil. Ele havia jurado fazer o que pudesse para impedir que outras crianças passassem pelo que ele passou.

Por um momento, ele considerou entrar no orfanato, conversar com as crianças, compartilhar histórias de superação. Mas ele sabia que essa era uma conversa que ele ainda não estava pronto para ter.

Bruce continuou sua caminhada pela cidade, perdido em pensamentos sobre sua identidade dupla e seu papel como protetor de Gotham. A dúvida persistia, mas por enquanto, ele precisava de mais tempo para encontrar as respostas que tanto buscava.

Bruce Wayne continuou a caminhar pelas movimentadas ruas de Gotham, e à medida que o dia avançava, suas lembranças de um passado distante começaram a emergir.

Ele se lembrou de sua infância, da época antes da tragédia que tirou seus pais de sua vida. O jovem Bruce costumava brincar nos vastos jardins da Mansão Wayne, rindo enquanto corria pelo gramado. Seu pai, Thomas Wayne, costumava se juntar a ele, empurrando-o em um balanço sob a sombra de uma enorme árvore. A risada de sua mãe, Martha Wayne, ecoava pelo ar enquanto ela assistia os dois homens de sua vida se divertirem.

Lembranças de noites felizes na Mansão Wayne vieram à mente. Bruce se lembrou de sentar-se na biblioteca aconchegante, enquanto seu pai lia contos e histórias para ele.

Mas então, a tragédia se abateu sobre a família Wayne. A noite fatídica no beco escuro, quando um criminoso armado tirou a vida de seus pais diante de seus olhos jovens, marcou o ponto de virada em sua vida. O som dos disparos ecoou em sua mente até hoje, uma lembrança que ele não conseguia apagar.

Bruce recordou a tristeza que se seguiu, a sensação de perda e abandono que o consumiu. Ele foi deixado aos cuidados de seu fiel mordomo, Alfred Pennyworth, o único adulto em quem podia confiar após a morte de seus pais.

Essas lembranças de sua infância o lembraram do motivo que o levou a se tornar o Cavaleiro das Trevas. A promessa que fez naquela noite de que ninguém mais sentiria a dor que ele sentiu. Mas também o atormentava com dúvidas sobre se ele estava fazendo o suficiente, ou se estava apenas perpetuando um ciclo interminável de violência e tragédia em Gotham.